Três hotéis termais em Portugal para ficar de molho

A época termal acaba de abrir. Fomos a banhos e mostramos-lhe três hotéis termais que não são para velhos.

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– Vamos aproveitar os feriados da Páscoa para ir dar uma volta?
– Não posso, já tenho coisas combinadas.
– Vais de férias?
– Vou para as termas.
– A sério?

Esta conversa podia remeter para meados do século passado com interlocutores que seriam, seguramente, pessoas de meia-idade, mas não foi assim que aconteceu. A troca de ideias deu-se entre duas pessoas com menos de 30 anos e deixou, como se percebe, uma delas num misto de espanto/desilusão/preconceito. Termas não é cool, nunca foi, e só agora é que a hotelaria parece estar a despertar para o fenómeno. Quem vai religiosamente todos anos às termas jura a pés juntos que é das melhores coisas de sempre e que não há tratamento de spa que consiga bater um banho de imersão com massagem ou as piscinas com jactos aquecidas a 36°C. Imagine-se sete dias de molho a cuidar de si. De repente não parece assim tão descabido tirar uns dias para ir às termas. Calha bem, já que a época termal acaba de abrir, mesmo a tempo de uma Páscoa alternativa. Na rota das águas milagrosas encontrámos três hotéis termais para onde íamos já outra vez.

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Três hotéis termais em Portugal para ficar de molho

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Hotel Fonte Santa - Termas de Monfortinho
Hotel Fonte Santa - Termas de Monfortinho

Tecnicamente as Termas de Monfortinho não fazem parte do Hotel Fonte Santa, mas os pouco mais de 100 metros que separam os dois edifícios justificam a história a dois tempos. Ali mesmo, à beira do rio Erges e a dois passos de Monsanto, encontram-se umas das termas mais antigas do país, famosas desde que os romanos descobriram uma nascente temperada a 29°C e perceberam que o contacto prolongado com a água favorecia o alívio dos sintomas da psoríase e do eczema atópico. Na altura talvez não soubessem identificar os males de que padeciam mas a simples observação a olho nu mostrava melhorias consideráveis no estado geral da pele e isso, só por si, valeu à nascente de Monfortinho a designação de Fonte Santa. Os anos passaram e as análises científicas à água revelaram boas notícias para outras patologias associadas ao cólon, à digestão, às hemorróidas (palavra feia para uma condição que também não é bonita), ao sistema urinário, às tendinites e à fibromialgia.O balneário é clássico na arquitectura, com grandes janelas panorâmicas, muito mármore no interior e um terraço que assume funções de solário ao ar livre, para descansar depois de ir a banhos. Os aquistas que aqui chegam têm à disposição dois tipos de intervenção terapêutica: a parte de balneoterapia, com imersões, duches, vaporizações e hidroginástica, e o spa propriamente dito, onde se cuida das questões associadas ao sistema musculoesquelético com massagens especializadas e pressoterapia. A passagem pela consulta de avaliação (40€) é obrigatória e a partir daí os tratamentos podem ser comprados avulso ou em pacotes de 20 ou 30, dependendo do objectivo. Um banho de imersão simples fica por 8,90€, o duche Vichy por 30€ e o banho antistresse por 20€.
No fim do dia, um caminho não oficial pelo meio das árvores pode levá-lo de volta ao hotel, onde terá à espera um quarto confortável, decorado ao estilo casa de campo chique, um restaurante tradicional com uns rasgos de modernidade (no Inverno aventure-se na apanha de cogumelos com a cozinheira) e um spa que completa a oferta do balneário vizinho com tratamentos de beleza que prometem devolver vitalidade e juventude à pele.

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Há quem diga que o cenário de O Grande Hotel Budapeste, de Wes Anderson, tenha sido inspirado no Vidago Palace Hotel. Bem vistas as coisas, as semelhanças na arquitectura e cor dos edifícios são impressionantes, no entanto talvez seja só um daqueles rumores em que gostamos de acreditar. O Vidago Palace Hotel, além de reunir um conjunto de características fora de série muito típicas dos palácios em geral (a título de curiosidade, contámos mais de 40 janelas no salão do restaurante), acolhe uma das estâncias termais mais sofisticadas do país. Ao todo são 2500 m2 de área dedicados à saúde e bem-estar, onde se recorre às Águas de Vidago, famosas pela composição alcalina, hipersalina e rica em ferro e flúor, para o tratamento de problemas digestivos, renais e hepáticos, dores musculares e reumáticas, doenças do sistema nervoso, cardiovasculares e de pele. E como é que isso se faz, pergunta o leitor? Fazendo o chamado “percurso das águas”, que inclui diversas modalidades de hidroterapia, desde o duche de jactos de hidromassagem ao banho de imersão numa banheira com sal e água a 42 graus, ao duche Vichy, que combina uma massagem relaxante com a pressão exercida pelos jactos de água, e à hidropinia, que consiste na ingestão diária de água mineral do Vidago, altamente diurética e por isso muito amiga do detox digestivo. Todos os tratamentos incluem consulta de nutrição e são acompanhados por médicos especialistas, que são, no fundo, quem vai decidir o que fazer, como fazer e durante quanto tempo. Geralmente os tratamentos têm a duração de sete dias e o pacote inclui sete imersões (uma por dia) por 100€, que acrescem ao preço do alojamento. Quem estiver bem de saúde tem a piscina exterior aquecida a 36 °C e um spa termal com uma variedade de programas relaxantes e de rejuvenescimento que podem ser à base de água termal ou com produtos naturais como o azeite e o mel.

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Cró Hotel Rural & Termal Spa
Cró Hotel Rural & Termal Spa

Ali para os lados do Sabugal, Rapoula do Côa é um daqueles sítios que só acreditamos que existem quando lá vamos ver que existem mesmo. Além da praia fluvial que refresca o calor insuportável que teima em atacar as Beiras durante o Verão, esconde um dos hotéis termais mais arrojados do país. As propriedades curativas das águas do Cró eram já do conhecimento d’El-Rei D. João V no tratamento e prevenção de problemas musculoesqueléticos, reumáticos, respiratórios e dermatológicos, mas só em 2005, depois de vários “pára-arranca” na concessão das termas, é que o hotel tomou conta dos balneários, transformando-os num espaço onde apetece mesmo ir passar uns dias a tratar do corpo. A obra não foi consensual e houve até quem se insurgisse contra a construção do “mamarracho” em plena zona rural mas se nos permitem aproveitamos este bocadinho para discordar da crítica e acrescentar que foi precisamente aqui que nos sentimos à vontade para, pela primeira vez, subscrever um plano termal sem nos sentirmos com os pés para a cova. Termas e juventude eram dois conceitos difíceis de cruzar até aparecer este empreendimento e isso deve-se em grande parte à configuração do espaço, ultramoderno e minimalista, com 26 quartos com banheira panorâmica e um restaurante tradicional, mas também a uma muito necessária mudança de discurso na apresentação das termas. “Não é só para velhinhos doentes, é para toda a gente que precise de ajuda a tratar alguns problemas de saúde ou tão simplesmente para aumentar os níveis de bem-estar geral”. Para responder a essa missão, o Cró acrescenta ao termalismo terapêutico, serviços de fisioterapia, um spa medicinal e uma piscina aquecida hidrodinâmica com 160 m2, de entrada livre. O acesso ao balneário termal é avaliado numa consulta médica (55€) que vai determinar o tipo e a duração do tratamento e no caso o preço varia de acordo com a posologia.

Mais ideias para uma escapadinha

Lisboa importou restaurantes de todo o país, sobretudo (mas não só) do Norte e do Alentejo. Nada se compara, contudo, à experiência de ir comer à terra de origem. O caminho pode ser longo e demorado, mas estas escapadinhas gastronómicas valem muito a pena. Passámos o país a garfo fino para lhe dizer quais são as dez mesas que justificam cada quilómetro. Tem paragens para todos os gostos, até na Veneza de Paderne (não diga que nunca ouviu falar). Se gostar de um joguinho antes de encher a barriga, também se arranjam umas casas de pasto escondidas na paisagem.

  • Hotéis

Somos fortes em gastronomia, mas também não estamos nada mal nas artes plásticas nem na agricultura biológica. O booking lançou recentemente as tendências de viagem para 2019. Surpreendentemente, numa altura em que parece que cada vez mais se viaja só para alimentar as redes sociais, mais de 50% dos viajantes globais manifestaram preferência por destinos com hotéis onde possam desenvolver uma nova competência. Entre na onda do turismo em 2019 e aproveite que vai dar uma volta para aprender qualquer coisinha. Dizemos-lhe sete turismos onde vai com toda a certeza aprender alguma coisa nova.

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  • Coisas para fazer

Portugal é um país de forte tradição vitivinícola e, a avaliar pelos inúmeros prémios e distinções em concursos internacionais, a excelente qualidade dos seus vinhos não passa despercebida. Para os apreciar e conhecer, nada como visitar as regiões de produção e envolver-se na sua cultura, através de visitas guiadas às instalações ou provas de vinhos e outros produtos locais, por exemplo. Mas, porque nem só da vinha e do vinho vive um homem, poderá ainda alargar horizontes com um passeio de balão ao pôr-do-sol, uma caminhada ou um mergulho numa piscina salgada. Explore os melhores enoturismos para uma escapadinha de Lisboa, destino obrigatório para os amantes de vinho em 2019, e torne-se um seguidor fiel do Baco, o Deus do vinho, da ebriedade, dos excessos e da natureza (dos prazeres da vida, portanto).

  • Viagens

Coimbra demorou a acordar para a modernidade e viveu a última década entretida com a ideia confortável de ser uma cidade de estudantes virada para a movida nocturna. Os bares de shots e bebidas baratas com selecção musical duvidosa, néons e público acabadinho de atingir a maioridade tomaram conta do centro histórico e assim se foi vivendo até a cidade perceber que, sendo maioritariamente da população universitária, também é dos outros todos. A procura turística disparou nos últimos dois anos e com ela apareceram uma série de negócios que, juntamente com os clássicos, deram novo fôlego à vida “coimbrinha”. Traçamos-lhe o roteiro ideal pela cidade dos estudantes, terminando invariavelmente já de manhã. Só lamentamos não termos tido tempo para mais.

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