Senhora Presidenta
© João SaramagoA Senhora Presidenta é uma das galerias mais jovens do Bonfim
© João Saramago

Roteiro de arte no Bonfim

Nos últimos anos, o quarteirão de Miguel Bombarda ganhou um rival à altura. O Bonfim mostra-se dinâmico e irreverente e tem arte para dar e vender em galerias, oficinas, ateliês ou feiras. Traçamos-lhe um roteiro para não se perder.

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Se há zona da cidade com talento natural para as artes é o Bonfim, ou não fosse ele o ponto de convergência de muitos que querem dar os primeiros passos neste mundo, nomeadamente através da formação na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (FBAUP). Por isso, não é com surpresa que vemos as várias expressões artísticas transporem as suas paredes para se instalarem em galerias de arte contemporânea, estúdios de artes gráficas, oficinas de artes manuais, ateliês de artistas, feiras de arte, e muito mais. Actualmente, o Bonfim serve de expositor a uma série de artistas emergentes e conceituados, com o espírito dinâmico, irreverente e alternativo que sempre o caracterizou. Para que não se perca, preparámos-lhe um roteiro de arte pelo Bonfim.

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Roteiro de arte no Bonfim:

  • Arte
  • Galerias
  • Bonfim

Fundada em 2017 por Mário Ferreira da Silva e Frederick Lehmann, a galeria trabalha a divulgação de artistas portugueses contemporâneos a nível internacional e a representação e exposição de artistas internacionais em Portugal e no estrangeiro. A Lehmann + Silva colabora com artistas emergentes e consagrados e tem dois pisos: o espaço de exposições e a cave no piso inferior, que pode ser usada como prolongamento de área expositiva ou espaço de criação de projectos de pesquisa e curadoria. A L+S segue o carácter multidisciplinar da arte contemporânea e expõe pintura, escultura, instalação ou vídeo. 

  • Arte
  • Bonfim

Jovem, dinâmica e determinada, como a gaivota de ar empertigado que lhe deu nome, rapidamente conquistou um lugar na cena artística do Bonfim. Criada em 2018 pelos artistas Dylan Silva, Mariana Malhão e Luís Cepa, que se conheceram na FBAUP e partilharam o seu primeiro ateliê no Bolhão, expõe e vende pintura, escultura, fotografia, cerâmica e ilustração. Além dos trabalhos de artistas residentes e convidados, funciona como ateliê e montra da marca de tapetes artesanais GUR, criada pela designer Célia Esteves.

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  • Arte
  • Bonfim

Está longe de ser uma galeria convencional e, se estiver com pressa, é provável que nem repare nela. Antes de se abrir à arte, era um talho, e ainda preserva os vestígios da sua vida anterior, do toldo onde se lê “Santo Talho” às arcas e ganchos para pendurar a carne. Os artistas Alexandre Teixeira e Filipa Fernandes apropriaram-se do espaço e dos instrumentos ali deixados para apresentar a obra de criadores emergentes e consagrados. Embora a sua dimensão seja reduzida, o leque de artes acolhidas é vasto: design, pintura, escultura, instalação, vídeo e performance são alguns exemplos.

  • Arte
  • Galerias
  • Batalha

Sediada no edifício do Círculo Católico de Operários do Porto (CCOP), esta galeria integra o espaço homónimo, que funciona como ateliê e espaço independente de experimentação e produção de novas linguagens, investigação cultural e plataforma para a criação interdisciplinar. Com 80m2, a Galeria do Sol reflecte a vontade de dar corpo a novas ideias e fomentar o pensamento crítico em ligação com a comunidade. Nesse sentido, a programação inclui, além das exposições, performances, debates, sessões de cinema, concertos, entre outras actividades.

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  • Arte
  • Galerias
  • Bonfim

Co-fundada em 2016 pelos arquitectos Andreia Garcia e Diogo Aguiar, esta é uma “galeria-vitrine” com apenas seis metros quadrados. Parece pouco, mas é o suficiente para pôr a arquitectura em confronto com questões como arte, design, cidade e território. As suas exposições são sempre acompanhadas de uma forte componente de reflexão, debate e antecipação de problemáticas da arquitectura contemporânea. A sua dimensão não é obstáculo, já que por ser tão pequena, pode ver o que se passa lá dentro a partir da rua.

