Três passeios na natureza para ir com a família

Fizemo-nos à estrada e encontrámos parques, ecopistas e passadiços que merecem uma visita

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A Primavera anda a brincar às escondidas e agora que chegámos àquela fase transitória em que é perfeitamente aceitável sair de casa de camisola de gola alta e sandálias, é também altura de começar a pensar em programas ao ar livre. Haverá sempre esplanadas para ocupar, pedaços de relva para se sentar e zonas ribeirinhas para ficar a ver as vistas e apanhar um solinho mas para quem, como nós, sofre de bicho-carpinteirite, é preciso muito mais para sentir que se aproveitou bem o tempo. Podíamos sugerir que subisse até ao Gerês para se maravilhar com o Parque Nacional mais bonito de que há memória mas os 405 km que separam Lisboa do destino não são especialmente motivadores para escapadinhas rápidas.

Bem mais perto da capital há muito verde para explorar e muitas actividades para o entreter a si e à sua família – pensava que nos tínhamos esquecido dos miúdos, não era? Pois que não. Nestes parques que sugerimos encontra entretém para todas as idades e programação para um dia inteiro de passeio. Há programas de aventura, passeios de bicicleta por paisagens intocadas e até visitas culturais ao ar livre. Agarre na mochila, calce os ténis, prepare as pernas e venha daí.

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Três passeios na natureza para ir com a família

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Barquinha Parque
Barquinha Parque

Prefere passar um dia de sol: 1) dentro de um museu; 2) a ver uma exposição ao ar livre? Se escolheu a segunda opção, dirija-se, por favor, a Vila Nova da Barquinha, no distrito de Santarém, e vá conhecer o primeiro (e único) parque verde dedicado à escultura contemporânea. O Barquinha Parque tem um nome previsível que esconde o propósito inusitado de reunir em sete hectares de natureza os melhores trabalhos feitos em Portugal desde a década de 60 até à actualidade – em 2007 foi distinguido no Prémio Nacional de Arquitectura Paisagista, na categoria Espaços Exteriores de Uso Público.

Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes, Zulmiro de Carvalho e Xana assinam algumas das obras em exposição e é aliás do último a peça mais procurada no recinto: uma casa que parece feita de Lego que tem como base caixas de plástico industrial e que quer lançar a discussão sobre o futuro da construção em modelos ecossustentáveis. Foi baptizada com o nome Casa no Céu e tem como vizinhos os Trianons de Joana Vasconcelos, que são dois módulos independentes inspirados, de forma pouco surpreendente, nos famosos Grand e Petit Trianon de Versalhes. Estiveram em exposição em Serralves e juntaram-se à colecção permanente do parque em 2012 para serem um espaço de refúgio. Pode entrar, fazer voar as fitas e espantar-se com o pequeno curso de água que vai encontrar no interior e que remete para a proximidade com o Tejo, a escassos metros de distância e que acompanha a extensão do parque. É precisamente à beira-rio que estão instaladas as zonas de descanso, com mesas de piquenique, árvores que oferecem uma sombra simpática para estender a manta e ficar a apreciar a paisagem, equipamentos desportivos, parque infantil e uma cafetaria.

As obras dispostas pelo jardim são para usar e aproveitar, contrariamente ao que acontece nos museus tradicionais. Posto isto, não tem de ter receio de levar os miúdos atrás nem de se cansar a repetir 375 mil vezes o clássico “não mexas aí!”. Para que não lhe falte nada em Barquinha Parque matéria de descanso, há ateliês gratuitos para crianças dos 5 aos 12 anos que se propõem a pô-las à descoberta dos cinco sentidos através de um passeio pelas artes. O próximo acontece a 25 de Maio, pelo que se quer garantir lugar para a prole mais pequena, convém marcar já lugar. O Barquinha Parque está aberto todos os dias e tem entrada livre.

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Passadiço do Alamal
Passadiço do Alamal

Os Passadiços do Paiva são uma das atracções turísticas mais procuradas desde a sua inauguração, em 2015. Desde então já foram distinguidos com o prémio de Melhor Atracção de Turismo de Aventura do Mundo e está prometida para breve a ampliação do percurso de 8,7 km para 12 km, bem como a construção daquela que será a maior ponte pedonal suspensa do mundo. Em Arouca é tudo em grande, até a quantidade de pessoas que desde o início se desloca às margens do Rio Paiva para cumprir o percurso – são aos milhares, se quer mesmo saber, e muitas vezes obrigam a longas esperas para aceder ao local. Mas Arouca é longe que se farta quando o ponto de partida é Lisboa. O Alamal, no distrito de Portalegre, é confortavelmente mais próximo da capital e também esconde um trilho de madeira que atravessa uma das paisagens selvagens mais bonitas do Alto Alentejo. Tem cerca de 2 km de extensão e liga a Praia Fluvial do Alamal à Ponte de Belver, acompanhado, lado a lado, pelo rio Tejo. “Mas porque é que os miúdos hão-de gostar disto?”, Porque há cegonhas e patos para ver, o castelo de Belver para apreciar ao longe (e que pode apresentar dizendo que está erguido no alto de um monte granítico e que além de ser um dos mais fiéis exemplares da arquitectura militar medieval, foi a fortaleza escolhida por D. Sancho I para guardar o tesouro real) e ainda uma história para contar sobre os antigos caminhos de sirga que acompanhavam o curso do rio e que eram essenciais à navegação fluvial por permitirem rebocar os barcos a partir da margem quando as correntes eram demasiado fortes. Hoje estão praticamente todos submersos, mas é uma história que fica sempre bem contar.

O percurso tem um grau de dificuldade baixo e pode ser desbravado por adultos e crianças. A praia  fluvial é paragem obrigatória para dar descanso às pernas, fazer um lanchinho e, se o tempo estiver de feição, dar um mergulho para refrescar as ideias e decidir se quer continuar a explorar a área ou regressar a casa. No caso de estar a sentir o chamamento da aventura, basta seguir em direcção às Termas da Fadagosa e completar mais uma etapa do percurso das Arribas do Tejo, que parte do Passadiço do Alamal com destino a Belver. Pelo caminho encontra uma ponte centenária, a barragem de Belver, a praia fluvial e o Lagar da Fraga. Esta parte do trajecto faz-se em terra batida e exige alguma preparação, pelo que se for com os miúdos atrás talvez seja boa ideia dar o passeio por terminado com um gelado no café da praia do Alamal.

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Vala de Alpiarça
Vala de Alpiarça

"A sério que estão mesmo a mandar-nos para uma vala?”. Calma, não é uma vala qualquer, é um vale à beira-rio, digamos assim, para ser menos sombrio, como uma ecovia de 7,5 km para explorar a lezíria do Tejo em duas rodas. Na verdade a totalidade da pista divide-se por dois percursos distintos: uma parte de 2,1 km no concelho de Alpiarça e os restantes 5,4 km já no concelho de Almeirim.

Se o vislumbre de uma sopa da pedra e de uma bifana em caralhota no restaurante Tertúlia da Quinta (Largo da Praça de Touros, Almeirim. 24 359 3008) não for motivo suficiente para pedalar por aí fora, então que seja pelo motivo nobre de se manter em forma e praticar exercício físico sem a noção de que está realmente a fazê-lo. Passamos a explicar: se lhe dissermos que tem de se enfiar no ginásio numa aula de spinning ao sábado de manhã, é capaz de nos mandar passear, mas lhe propusermos ir dar uma volta de bicicleta à beira-rio, se calhar já conseguimos que se anime um bocadinho. É exactamente essa a nossa proposta. Sabe a bicicleta que comprou há dois anos quando prometeu parar o carro de vez e começar a fazer as suas deslocações na cidade da mesma maneira que faria se vivesse no Norte da Europa? Aqui está um bom motivo para tirar o pó ao velocípede e cumprir o prometido. O caminho começa em Almeirim e continua até ao centro da vila de Alpiarça, com grande parte a ser cumprido em terra batida e sempre na companhia de um curso fluvial que se divide pelo rio Alpiarça, pela ribeira de Ulme e pela própria da Vala Real, até desaguar na margem esquerda do Tejo já no fim do passeio. Se já está a arfar com a ideia, pode sempre optar por uma rota alternativa com paragem estratégica na Adega Cooperativa de Almeirim (Rua da Adega Cooperativa, Almeirim. 24 357 0560) e aproveitar para rechear a garrafeira de casa com o Varandas Grande Escolha Branco, vencedor de uma medalha de prata na Mundus Vini, e um óptimo pretexto para começar já a pensar nos jantares de Verão com os amigos.

Escapar para perto de Lisboa

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Duas horas. Não demorará muito mais a chegar a Vila Nova de Milfontes e uma coisa conseguimos garantir: demorará menos ainda a esquecer-se que há vida em Lisboa. Praias, restaurantes, lojas. Não se fala do melhor da Costa Alentejana sem mencionar Vila Nova de Milfontes, seja pela praia ou pelo rio, como pela gastronomia – e que bem que se come aqui. 

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Três hotéis termais em Portugal para ficar de molho
Três hotéis termais em Portugal para ficar de molho

Quem vai religiosamente todos anos às termas jura a pés juntos que é das melhores coisas de sempre e que não há tratamento de spa que consiga bater um banho de imersão com massagem ou as piscinas com jactos aquecidas a 36°C. Imagine-se sete dias de molho a cuidar de si. De repente não parece assim tão descabido tirar uns dias para ir às termas. Calha bem, já que a época termal acaba de abrir, mesmo a tempo de uma Páscoa alternativa. Na rota das águas milagrosas encontrámos três hotéis termais para onde íamos já outra vez.

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  • Coisas para fazer

Diz-se escapadinha de uma viagem de curta duração, normalmente assente nos alicerces de uma ponte de feriado ou construída sobre uns dias subtraídos às férias grandes – mas não negamos que também podem ser as férias uma grande escapadinha. O que interessa aqui é que passámos em revista o último ano e escolhemos as melhores novidades de hotéis, turismos rurais e guesthouses de norte a sul do país, ilhas incluídas. 

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