viajar sem sair de casa
Fotografia: Frank Vessia/ Unsplash
Fotografia: Frank Vessia/ Unsplash

Sete dicas para viajar sem sair de casa

Se está com vontade de ir explorar o mundo lá fora, lembre-se: há muitas formas de viajar sem sair de casa

Raquel Dias da Silva
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Não vale a pena entrar em discussões. Viajar é das melhores coisas do mundo. É praticamente inquestionável. Mas infelizmente nem sempre é possível: às vezes não há tempo, outras vezes não há dinheiro e raras vezes as circunstâncias simplesmente não o permitem, como agora. Ainda assim, não há razões para desesperar. Mesmo sem sair de casa é possível viajar. Duvida? Então lembre-se do poder do cinema, da música, da gastronomia, da literatura e das tecnologias. E depois espreite esta lista com dicas para viajar sem sair de casa, que o desafiam a começar pelos cursos de línguas online. Afinal de contas, tem de se preparar para a sua futura viagem fora de portas. Se se esforçar, não terá de passar pela parte chata de pedir direcções ou de não saber como se pede um café em turco ou alemão.

Recomendado: Time In: As melhores sugestões para fazer em casa

Dicas para viajar sem sair de casa

1. Aprender uma nova língua

Para aprender uma nova língua não precisa de sair à rua nem de gastar dinheiro. Há muitos sites gratuitos dispostos a dar-lhe todas as ferramentas necessárias para aprender a dar à língua num outro idioma. Por isso, se é tagarela, mas quando tem de falar em espanhol, francês, alemão, russo ou arábico fica mudo, não desespere. O Duolingo, o Busuu, o Memrise ou o FluentU são apenas quatro das muitas opções grátis e divertidas por descobrir no incrível mundo da Internet. Espreite-os, um a um, e decida qual a melhor plataforma para si. Os métodos de ensino variam e vão desde visualizar vídeos e flashcards até falar com utilizadores nativos da língua. Depois, se tomar o gosto a cursos online, aproveite para aprender mais. Por exemplo, se estiver com vontade de visitar a Ásia, pode começar primeiro por umas aulas de artes marciais. Convencido? Espreite lá esta lista de workshops e cursos online para fazer em casa.

2. Cozinhar e provar receitas do mundo

Quando está noutro país, uma das melhores coisas para se fazer é aventurar-se em novas experiências gastronómicas. Mas, porque não há melhor forma de viajar do que através de cheiros e sabores, pode fazê-lo também no conforto da sua casa. Prepare a cozinha e, sozinho ou em família, teste os seus dotes culinários com receitas do mundo. Experimente, por exemplo, esta receita de guacamole e pico de gallo, para uma viagem ao México. Ou várias receitas do Time Out Market fáceis de fazer em casa, como a de bife tártaro asiático da Tartar-ia, para uma viagem ao Oriente. Ou a receita de Rigatoni com Almôndegas de Chouriço, cortesia de Matt Preston, o popular júri do programa televisivo MasterChef Austrália. Ou, por que não, a receita de Spring Rolls de Luís Cardoso, do Soão, para um saltinho ao Vietname. Se preferir, também pode encomendar: há muitos restaurantes com entregas e take-aways. Entre as propostas com sabores do mundo, encontra o Ajitama Ramen Bistro, o Pistola y Corazon ou o Grupo Non Basta.

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3. Ver séries ou filmes estrangeiros

Ver séries ou filmes estrangeiros é uma óptima forma de viajar sem sair de casa. No conforto do seu sofá ou da sua cama, debaixo das mantas ou a apanhar sol de janela aberta, não há melhor forma de ouvir novos idiomas e descobrir novas culturas do que em sessões de cinema caseiras. Mas, atenção, não ouse sequer escolher uma fita falada em inglês. É estrangeiro, mas só assim-assim. A ideia é que, sem legendas, não perceba patavina do que os actores estão a dizer. Está a perceber? Se não souber falar fluentemente francês ou italiano, pode ver filmes do François Truffaut e do Federico Fellini, por exemplo. Caso contrário, aponte sempre para o mais longe possível, como a Coreia do Sul, a Checoslováquia ou a Turquia. Para o ajudar, recomendamos esta lista de dez filmes que ganharam o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Um “zapping” no catálogo da Netflix e encontra facilmente propostas como O Protector (em turco), Ragnarok (em norueguês), The Rain (em dinamarquês) e Dark (em alemão).