  • Arte
  • Fotografia
  • Bonfim

É a única galeria do Bonfim dedicada à fotografia contemporânea e documental e está a meio de um ciclo de quatro anos designado Salut au Monde!. O projecto vai buscar o nome ao célebre poema de Walt Whitman e manifesta o desejo de sair da nossa bolha para descobrir tudo e todos e que nos são estranhos. O seu ideólogo é o programador espanhol Pablo Bérastegui Lozano, que prevê 13 exposições para as 13 partes do poema. O SP620 inclui, ainda, os programas Rewind, Guest Photographer e Work In Process, que foca fotógrafos pouco reconhecidos, fotógrafos convidados da Península Ibérica e trabalhos inacabados de uma nova geração de criadores, respectivamente.

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  • Galerias
  • Bonfim

Em 2013, um colectivo de artistas consagrados, curadores, críticos e jovens artistas recém-saídos da FBAUP juntaram-se para criar uma alternativa ao circuito de galerias comerciais no Porto. Desde então, têm apresentado um programa expositivo que se distingue pelo seu carácter experimental, multidisciplinar e intergeracional, reunindo nomes emergentes e consagrados, portugueses e estrangeiros. O leque de propostas é variado e inclui artes visuais, cinema de autor, música improvisada e electrónica, literatura e pensamento.

  • Arte
  • Galerias
  • Bonfim

Em 2011, uma casa centenária foi recuperada e ampliada para dar lugar a uma galeria assente na diversidade de artistas e expressões artísticas. Por lá mostra-se desenho, pintura, escultura, fotografia, objectos de autor e instalações, de nomes portugueses e estrangeiros de diferentes idades. Além do seu programa, a Galeria Porto Oriental está aberta a outras propostas de projectos expositivos, que serão avaliadas mediante apresentação de portefólio e memória descritiva. O espaço pode ser visitado entre exposições, uma vez que ele próprio vale como peça arquitectónica.

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  • Arte
  • Galerias
  • Bonfim

Também na Rua Santos Pousada está uma galeria que, em 2017, se juntou ao estúdio de design de comunicação a funcionar ali há 15 anos. O projecto junta Nuno Horta, designer, e Nuno Sacramento, fundador e director da Galeria Nuno Sacramento, em Ílhavo. Este último assume a curadoria das exposições do espaço focado na arte figurativa contemporânea, e onde não falta fotografia, escultura, ou instalação de nomes emergentes. Para entrar é preciso tocar à campainha, mas não se deixe intimidar. Vai ver que não se vai arrepender.

  • Arte
  • Galerias
  • Bonfim

Surgiu em 2005 pela mão de Maria do Carmo Oliveira e é uma das galerias mais antigas do Bonfim. Define-se como um espaço divulgação de novos projectos de arte contemporânea, nomeadamente arte emergente e experimental, mas pretende fazer a ponte entre jovens artistas e artistas consagrados. A MCO desdobra-se em quatro pisos, seis espaços expositivos e um espaço de residência sem fins lucrativos para artistas, curadores e galeristas.

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  • Museus
  • Militar e marítimo
  • Bonfim

Quem não resiste a um desvio pela história, poderá encontrar aqui material bélico e objectos relacionados com mais de 100 anos de vida militar portuguesa e europeia. O chamariz do museu é uma colecção de 16 mil soldadinhos de chumbo, representando exércitos de todo o mundo, desde a antiguidade aos dias de hoje. Outro achado é uma espada que se atribui a D. Afonso Henriques, o fundador da nação. Mas também há uniformes e armas convencionais, como tanques, metralhadoras e outras que tais.

  • Arte
  • Estampas e edições
  • Baixa

Rodrigo Neto é pintor, impressor e poeta, três vertentes que conjuga ao leme desta oficina de serigrafia artística e artesanal. Além de produzir e imprimir o seu próprio trabalho, presta serviços de impressão sobre papel, madeira ou tecido. Iniciou-se na serigrafia de forma autodidacta e foi aprendendo por tentativa e erro, com a ajuda de quem já percebia do assunto. Há sete anos, começou a partilhar os seus conhecimentos com os clientes da oficina, na sua maioria estudantes, designers e artistas. Neste momento, a Atalaia está a mudar-se para os ateliês da Rua do Sol, no edifício do CCOP.

