Six Senses Douro Valley
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Six Senses Douro Valley: relaxar em tempos de pandemia

Apesar do confinamento nos últimos meses, o Six Senses Douro Valley não cruzou os braços e preparou uma série de novidades para que este Verão diferente seja vivido de uma forma (mais) inesquecível.

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Uma estadia por estes lados começa muito antes de se chegar ao destino. Inicia-se assim que as vinhas em socalco do Alto Douro Vinhateiro, suportadas por muros em pedra, outrora construídos à mão, surgem na paisagem. Firmes e ali enraizadas há vários séculos, com uma ou duas linhas de videira, brincam com a nossa percepção da realidade e, nas encostas mais íngremes, parecem desafiar as leis do equilíbrio e precipitar-se nas águas azuis e apetecíveis do Douro. 

Está calor. Ainda não é meio-dia e o termómetro do automóvel já ultrapassou os 30 graus centígrados. E apesar de seguirmos pela N222 (em 2015, um estudo promovido pela Avis Rent a Car, apoiado numa fórmula/equação, elegeu esta estrada, que liga Peso da Régua ao Pinhão, como a melhor estrada do mundo para conduzir) íamos lentamente, com o pedal do acelerador relaxado, atrás de um tractor que marcava o ritmo daquele dia de Verão. Abandonou-nos, pouco depois, rumo a uma das muitas adegas, armazéns ou grandes casas de vinho de Porto que pontilhavam, aqui e ali, as encostas de uma região que, apesar de atrair cada vez mais turistas, vive e orgulha-se do generoso vinho que produz.

Conforto em tempos de Covid

É num maravilhoso enclave do Vale de Abraão, a pouco mais de seis quilómetros de Peso da Régua, que o estio antes das vindimas se torna ainda mais desejável. O Six Senses Douro Valley, que já foi uma casa de família — dentro desta casa senhorial do século XIX há uma torre e uma capela e nas zonas circundantes há vários lagos, jardins e uma floresta onde prosperam plantas exóticas, óptima para bons passeios pela fresca —, tem cerca de 60 quartos e suítes com vista para o vale, com pátios e varandas privativas. Estão equipados com confortáveis colchões e almofadas fofas de penas para noites bem dormidas, casas de banho espaçosas que convidam a banhos de imersão, e repletos de tecnologia intuitiva que tornam a vida mais fácil para quem acaba de chegar. 

Mas nos tempos que correm não é só isso que interessa. Uma etiqueta na porta (que se rasga ao entrarmos) avisa que o quarto foi “meticulosamente limpo, desinfectado e selado”.  Têm também o selo “Clean and Safe” atribuído pelo Turismo de Portugal e tomaram uma série de medidas de prevenção e segurança para hóspedes e funcionários contra a Covid-19. Recomendam o uso de máscara, há dispensadores de desinfectante para as mãos em todas as áreas comuns do hotel e aumentaram o número de lugares nos terraços exteriores. 

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Por causa da pandemia, também já não há buffet de pequeno-almoço. Recomendam antes a reserva, para evitar aglomerados de gente a babar (perfeitamente perceptíveis) em frente às estações de pães de centeio feitos com massa-mãe, às fatias de bolo de banana e aveia, aos pastéis de nata, aos croissants, às compotas caseiras, aos queijos regionais e aos presuntos com 18 meses de cura. Servem ainda taças de fruta com variadas combinações de frutos secos, sementes, iogurtes e leites vegetais — a de cacau 70% com banana e manteiga de amendoim é boa para começar o dia —, mais panquecas, waffles e várias propostas quentes. Tosta de abacate com ovo escalfado, ovos Benedict, cogumelos e espinafres salteados ou tomate assado e bacon crocante são algumas delas.

