Foi amor à primeira vista. A partir daí foi impossível separar o violino deste homem. Aprendeu a tocar na igreja que frequentava na altura e, anos mais tarde, quando começou a trabalhar, tinha aulas às escondidas. Um dia, o violino necessitava de reparação, mas não havia ninguém que fizesse esse trabalho. Foi aprendendo sozinho com a ajuda de alguns luthiers (nome dado a quem constrói violinos), com quem comunicava por fax. “Quando comecei a repará-lo senti exactamente o mesmo tipo de emoções de quando tive o primeiro contacto com o violino” conta.
Sem formação em Portugal e sem apoio familiar, Miguel não desistiu e continuou a treinar até que conseguiu um estágio.
Em 2013 abriu a sua própria oficina de violinos. Na parte da frente encontra uma pequena loja que vende violinos vindos da Inglaterra e da Alemanha, cordas e outros acessórios. Mas também os alugam. Atrás fica o ateliê e é lá que a magia acontece. O luthier conta com uma pequena equipa composta pela mulher Filipa, especialista em arcos; a assistente Sara, que os ajuda em tudo o que for preciso; a administrativa Carla; e, claro, Cremona, uma cadela Branco Alemão que lhes faz companhia todos os dias e que recebeu o nome da cidade italiana onde moram alguns dos violinos mais famosos do mundo: os Stradivarius.
Rua da Torrinha, 228F. 22 092 1641. Ter-Sex 10.00 às 13.00 / 14.30 às 19.00. Sáb 10.00 às 13.00 / 15.00 às 18.00