Fechamos os manuais de História e regressamos a Agosto de 2018. Ou talvez não: à entrada do hotel salta à vista o padrão do tapete que forra grande parte do chão, uma espécie de tropicalismo arrojado com tons de laranja e castanho a substituir os dégradés de verde que associamos à selva. Se juntarmos o bar que abre o lounge aos visitantes, parece que estamos num cruzeiro de uma série de culto dos anos 80, quem sabe a dividir vodka martini com um agente secreto. Cruzeiro por haver janelas e vista para uma piscina azul, caso contrário, poderia ser um luxuoso casino. Destaque para uma cúpula redonda pela qual entra a luz, mesmo sobre as mesas e as cadeiras no átrio.
Não se trata do templo de Salomão, erguido em Jerusalém pelo rei que lhe deu o nome (e mais tarde destruído pelo polissílabo mais divertido que tivemos de decorar nas aulas de História, Nabucodonosor II), mas os antigos cavaleiros da Ordem de Cristo certamente que o iriam defender. O Hotel dos Templários, mesmo no centro de Tomar, tem quatro estrelas e uma valiosa cruz, a da ordem militar que foi criada para proteger os peregrinos cristãos na sua caminhada até Jerusalém – e que, actualmente em Portugal, é uma ordem honorífica presidida por Marcelo Rebelo de Sousa.