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  • Arte
  • Estampas e edições
  • Bonfim

Há muito que os cartazes em serigrafia da Oficina Arara fazem parte da paisagem das ruas do Porto. Uns promovem concertos, festas ou exposições. Outros são mais interventivos e politizados, lembrando que é no espaço público que se fazem as transformações. Criada em 2010, a Arara é, simultaneamente, um colectivo de artistas independentes, um estúdio de artes gráficas e uma galeria informal e comunitária, ancorados na experimentação e na produção de cartazes, livros e outras edições.

  • Coisas para fazer
  • Aulas e workshops
  • Bonfim

O espaço de Rita Medinas Faustino, artista plástica e arte-educadora, é um oásis da experimentação. Por lá, miúdos e graúdos podem pôr as mãos na massa e fazer cerâmica, aguarela, bordado, macramé, pintura marmoreada, monotipia, cianotipia e livros pop-up. Embora haja workshops individuais regulares dedicados a cada uma destas técnicas (o melhor é estar atento ao Facebook), os mais pequenos podem optar pela Oficina Mix, que decorre todo o ano e permite explorar uma expressão artística diferente a cada mês. É uma boa forma de dar asas à criatividade e, quem sabe, descobrir um talento escondido ou um novo hobby a levar para a vida.

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  • Arte
  • Suporte misto
  • Bonfim

O nome pode induzir em erro, já que neste espaço do Centro Comercial Stop não se compram nem arranjam letras alheias. Com menos de 50 m2, a Oficina de Reparação de Letras cruza literatura e pintura e resulta do encontro entre o escritor Guilherme Barros e Avelino, artista plástico autodidacta cujo trabalho consiste em cortar, pintar e montar as letras dos seus textos em telas a óleo. Por tentativa e erro, despontou uma sinergia criativa entre duas figuras que, na verdade, convergem numa pessoa. Se passar por aqueles lados, poderá ver a mão firme e precisa de Lino Machado a manusear as pinças de trabalho que servem para separar, alisar e pintar as letras que dão corpo e relevo às palavras.

 

  • Compras
  • Bonfim

Se quer arregaçar as mangas e meter as mãos na massa, este é o sítio ideal. Criada em 2018, a Nü é uma oficina dedicada, primordialmente, à cerâmica, ou não fosse esse o amor que arrebatou Manu Souza e a fez largar o design gráfico. Por lá dá forma a pratos coloridos de inspiração africana, taças com seios arrebitados ou vasos com narizes salientes. Mas não só. Além de partilhar o espaço com outros criativos, semanalmente desvenda os segredos do barro em workshops de introdução à cerâmica. E, como a criatividade é a única regra da casa, há também lugar para outras artes manuais, como aguarela, caligrafia, macramé ou bordado.

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  • Compras
  • Bonfim

Nesta oficina de ocupação de tempos livres dedicada à cerâmica, os participantes têm total criatividade: azulejos, figuras ou objectos são algumas das peças a que se podem dedicar, com a orientação de Teresa Branco. A ceramista, anteriormente ligada à área de intervenção social, criou a Brâmica para trabalhar o sentido terapêutico de "autopromoção, autovalorização e auto-realização" dos participantes e a promoção da cultura portuguesa, em particular a azulejaria. Todos são bem-vindos, já que "para fazer cerâmica só é preciso ter vontade".

  • Arte
  • Cerâmica e olaria
  • Bonfim

Magnéticos para o olhar e a câmara fotográfica, os azulejos estão espalhados pelas fachadas de toda a cidade. Muitos não sabem é que, em tempos, vinham de fábricas dos arredores entretanto desaparecidas. A necessidade de preservar a tradição, em risco também devido ao aumento de edifícios devolutos, levou Alba Plaza e Marisa Ferreira a fotografar e catalogar os diversos padrões existentes e respectivas localizações. Para financiar este arquivo digital, já com mais de 200 motivos estima-se que haja cerca de 1000 fundaram a Gazete Azulejos, ateliê onde ensinam miúdos e graúdos a pintar azulejos. Além disso, vendem ali peças de autor, suas e de outros artistas.

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  • Bonfim

Depois de vários anos abandonado, este edifício de art déco datado de 1930 foi devolvido à cidade em 2017. Desde aí, acolhe projectos ligados às artes, à cultura e à formação e serve de palco a criações colectivas com a comunidade, com o objectivo de contribuir para a inclusão social. A Casa quer facilitar o acesso ao contacto e aprendizagem da arte e mostrar que todos podem ser agentes culturais. Gerida pela Junta de Freguesia do Bonfim em parceria com a FBAUP e a PELE – Associação Cultural e Social, apresenta actividades para famílias, serões comunitários e oficinas de música, pintura e olaria.