O Spa e os Visiting Experts

Siga, depois, para o Spa. De forma a manter o distanciamento social entre hóspedes e consequente desinfecção entre utilizações, aconselham, novamente, a reserva de espaços como o ginásio, a piscina interior e as saunas. Além das massagens profundamente recomendáveis por estes lados, este ano o Six Senses tem uma novidade, ou várias: convidaram uma série de experts de diferentes áreas para falar do que mais sabem.

De 18 a 20 de Julho, Rui Pedro Loureiro falará sobre Medicina Tradicional Chinesa, e entre 20 e 26 deste mês, Conceição M. Espada, com 25 anos de prática em Gestão de Stress, Chi Kung e Meditação, orientará a aula de “Gestão Holística do Stress”. Osteopatia, naturopatia e medicina funcional foram também temas abordados por aqui e, quando a equipa da Time Out passou pelo Six Senses, Inês de Bragança dava aulas de yoga e coaching de saúde. “Na sessão de health coaching avaliamos a constituição emocional, física e mental da pessoa; quais as áreas de maior debilidade, quais os pontos fortes da pessoa, os objectivos a curto e longo prazo; e, depois, tentamos melhorar o estado holístico da pessoa através da nutrição, da prática de meditação e de suplementos naturais, ou seja, óleos naturais, fitoterapia, homeopatia, acupunctura”, explica.

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Marc Lorés Panadés, o novo chef aos comandos

Mas as actividades neste alojamento de luxo não se ficam por aqui. Caminhadas na floresta ou pelas vinhas, passeios de bicicleta, piqueniques, caças ao tesouro, provas de vinho (claro), workshops no Earth Lab, onde tanto pode aprender a preparar pickles, iogurtes e germinados ou a fazer kokedamas, e visitas à horta orgânica são formas de ocupar os dias. É, aliás, daqui que chegam muitos dos produtos usados na cozinha, com os quais preparam a carta do bar da piscina, por exemplo, onde entre braçadas refrescantes é possível provar queijos e enchidos regionais, cascas de batatas com labneh (uma receita de iogurte árabe) de trufa, saladas, focaccias com legumes grelhados, pregos e flatbreads com diferentes ingredientes cozinhados no forno a lenha da Open Kitchen.

E por falar nela, Marc Lorés Panadés confessa-nos ser apaixonado por este espaço que guarda ainda reminiscências da antiga cozinha da casa, como a reentrância onde antes funcionava um fogão a lenha, substituído entretanto em prol da modernidade. O chef catalão, recém-chegado de Bali e que passou pelas cozinhas do Mugaritz e do extinto El Bulli, ambas em Espanha, é a mais recente aquisição do Six Senses e a melhor forma de terminar um dia em cheio por estas bandas é tê-lo a cozinhar para nós ao balcão. Com uma cozinha de pendor saudável, sustentável e de desperdício zero, começa por nos impressionar: “Tentem adivinhar o que isto é”, atira. Não era nem pimento, nem dióspiro, segundo os nossos palpites, mas sim melancia grelhada no forno Josper que perdera toda a água, concentrando os açúcares, com uma consistência escorregadia, dulcíssima e divertida.

Seguiram-se tiras de curgete ao natural envolvidas num paté de cogumelos, vindos da horta orgânica, com um toque de azeite de trufa. Depois, tomate emulsionado, cozinhado no mesmo forno, acompanhado por uma belíssima e muito tenra barriga de porco fumada e, num outro prato, por um fresco e bojudo carabineiro cozinhado no ponto. Desfilaram ainda sobre o balcão pedaços de cebola em tempura e uma espécie de socarrat numa travessa de ferro, aquela maravilhosa crosta de arroz caramelizado que fica no fundo de uma panela de paelha, com cebola e cogumelos, e que foi um dos pratos mais apreciados da noite. Ainda antes das sobremesas, com forte incidência nas frutas frescas e nos gelados, Marc brinda-nos com leitão de pele estaladiça e crocante, com puré de batata doce e pickles feitos na casa, como seria de esperar. Dormir depois disto foi um regalo. Como é sempre que se visita o Douro.

Quartos a partir de 470 euros/noite.

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