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Descobrir os Açores: as melhores coisas para fazer no Pico

Há muito mais para explorar do que subir à montanha mais alta de Portugal ou ir ao bar mais bonito. Venha descobrir o Pico e deixe o roteiro connosco.

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Um estratovulcão de 2531 metros de altitude, a montanha mais alta de Portugal, o ponto mais elevado da dorsal meso-atlântica. O Pico é imponente, mas por detrás de um perfil duro está uma ilha delicada que vale a pena descobrir com calma.

Todas as ilhas são, na verdade, montanhas no meio do Oceano. Mas esta parece representar esse facto da forma mais dramática possível – “estão a ver? É assim que se faz uma ilha.” Para além das lições de geologia, o Pico ensina-nos muita coisa sobre vinhos e baleias.

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Coisas para fazer no Pico

Aventure-se nas praias escondidas do Pico

A Praia da Baixa da Ribeirinha é a típica praia açoriana, o que significa: muita rocha, umas rampas de cimento onde estender a toalha e olhos bem abertos para topar águas-vivas (alforrecas) e ouriços do mar. A água até pode ser fria, a falta de areia pode desmotivar, mas a o cenário compensa tudo: a ilha de São Jorge, lá ao fundo, cheia de inveja do nosso bronze à camionista. Para chegar lá percorra a ER1 na direcção Oeste-Este, até à Ribeirinha (entre Santo Amaro e Piedade), e vire para dentro, em direcção ao mar. O mesmo deve fazer para chegar à Prainha de Baixo, mais perto de São Roque do Pico. Aí encontra um conjunto de piscinas naturais de fazer inveja a muitas piscinas artificiais – os vulcões e a lava solidificada batem aos pontos o trabalho de muitos ateliês de arquitectura. Procure indicações para a zona balnear da Poça Branca ou, chegando à Prainha, pergunte à primeira pessoa que encontrar. O método serve igualmente para encontrar a Poça das Mujas na Calheta de Nesquim, na zona sul da ilha, umas piscinas bem escondidas entre as rochas que incluem, na época alta, um escorrega para o mar.

Calma lá, mas o vulcão está activo?

A última erupção foi em 1718, mas não pense que o vulcão está ali no meio do Atlântico a gozar a reforma. De vez em quando dá um ar da sua graça, provoca uns sismos e é responsável por uma ou outra emanação gasosa. Na base do Piquinho, a mini-montanha no topo do Pico, há fumarolas ricas em enxofre. Nos dias bons é possível ver pequenas nuvens de fumo a sair destas chaminés naturais.

Ilha do vinho

  • Museus
  • História

Aprenda a história das vinhas e do vinho do Pico neste museu situado na Casa Conventual dos Carmelitas. O edifício parece pertencer a uma versão mediterrânica de um cenário de filme de Wes Anderson e o jardim tem das maiores e mais belas colecções de dragoeiros da Macaronésia – alguns com mais de 1000 anos. Para além de contar a história do vinho, o museu organiza visitas às vinhas e provas de vinhos. Vá até ao miradouro admirar os currais de vinha.

Rua do Carmo, Madalena. Ter-Sex 09.15-12-30/ 14.00-17.30, Sáb-Dom 14.00-17.30.

Visite as vinhas da Criação Velha

À primeira vista parece que os picarotos andaram durante séculos a preparar um tabuleiro gigante de batalha naval, recorrendo a pedras de basalto negro. Mas não, estamos perante as quadrículas imperfeitas das vinhas do pico, construídas à mão para proteger as uvas da fúria dos elementos. Chamam-se currais, são Património da Humanidade da UNESCO e, depois de as contemplar, o vinho vai saber melhor de certeza. Siga as indicações à saída da Madalena em direcção às Lajes.

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Tire uma fotografia no moinho do frade

No lugar das vinhas da Criação Velha há um moinho vermelho, recuperado em 2004, que serve de miradouro (vê-se o vinhedo, vê-se o mar) e de cenário perfeito para a suas fotos de férias. Pode ser visitado gratuitamente.

DICA

Há um trilho obrigatório, entre as vinhas e o mar, chamado trilho das Vinhas de Criação Velha. Começa no porto Calhau, na Candelária, e termina numa casa senhorial chamada solar das salemas. São 8km que se completam em duas horas.

Ilha da Baleia

  • Atracções
Quer ver baleias e golfinhos de perto?
Quer ver baleias e golfinhos de perto?

Foi aqui que tudo começou. Em 1989, Serge Viallelle, um navegador francês que estava no Pico de passagem, conheceu um antigo vigia de baleias e juntos começaram a fazer as primeiras viagens de observação de cetáceos. Passaram-se quase três décadas mas o Espaço Talassa continua a ser uma das referências nas ilhas. Tem uma taxa de sucesso de 98% e um pequeno império nas Lajes do Pico: uma loja, um restaurante e um pequeno hotel. Se vai no Verão convém reservar uma saída de observação de cetáceos com antecedência: 29 2672 010. 

  • Museus
  • História

Se tem muito amor às baleias e se comove com os olhinhos meigos dos cachalotes, então evite o Museu da Indústria Baleeira. Trata-se de uma espécie industrial de matadouro onde os animais eram desfeitos e transformados em farinhas ou óleos. Uma unidade fabril antiga, fascinante para quem se interessa pela engenharia de outros tempos (há caldeiras, depósitos de óleo, fornalhas, geradores e moinhos), angustiante para quem ainda tem uma cópia de Libertem Willy em VHS.