  • Arte
  • Centros de artes
  • Bonfim

Sem a comunidade artística e criativa, o Bonfim não seria o que é hoje. Foi ela a principal alavanca para a renovação e o rejuvenescimento do bairro, cruzando nas suas ruas, nas suas casas e nos seus espaços artistas visuais, músicos, designers, ilustradores, performers e produtores culturais. Muitos deles saíram da Faculdade de Belas Artes, que acaba por ser o ponto nevrálgico da dinamização artística do Bonfim. É uma faculdade aberta à cidade, com um museu próprio e uma programação regular de exposições, performances, cinema e debates. O jardim é a cereja no topo do bolo, pois além de ser um recanto agradável, tem esculturas de nomes consagrados, como Teixeira Lopes, Barata Feyo, Lagoa Henriques, Gustavo Bastos ou José Rodrigues.

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  • Arte
  • Feiras
  • Bonfim

Define-se como “mercado de edição, transumância gráfica e escatologia comercial” e mostra o trabalho de artistas, designers, ilustradores e outros criativos, de ateliês, oficinas e editoras independentes, muitos deles das redondezas. Sem periodicidade certa, normalmente é precedida por uma open call para seleccionar os artistas e colectivos participantes. Normalmente, ocupa o Jardim da FBAUP e o Praça da Alegria FC e outros espaços associativos da zona, com debates, exposições, concertos, jantares e festas que acompanham a feira propriamente dita.

  • Música
  • Bonfim

Quem o frequenta, diz que esta é que é a verdadeira casa da música do Porto. O Stop era um antigo centro comercial, inaugurado em 1982, mas as lojas foram entretanto transformadas em estúdios e salas de ensaio. O espaço foi crescendo num espírito de anarquia e auto-gestão, para se tornar numa espécie de incubadora musical do Porto. Hoje é uma colmeia criativa e uma comunidade com centenas de músicos da cidade e arredores – foi aqui, por exemplo, que Manel Cruz gravou o seu último disco. Nas mais de 100 salas toca-se música desde o jazz ao heavy metal, do hip-hop à música popular. Sem o Stop, a música portuense seria certamente mais pobre.

Mais arte no Porto:

  • Arte

A cena artística e cultural apresenta-se tão vibrante e diversa como sempre a conhecemos, apesar dos cuidados redobrados para se adaptar às circunstâncias actuais. Em tempos particularmente desafiantes, os museus e galerias do Porto apostam numa programação forte e multidisciplinar que promete atrair todo o tipo de públicos. De figuras emblemáticas da arquitectura e fotografia, a nomes relevantes da pintura portuguesa, passando por artistas contemporâneos cuja prática artística tem uma forte componente de investigação, é só escolher. Não há desculpa para não se aculturar – até porque pode entrar em boa parte destas exposições sem gastar um cêntimo.

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  • Arte
  • Arte urbana

Houve um tempo em que a arte urbana era perseguida e eliminada impiedosamente, como se de uma praga se tratasse. Mas, se a efemeridade é uma das suas maiores características, a sua presença deve ser impulsionada e protegida – afinal, é ela que torna as cidades mais vivas, coloridas e dinâmicas. No Porto, este tipo de arte vem ganhando terreno nos últimos anos graças a alguma iniciativa municipal, mas sobretudo à resistência e determinação de artistas que trabalham continuamente para embelezar os quatro cantos da cidade. Seja em paredes de edifícios devolutos ou disponibilizadas para o efeito, há obras imperdíveis de nomes consagrados como Mr.Dheo, Hazul, Vhils ou Daniel Eime. Preparámos-lhe um guia da melhor arte urbana do Porto para que desfrute de um passeio diferente. Não se esqueça do telemóvel, pois há muitas paredes fotogénicas à sua espera.

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  • Coisas para fazer

Está a precisar de sair de casa durante umas horas e espairecer? Então preste atenção a esta lista, com as melhores coisas para fazer no Porto esta semana. Quer seja antes ou depois do trabalho, durante a semana ou nos dias de descanso, há concertos, exposições e performances em vários locais da cidade. Escolha a programação ao seu gosto e não se esqueça da máscara. Para aproveitar bem o dia, experimente um destes sítios para comer cozido à portuguesa no Porto. Ou, se a cozinha tradicional portuguesa não for a sua praia, aposte num dos melhores restaurantes do mundo da cidade.

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