4. Ver vídeos de viagens

Os vídeos de viagens são um sucesso no Youtube. Há cada vez mais canais a ser criados de propósito para partilhar aventuras noutros continentes. Os Vagabrothers, por exemplo, já produziram mais de 200 vídeos em pelo menos 50 países, do Uzbequistão ao Sri Lanka. Mas espreite também o canal do alemão Christoph Rehage, que em 2007 decidiu percorrer a pé os cinco mil quilómetros que separam a China da Alemanha – após um ano de caminhada, o seu vídeo e a sua barba em timelapse tornaram-se virais: já são mais de 42 milhões de visualizações apenas no YouTube. E há muito mais para ver. Sugerimos ainda o canal da Nadine, do Gareth e do Mike.

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5. Ouvir música além fronteiras

Povos do mundo inteiro produziram música muito antes das primeiras orquestras. Não se conhece nenhuma civilização que não possua manifestações musicais próprias. A história da música confunde-se muitas vezes com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humana. De géneros a subgéneros, há uma imensidão de estilos musicais, que variam de país para país. Por exemplo, sabia que na Índia há mais do que apenas sete notas musicais? A música clássica indiana é baseada numa complicada série de escalas, chamadas ragas, cada uma destinada a uma situação, a uma hora do dia ou estação do ano em particular. Curioso? Ouça o compositor e sitarista indiano Ravi Shankar, considerado por muitos o “padrinho da música do mundo” (e, tome lá mais uma curiosidade, pai da pianista e cantora de jazz Norah Jones). Mas não se limite. Há muitas outras coisas boas noutras geografias, de rap francês a metal nórdico.

6. Ler, ler, ler

Ler é viajar. Já não é segredo para ninguém (esperemos). Por isso, só tem de decidir para onde ir, da realidade à ficção, passando por tudo o que estiver pelo meio. Por exemplo, se é fã de mundos alternativos, espreite estes livros infantis fresquinhos ou estas sugestões de banda desenhada para todas as idades. É mais adepto de imagem e da vida real? Recomendamos então alguns livros de fotografia que, nos últimos anos, melhor nos mostram uma realidade, ficcionada ou não, do mundo que nos rodeia. Precisa de mais ideias? Junte-se ao desafio literário Time In, para tentar ler um livro por dia, e comece já por conhecer a Polónia da Segunda Guerra Mundial com Os loucos da rua Mazur, de João Pinto Coelho. Ou, é sempre uma boa hipótese, atire-se à literatura de viagens, de O Japão é um Lugar Estranho, de Peter Carey, até Sul, de Miguel Sousa Tavares.

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7. Fazer visitas virtuais a museus

Dos museus de Lisboa aos museus de Nova Iorque, Praga ou Moscovo, é possível ver tudo através da plataforma Google Arte e Cultura, que funciona em colaboração com museus e galerias espalhados por todo o mundo e utiliza a tecnologia de street view para oferecer visitas virtuais e gratuitas a estes espaços. É verdade: nunca foi tão fácil ver as pirâmides em Guizé, no Egipto, ou o Taj Mahal, na Índia. O melhor de tudo é que não vai precisar de gastar dinheiro ou esperar em filas. Mas, atenção, há muitos museus, que já disponibilizam nos seus próprios sites visitas virtuais, como o Museu do Louvre, em França.

Mais coisas para fazer em casa

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  • Miúdos

Ver televisão o dia inteiro está fora de questão – mas também não seja intransigente, um episódio por dia nem sabe o bem que lhes fazia (a eles e ao pais!). Entre leituras, pinturas, cozinhados e trabalhos manuais, o que não falta são coisas para fazer com os miúdos dentro de casa. Boa sorte!

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