Barcelona, Spain: A man walks down the street, passing by a graffiti on a closed shop shutter that reads "Tourists go home"
Photograph: Jon LC / Shutterstock.com
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Como ser um melhor turista nas cidades mais visitadas da Europa

À medida que o sentimento anti-turismo cresce, a equipa da Time Out, um pouco por toda a Europa, partilha dicas para visitar os mais populares pontos turísticos do continente de forma respeitosa.

Grace Beard
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Já todos vimos as notícias. Nas cidades mais populares da Europa, a população local está a atingir o seu limite. Estão a bloquear estradas em Tenerife, a disparar pistolas de água contra turistas em Barcelona e a pendurar faixas com "turistas vão para casa" nas ruas de Atenas. Apesar das autoridades locais implementarem medidas como proibições de alojamentos de férias e o aumento das taxas turísticas, é seguro dizer que as frustrações com o excesso de turismo atingiram um ponto crítico.

Claro, uma das opções seria evitar essas cidades por completo e gastar o seu dinheiro em destinos que estão activamente a tentar aumentar o turismo. Mas, se já tem uma viagem planeada, não se preocupe: é possível visitar as cidades superturísticas da Europa sem se tornar parte do problema (ou irritar os locais). A Time Out está cá para lhe mostrar como se faz.

Não alimente a economia da “porcaria”

"Obviamente, não fique parado à esquerda nas escadas rolantes. Mas, além disso, vá ciente de que Londres tem uma indústria de ‘porcaria’ próspera, feita para separar os turistas do seu dinheiro. Restaurantes medíocres, passeios turísticos sem graça, bares da treta, lojas duvidosas, e nenhum a merecer um minuto do seu tempo. Se arriscar num café central um pouco degradado em Barcelona ou Lisboa, até pode ser excelente. Mas os equivalentes em Londres são todos maus, e só de entrar já vai ficar deprimido. Sem qualquer planeamento, é bem possível que acabe a saltar de um destes lugares para outro, tornando-se cada vez mais desiludido com Londres e, eventualmente, com a vida." – Joe Mackertich, editor da Time Out Londres

"Há um ditado português – 'comer gato por lebre' – que significa ser enganado a pensar que se está a adquirir algo de alta qualidade, quando na verdade é comum, falso ou simplesmente mau. Se quer ser um turista perspicaz em Lisboa, não caia nas armadilhas de supostos restaurantes tradicionais que orgulhosamente oferecem paellas espanholas, pequenos-almoços ingleses e francesinhas do Porto como se fossem iguarias locais." – Vera Moura, editora da Time Out Portugal

Respeite os locais

"Há uma dica simples para ser um bom turista em Amesterdão: trate a cidade como trataria a sua própria terra. Beberia, gritaria e fumaria erva nas ruas da sua cidade? Recusaria falar qualquer palavra da língua local? Passaria todo o seu tempo em cadeias de restaurantes e armadilhas para turistas? Improvável. Em vez disso, seria respeitoso. Esforçar-se-ia um pouco, trataria a cidade como um lugar que quer preservar e honrar, não como um parque de diversões hedonista. Afinal, casa é onde se faz parte de uma comunidade, não onde se está separado dela." Callum Booth, escritor da Time Out Amsterdão

"Sim, os locais têm aquele visual muito Berlim. Mas não filme as pessoas na capital alemã como protagonistas do seu vídeo de férias! Os residentes de Berlim são muito avessos a fotografias e deve pedir permissão se está desesperado por conseguir provas fotográficas. Além disso, é simplesmente… estranho? Um amigo meu apanhou um turista a filmá-lo no outro dia e questionou porquê. 'Você é tão bonito!' foi a resposta. Não somos animais no zoológico – é simplesmente bizarro." – Kate Bettes, escritora da Time Out Berlim

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Largue o telemóvel

"Andar sem pensar em actualizar o seu Instagram ou capturar conteúdo para um Reels vai mudar a sua vida. Vai parecer uma pessoa aberta a encontros e trocas, e não alguém a tentar encenar a própria existência. E – magia – vai conhecer pessoas! Não é esse o objectivo de uma viagem?" – Antoine Besse, editor de restaurantes e bares da Time Out Paris

Saia da sua zona de conforto

"Escolha pratos desconhecidos no menu. Para quê viajar pelo mundo se é para acabar a comer os mesmos pratos que come em casa? Viajar significa arriscar (um pouco). Pergunte aos locais o que recomendam e experimente algumas especialidades regionais. Não fotografe o seu prato – prove, desfrute. Na pior das hipóteses, se não gostar, terá uma boa história para contar.

A minha segunda dica? Dê um passo ao lado. Ouse sair das áreas altamente turísticas e – com modéstia e respeito – explore bairros mais autênticos, lojas mais antigas e bares menos 'na moda'." – Antoine

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Visite na época baixa

"Quer uma maneira fácil de ser um melhor turista? Visite locais populares na ‘época baixa’. Não só a experiência será melhor, graças a menos multidões e acomodações mais acessíveis, como também colocará menos pressão nos negócios locais, que ficam sobrecarregados durante os períodos de pico. Em Itália, isto significa visitar Roma no início de Dezembro, Veneza em Novembro e a Costa Amalfitana em Abril (apenas tenha em conta as férias da Páscoa)." – Livia Hengel, escritora da Time Out Itália e fundadora do The Italy Edit

Incorpore a sua escapadinha urbana numa viagem mais longa e tranquila

"Recomendo vivamente viajar de forma lenta, ou regional, por Itália. Isso significa focar-se num destino principal (como Roma) e depois visitar pequenas cidades à sua volta, em vez de tentar cobrir todos os destaques de Itália numa semana. A apenas uma hora de carro de Roma, pode chegar a lindas cidades costeiras, uma mini Pompéia, lagos vulcânicos, tumbas etruscas e muito mais. Itália é um país denso, por isso não precisa de viajar muito para ter uma experiência cultural incrivelmente gratificante." – Livia

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Aprenda o impacto da sua visita

"A realidade é que a maioria dos turistas que visitam a nossa cidade são pessoas respeitosas. Claro, há alguns indivíduos rudes que sujam as ruas, outros que bebem e gritam em excesso, e outros ainda que ocupam espaços públicos sem considerar o incómodo que podem causar aos locais. No entanto, a principal queixa sobre os visitantes – além de escolherem restaurantes de cadeia em vez de bons lugares para experimentar a nossa comida, como o Time Out Market Barcelona – é que são simplesmente demasiados. No ano passado, 15,6 milhões de pessoas visitaram Barcelona, enquanto nós, barceloneses, mal ultrapassamos um milhão e meio.

O problema não é apenas a pressão física desta saturação em certos bairros e pontos de interesse; também teve repercussões económicas negativas, como um aumento de 68% nas rendas nos últimos 10 anos. Os turistas precisam de levar este contexto em consideração ao planearem a sua visita de forma consciente: onde escolhem ficar, onde vão comer, que atracções vão visitar, como vão interagir com os locais, que souvenirs vão comprar... o impacto positivo ou negativo da sua visita depende dessas considerações, e provavelmente permitirá que desfrutem de uma Barcelona muito mais autêntica." – Maria José Gómez, editora da Time Out Barcelona

De malas feitas

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Podemos desdenhar, criticar o rumo e apontar o dedo às enchentes, mas todos acabamos por lá ir parar. Não há uma razão para isso, mas várias. São as praias que são das mais bonitas, a comida que sabe melhor, e a vida que se leva mais leve. Seja para uma fugida rápida, ou para umas férias, descubra o melhor do Algarve e tire o máximo partido da costa algarvia.

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  • Viagens

Duas horas. Não demorará muito mais a chegar a Vila Nova de Milfontes e uma coisa conseguimos garantir: demorará menos ainda a esquecer-se que há vida em Lisboa. Praias, restaurantes, lojas. Não se fala do melhor da Costa Alentejana sem mencionar Vila Nova de Milfontes, seja pela praia, pelo rio ou pela gastronomia – e que bem que se come aqui. A verdade é que não faltam coisas para fazer em Vila Nova de Milfontes, mesmo que o sol teime em não aparecer.

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