Viagens, Georgia, Tbilisi
©DreamstimeTbilisi capital da Georgia
©Dreamstime

Volta ao mundo sem sair do sofá

Não dá para pôr o pé fora da porta? Não, mas temos soluções.

Publicidade

Em tempo de guerra, qualquer buraco é trincheira. Mesmo que seja virtual. Lá porque não pode sair de casa, não significa que não possa viajar. Não estamos a sugerir que entregue a alma aos psicotrópicos, mas propomos umas escapadinhas virtuais que prometem acrescentar muito mais à sua vida do que as horas que tem passado a fazer scroll infinito no Instagram.

Conheça aqui dez sugestões para começar a planear as próximas escapadinhas sem sair de casa, com visitas virtuais a cidades e museus, experiências radicais a 360º e passeios em paraísos tropicais.

Recomendado: Dez sítios para visitar através do Google Street View

Ver o pôr-do-sol na Jamaica

Se tem a sorte de ter uma varanda ou janela virada a poente, não está tudo perdido. O pôr-do-sol, esse fenómeno que se transformou em actividade de convívio ao ar livre, pode estar vetado a ajuntamentos até ordem em contrário, mas nada impede que o possa apreciar na calma do lar, nem que para isso tenha de se empoleirar perigosamente num parapeito de onde consegue vislumbrar, ainda que mal e de esguelha, o dia a desaparecer. No caso de não ter como avistar a linha de horizonte, o earthcam.com traz-lhe o pôr-do-sol diariamente a partir de várias geografias. Por exemplo, na Jamaica, onde o Rick’s Cafe, em Negril, tem câmaras em live streaming com uma panorâmica invejável das falésias de West End e das suas praias de areia branca e mar azul turquesa. O pôr-do-sol tropical acontece pela 01.24 (hora de Lisboa) e repete todos os dias, assim haja vontade de o ver. Na mesma plataforma pode também escolher passear por Times Square, em Nova Iorque, mergulhar num tanque com tubarões, em Baltimore, ou emocionar-se a sério com a simplicidade da vida selvagem, entrando em directo na jaula de um leão, no Alabama.

De Lisboa a Bilbau num minuto

A situação Covid-19 em Espanha também não está nada famosa e até obrigou ao fecho de fronteiras com Portugal – logo agora que bateu uma saudade súbita de zarpar daqui para fora. Nada tema. A portuguesa Wise, empresa especializada em sites interactivos, criou uma página inteirinha dedicada à capital do País Basco, com um passeio virtual desde a ponte pedonal Zubizuri até ao museu Guggenheim, com vista completa do edifício a partir do exterior. Acedendo a bilbao360walk.com, só tem de seguir os círculos que indicam a próxima paragem e ir dando uma espreitadela à informação adicional sobre os jardins, as obras de arte e as curiosidades que vão surgindo no ecrã à direita. Para que a experiência seja realmente imersiva, ponha os auscultadores e ligue o som no máximo para ouvir os barulhos reais da cidade, gravados numa altura em que ainda era normal haver pessoas na rua. A visita virtual não inclui entrada no museu, mas já lá vamos.

Publicidade

Escapadinha artística

Na impossibilidade de se atirar a uma escapadinha cultural dentro e além-fronteiras, a Google Arte e Cultura juntou-se a mais de 500 museus de todo o mundo para oferecer visitas virtuais a quem queira “aparecer”. Imagine-se a saltar do MoMA, em Nova Iorque, para o museu Van Gogh, em Amesterdão, e, logo a seguir, passar rapidamente pela Galeria Nacional em Berlim, mesmo antes de se deixar contagiar pelo surrealismo de Frida Kahlo, no museu em sua homenagem, na Cidade do México. Se se vir atrapalhado com o excesso de informação – chamemos-lhe a síndrome Ikea – há um mapa animado dividido por países com informação sobre cada um dos museus integrados no circuito. Em Portugal são 36 os que se juntaram à iniciativa, sendo que a maior parte está na Grande Lisboa. Anda a sentir falta do ar puro da Gulbenkian? Aproveite uma manhã de sol (em casa) para um passeio (virtual) pelos jardins e aproveite que está com tempo para descobrir o roteiro de arte urbana da capital, com passagem obrigatória pela intervenção “Recycle Looks”, que transformou muitos vidrões da cidade em obras de arte.

Viajar pelo mundo à boleia dos locais

O optimismo é o que nos vai salvar da loucura. Esta frase, inventada por nós agora mesmo, tem sido o mantra dos dias que parece que teimam em não passar. Não podemos sair, bem sabemos, mas estamos crentes de que será uma situação temporária e que muito em breve (por favor!) estaremos aí para as curvas, a sentir o sol na cara e a planear as férias, venham quando vierem. A app Spotted by Locals é um óptimo ponto de partida para começar a pensar na próxima viagem, uma espécie de melhor amigo a viver na cidade, que diz exactamente onde ir, de onde fugir, o que comer e beber, o que é obrigatório visitar e a que horas a partir de uma compilação de dicas oferecidas em primeira mão pelos habitantes locais. Tbilisi (na imagem), na Geórgia, Tampere, na Finlândia, Paris, ah Paris, Chisinau, na Moldávia, enfim... há 80 cidades norte-americanas, europeias e africanas por onde escolher e todas estão acompanhadas de um guia gratuito de consulta online. A app custa 3,99€ e acrescenta ao “must sees” aqueles segredinhos bons dos quais todos gostamos de nos gabar de ter conhecido em viagem.