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  • Museus
  • História

Numa das salas do museu há uma galeria de fotos com antigos baleeiros, arpoadores e outros homens corajosos que todos os dias se lançavam ao mar em pequenas cascas de noz. Olhamos para aquelas caras enrugadas (óptimos bigodes) e em seguida para as nossas mãos, com o calo da caneta e uma ou outra tendinite provocada pelo teclado. Pensamos, “nunca seremos como eles”. E ainda bem que não temos de ser. O Museu dos Baleeiros é o testemunho de uma vida duríssima, da paixão e do engenho de gente que caçou baleias porque teve de ser. E o que tem de ser tem muita força – força de braços, sobretudo, a julgar pelo tamanho dos arpões. Vale a pena ver o documentário de 20 minutos, filmado nos anos 70, sobre a caça à baleia no Pico.

Ilha da Montanha

Longitudinal, a estrada mais bonita de Portugal

Quem o diz somos nós, que chegámos a esta conclusão depois de umas quantas viagens para trás e para a frente neste pedaço de alcatrão à sombra da montanha. A longitudinal (nome verdadeiro EN3) é a estrada que liga a Madalena a São Roque (ou Lajes) uma recta enorme, com a montanha sempre à vista e várias lagoas, como a do Capitão, pelo caminho. Pé levezinho na tábua, que isto não é para testar os limites do seu Rent-a-Car.

Quer subir à montanha? Eis o que precisa de saber

Condições essenciais

Todas as pessoas fisicamente aptas podem subir a montanha. Deve ter equipamento apropriado: bom calçado e uns agasalhos – no topo, em Abril deste ano, estiveram 13 graus negativos.

Preços
Antes de subir tem de se registar na Casa da Montanha, no fim da estrada. Paga-se 10€ para subir à montanha, mais 2€ se quiser escalar o Piquinho.
Este valor não inclui guia.
Se na Casa da Montanha lhe desaconselharem a subida, pode fazê-lo na mesma. Mas se precisar de ser resgatado paga 1400€.

Subida
Antes da subida é feito um briefing. 
Cada pessoa recebe um equipamento GPS que funciona também como telefone.
É obrigatório seguir o trilho.
Quem se desviar do trilho é contactado pelos funcionários da Casa da Montanha.
A subida demora em média três horas

No topo
A permanência máxima no topo é de 24 horas
Há um máximo de 15 pessoas por grupo/guia.
30 é o número máximo de pessoas no topo.
No Piquinho há fumarolas que libertam calor e vapor de água.

Descida
A descida é a parte mais perigosa e aquela em que há mais acidentes Descer demora mais do que subir: quatro horas.

Procura um guia?
Renato Goulart. Este é o nome que está na ponta da língua
de toda a gente quando o tema é subir ao Pico. O guia
de montanha já esteve no topo em todas as alturas do ano, com todas as condições meteorológicas possíveis.
Contacte-o por email, rgpico2351@gmail. com ou telefone, 91 929 3471.

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GPS

COMO CHEGAR

A viagem de barco a partir do Faial ou São Jorge é a maneira mais bonita de chegar ao Pico. A referência é, como sempre, a Atlânticoline. De avião, a aproximação à ilha também é especial: a SATA voa a partir de São Miguel e Terceira – já sabe, aproveite os reencaminhamentos da companhia aérea açoriana. Há ainda três voos directos por semana a partir de Lisboa aos sábados, segundas e quartas-feiras.

ONDE FICAR

O Pocinho Bay é um pequeno oásis de bom gosto, com seis quartos, umavilla,avinhaemvoltaeoFaial mesmo em frente. Especial, mesmo para o Pico. Recomendamos ainda a Aldeia da Fonte, seis casas de pedra vulcânica, mais próximas da tradição baleeira do que da exploração vinícola. O ordenamento é um encanto e as vistas para a montanha (como é que se diz nas revistas de viagens?) de cortar a respiração. Se querficarnacostaNorte,deolhona ilha de São Jorge, recomendamos a magnífica Casa da Baía, uma vivenda-miradouro.

ONDE COMER

A Casa Âncora é o nome que está na ponta da língua quando se fala em novos restaurantes açorianos. As justificações estão, novamente, no órgão que alberga as nossas papilas gustativas: gastronomia local rejuvenescida, ingredientes locais frescos e criatividade. Um dos pratos mais elogiados é o polvo com puré de batata doce. A outra grande referência na ilha é o Cella Bar (na imagem), a que já chamaram de “bar mais bonito do mundo”, um edifício único no arquipélago, ideal para provar os vinhos da ilha.

Guia dos Açores

  • Hotéis

São nove as ilhas e 21 as nossas sugestões. Dormir num destes hotéis é por si só uma experiência a não perder nos Açores. Já escolheu onde vai ficar depois daquele passeio e daquele mergulho?

Deixe-se levar pela vistas e pelos trilhos mas quando lhe der a fome, não se deixe enganar. Não o deixamos arranjar lugar em qualquer buraco - vá por nós e encha a barriga com os melhores sabores dos Açores. 

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  • Viagens
  • Escapadas

É a cidade que prova que os Açores não estão nos confins do planeta, mas precisamente no meio. Onde está a virtude. Para aqui convergem aventureiros de todo o mundo e até os golfinhos, animais de reconhecido intelecto, parecem adorar as águas aqui à volta.

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  • Viagens
  • Escapadas

Ilha número dois em número de habitantes, número um em número de festas, a Terceira é uma ilha tudo-em-um: tem praia, montanha, natureza, uma gastronomia surpreendente e um calendário de festas tão grande que pode servir de lençol. É também, ao que parece, um bom sítio para combinar a invasão do Iraque. Sejam quais forem as suas intenções, eis o que não pode perder, desde um passeio pelas entranhas de um vulcão, a experimentar a típica alcatra (que não designa um corte de carne mas um tipo de confecção), ou espreitar os imensos campos de futebol, perdão, de cultivo, que se avistam da Serra do Cume.  Recomendado: O melhor dos Açores: Guia 2018-2019

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