the oitavos
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The Oitavos: o luxo em redor

Chama-se The Oitavos, mas fizemos de conta que estávamos em casa e tratámos o sítio apenas por Oitavos, como toda a gente que já descobriu este hotel plantado numa paisagem luxuosa às portas de Lisboa.

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Comecemos pelos quartos dos oitavos – e fica feita a piada matemática. São 142, todos com varanda própria e nenhum com menos de 40 m2. A vista dá quase sempre para o mar (o que se aconselha) e/ou para o campo de golfe (que também é bonito, vá). O edifício foi erguido em 2010, tem a forma de um Y, todo ele envidraçado para tirar o melhor partido da geografia do lugar, aberto ao mundo em redor: os pinheiros-mansos, as dunas e o mar – sobretudo o mar.

The Oitavos

A experiência que aqui se relata passa-se num Premium Loft, quarto de folgados 64 m2, situado no terceiro de três andares, virado a poente com vista sobre o azul do Atlântico e o Green do Oitavos Dunes – incluído no top 100 mundial de campos de golfe. Os tons de azul e verde repetem-se nas paredes, tectos e chão do quarto e contrastam com o branco do mobiliário; a decoração limpa, de linhas direitas e despojadas, repete o estilo de todo o edifício.

À chegada, num fim de dia limpo de Outono, é instantânea a atracção pela varanda generosa e o sofá almofadado a servir de bancada para o pôr-do-sol. E logo aí revela-se o traço fundamental deste hotel de luxo: todo o espaço interior se define pela forma como comunica com o exterior. Apesar de todas as mordomias que se acham cá dentro, da cama latifundiária aos dois ecrãs HD num quarto com proporções de um T1 no centro de Lisboa, é o que está lá fora que nos prende a atenção a todo o momento. Essa é uma percepção que teremos em cada fracção dos Oitavos (cá está a graçola outra vez). E é isso que faz desta uma proposta perfeita para uma escapadinha extravagante: estamos a apenas 25 quilómetros do centro de Lisboa, mas o enquadramento de serra e mar é perfeito e a sensação de evasão é imediata.

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Descemos. No piso térreo, estende-se um lobby que ocupa toda a perna do grande Y, com 95 metros de profundidade (mais que o comprimento mínimo de um campo de futebol) e 1.880 m2 de área total. É aí que se encontra o restaurante Ipsylon, a sala de pequenos-almoços – onde se vai querer demorar de manhã, pedir uns ovos feitos como bem lhe apetecer e ficar a olhar o mar –, o Sushi Bar e toda a extensa área comum que se pode adaptar flexivelmente consoante as necessidades de eventos. É um espaço excessivo feito de muitos espaços variáveis que se tornam acolhedores exactamente por estarem escancarados para uma paisagem abençoada. Lá ao fundo, na ponta oposta da entrada principal, estende-se o terraço e a famosa piscina infinita que se derrama sobre o campo de golfe, se assoma para o mar e é um dos grandes cartões de visita da casa.

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Descemos mais ainda. Eis-nos no The Spa do The Oitavos, o centro nevrálgico de toda esta experiência, aquela recomendação que lhe daremos em forma de “se só puder fazer uma coisa faça isto”. Cá em baixo encontra oito salas para tratamentos, seis delas envidraçadas e abertas para o mundo em redor (não se preocupe que ninguém vê cá para dentro). Sugerimos a massagem de relaxamento de corpo inteiro, 50 minutos que ainda perduram passados dois dias (são 90€, mas 90€ muito bem gastos). E o menu é largo, inclui tratamentos corporais, faciais, massagens com pedras quentes, massagens a solo ou a dois – é escolher e deixar-se ficar. Logo ali ao lado, fica uma nesga de paraíso: sob a designação insuspeita de balneoterapia, juntam-se num mesmo espaço banho turco, jacuzzi, sauna (e uma fonte de gelo para contrastar), mais uma abençoada piscina dinâmica com água do mar aquecida. Uma experiência de luxo imersivo. E sim, adivinhou – tudo envidraçado, de olhos postos nos pinheiros, nas dunas e no mar.

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Como chegar
Não vamos perder muito tempo com isso: meta-se na A5, saia lá ao fundo e rume à Estrada do Guincho. Siga as placas.

Preços
Quartos a partir dos 134€

GPS

Para comer

Aqui mesmo, não vá mais longe. Pode descer a ladeira até à estrada do Guincho, que a oferta em toda esta frente de mar é grande. Espreite “Os Melhores Restaurantes de Cascaise não precisamos de falar mais nisso. Mas o conselho, dizíamos, é que fique aqui mesmo. Nos Oitavos tem cinco ofertas diferentes de restauração. Vamos recomendar que experimente o mesmo que nós, o Ipsylon, o tal restaurante plantado no coração do grande lobby envidraçado do hotel. A cozinha é do chef Cyril, a ementa vai variando consoante os produtos da época mas mantendo sempre especial interesse por tudo quanto é do mar. A carta é voluptuosa, mas a experiência Diner du Chef  (45€) deixa-o nas mãos competentes de Cyril – aconselhamos que faça o mesmo com o vinho e peça wine paring para tudo isto. No caso, provou-se uma sopa de peixe, ovo a baixa temperatura e bacalhau de meia cura, uma lição de sabores, texturas e pontos de cozinha perfeitos (o ovo e o bacalhau estavam no ponto da felicidade). Seguiu-se  uma boa cataplana de peixes e mariscos, um queijo de cabra ocitan com marmelada (inteligentemente acompanhado de um Madeira). No fim, não evite as sobremesas, que a casa tem uma tradição muito respeitável neste capítulo. Calhou-nos em sorte tarte tatin, molho inglês e gelado de avelã. E foi uma sorte grande.

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