Publicidade

Aventura com vista panorâmica

Avistar baleias no meio dos fiordes noruegueses, surfar no Havai com os campeões mundiais da modalidade, descer a encosta de uma montanha nos Pirenéus ou sentir o coração descontrolado na antecipação de um salto em queda livre na ilha privada de Richard Branson são algumas das experiências de adrenalina que a GoPro está a partilhar no site oficial da marca. Não são filmadas em directo e nem dependem do uso de acessórios de realidade virtual, são tão reais quanto possível graças a uma câmara dupla com captura a 360º que dá a sensação de estar in situ, mesmo quando se está confortavelmente sentado no sofá com uma chávena de chá de camomila na mão. Os vídeos não são aconselháveis a ansiosos crónicos nem a pessoas pouco aventureiras, mas se anda a precisar de dar uma agitada na rotina caseira, ei-la aqui em vista panorâmica.

Dar um saltinho a Marte

Se há 10 anos nos perguntassem se achávamos possível chegar a Marte, teríamos franzido o sobrolho em jeito de “não sei, mas duvido”. Do mesmo modo que se há 10 dias tivéssemos sido confrontados com a ideia de isolamento social, a resposta não teria sido muito diferente. Sucede que aconteceu. Marte já não é território desconhecido e o recolher obrigatório está iminente. E de repente, “ir” a Marte tornou-se bastante mais simples e aconselhável do que descer a rua para ir tomar café. No canal de YouTube da NASA é possível sair de órbita e acompanhar a missão do Rover a Marte, com imagens panorâmicas do que, à partida, parece ser um deserto perdido algures aqui ao lado, em Navarra, mas que é, nada mais, nada menos, do que o solo do planeta vermelho. A partir daí, é natural que fique fascinado com a conquista e que dê por si passadas três horas a saltar de vídeo em vídeo e a desvendar, um a um, os segredos do universo.

Publicidade

Saudades de ver o mar?

Estivesse tudo bem, por esta hora já teria aproveitado este cheirinho a Verão fora de época para ir a banhos e para apanhar sol, não é verdade? Portugal continental tem 943 km de costa marítima que, por estes dias, e agora sim, se pode dizer “deserta” (assim esperamos) e livre para explorar... à distância de meia dúzia de cliques. No site visitasvirtuais.com há 137 praias para conhecer em detalhe e que embora não correspondam à totalidade da costa portuguesa, cobrem cerca de 1/5 do território à beira-mar, com início na Nazaré e passagem pela Costa da Caparica, pelo azul cristalino da Arrábida e pela Comporta, terminando já em Sines, na água tépida de São Torpes. Quando serenar as saudades do mar, siga a rota da água doce e passe pelos Açores para rever a Lagoa das Sete Cidades a partir do Miradouro da Vista do Rei, e se precisar de um quentinho extra no coração, suba ao Arco da Rua Augusta para um “olá, até já” ao Tejo. No site encontra ainda visitas virtuais a monumentos históricos, jardins, parques de campismo (porque não?), marinas e recintos desportivos – não, os estádios dos três grandes não fazem parte do passeio mas se quiser passar pelo Jamor, faça o favor de entrar.

Guias de Viagem que dá gosto folhear: Assouline

O que é que faz falta nestes dias? Um livro fotogénico para pôr na mesa de apoio e sacar umas fotos bonitas para as redes sociais a dar prova da arrumação exemplar da sua sala. Os guias Assouline são, de facto, bonitas peças de arte e têm a vantagem de ajudarem a atenuar a dor de não poder viajar. Mykonos, Comporta, Tulum, Capri e St. Moritz são alguns dos destinos de luxo escolhidos, mas se preferir uma viagem pelos vinhos franceses ou pela boémia de Ibiza, também há. Custam a partir de 95€ e estão disponíveis em eu.assouline.com.

Publicidade

Guias de Viagem que dá gosto folhear: Louis Vuitton

Os primeiros guias de viagem da marca de luxo foram publicados em 1998, longe ainda de se imaginar que viajar seria uma actividade acessível a quase toda a gente e que era possível fazer guias bonitos, com letra legível e imagens focadas. Desde então, todos os anos a Louis Vuitton acrescenta novos destinos à colecção – em Maio serão lançados os guias de Barcelona, Marrocos, São Petersburgo e Reims (a região do champanhe) –, contando com a colaboração de artistas emergentes para ilustrar as histórias das cidades e registar, de acordo com as suas vivências, o mais especial de cada uma. Lisboa faz parte das cidades retratadas e, tal como os restantes destinos, está à venda nas lojas da marca e em louisvuitton.com, a partir de 20€.

Ninja da Fuga

Uma ideia, mais ou menos séria, para garantir cinco minutos de paz e sossego numa casa cheia de pessoas. São as suas pessoas, é verdade, mas há limites.

Sabe o forte de almofadas e cobertores que construiu no meio da sala para entreter os miúdos? Está tão giro, tão confortável, até tem luzinhas de árvore de Natal e tudo. Parabéns, conseguiu uma hora de calma aparente antes de ter de intervir para resolver uma chatice qualquer de partilha de espaço. É esse mesmo forte, que construiu com as suas próprias mãos, que vai servir de poiso a uma merecida sesta de 20 minutos a seguir ao almoço. O plano é o seguinte: tranque-se na sala (sim, com chave), leve uns fones que isolem o ruído, ponha um som a tocar e entregue-se a um merecido descanso. “Então e faço o quê aos miúdos?”. Deixa-os com o outro adulto da casa. Simples assim.

Escapadinhas virtuais

  • Museus

Os museus e galerias que sempre sonhámos visitar podem estar de portas fechadas devido ao actual surto, mas não desespere. Há curadores a apostar nas novas tecnologias e a ficar cada vez mais criativos na forma de dar acesso às suas colecções, e muitos disponibilizam agora tours virtuais para uma audiência digital. 

Publicidade
Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade