Os melhores sítios para beber vinhos naturais no Porto

Apresentam-se como um “bar de vinhos naturais, com uma comida simples, quente e afectiva” e todas as semanas têm entre quatro e cinco referências a copo sugeridas, mas há mais de 40, de produtores nacionais e estrangeiros, que podem ser pedidas à garrafa ou levadas para casa. Para acompanhar, conte com comida de conforto. Caso não goste de surpresas, consulte sempre, antes de aparecer, o menu do Genuíno no Instagram. Muda todas as semanas.

Foi sentado às mesas de Madrid que Bruno Gouvêa, brasileiro a viver no Porto desde 2021, descobriu o crescente e curioso mundo dos vinhos naturais. Publicitário de formação, decidiu abrir o Gito, um bar de vinhos naturais com propostas diferentes do habitual. Pelas mesas e prateleiras, tem cerca de 45 referências de vinhos, muitas delas portuguesas, mas não só. Dos vinhos espanhóis aos austríacos e dos franceses aos alemães, há de tudo um pouco. Para acompanhar, tábuas de queijos ou enchidos são boas opções.

O nome Tia Tia não surgiu por acaso. “É o início do nome do Tiago [Feio] e o fim do meu”, ri Cátia Roldão. Ambos com larga experiência na restauração – Cátia foi sócia do restaurante Pedro Limão e Tiago, chef há vários anos, passou uma longa temporada em Lisboa, onde esteve à frente de projectos como o Leopold e o Seia –, decidiram tentar a sorte a norte. “Pensámos logo em vinhos naturais que, no Porto, ainda estão a dar os primeiros passos. Queríamos que este espaço fosse uma espécie de wine bar com comida simples e clientes espontâneos, que passam por aqui para beber um copo de vinho ao final da tarde”, disse o cozinheiro aquando da abertura.

Tem vinhos naturais para beber na hora ou levar para casa, cidras, café de filtro, pratos e petiscos tentadores, livros para consulta e venda e ainda é amigo dos animais. Assim, se motivos faltarem para fazer uma visita a este café, onde pode jantar às sextas-feiras e sábados, já tem vários. Para acompanhar as bebidas, há portentosas sanduíches com queijo e salame italianos, bem como pratos de alcachofra com stracciatella; entre muitas outras combinações invulgares. Volta e meia, organizam eventos. É ficar atento às redes sociais.

Abriu em Agosto de 2020 com uma vasta oferta de vinhos naturais, orgânicos e biodinâmicos, sem químicos ou outros aditivos, e todos de pequenos produtores. No total, tem cerca de 250 rótulos disponíveis e há sempre coisas diferentes para provar a copo, portuguesas ou de outros países. Para que tanta bebida não caia em estômago vazio, há tostas, tábuas e uns bolinhos de bacalhau tradicionais e caseirinhos. Também servem jantares.

Jorge Azevedo, o dono desta garrafeira especializada em vinhos naturais, biodinâmicos e com pouca intervenção humana, que fica no Centro Comercial Bombarda, leva, quem cruza a sua porta, numa viagem que atravessa Portugal. E há uma razão de ser: num país tão pequeno como o nosso convivem uvas, solos e climas bem diferentes, que criam vinhos muito diversificados. Assim sendo, por lá vai deparar-se com brancos, tintos, oranges, rosés, espumantes, cidras e licorosos. Se se sentir perdido no meio de tanta oferta, peça-lhe ajuda. Ele terá todo o gosto em contar-lhe a história de um ou outro vinho.

Entre brancos, tintos, orange wines, rosés e espumantes, de marcas como Frey, João Pato, Rufia, Menina d’Uva e Aparte, há cerca de 40 referências - todas de produtores portugueses - para conhecer no Original Eco Mercado. Estas são frequentemente acompanhadas pelos produtos transmontanos que César e João, donos e irmãos, trazem da terra natal, lá para os lados de Mirandela. Há queijos, azeitonas, nozes, doces, mel e frutas da época para petiscar, mas também uma ementa, caso a fome aperte. Nela aparecem, entre muitas outras coisas, pães de fermentação lenta regados com azeite de Trás-os-Montes, brioches com pasta de azeitonas, pães com manteiga caseira e mel de rosmaninho e outros pratos mais compostos, como os ovos escalfados com presunto paleta 100% bolota, espargos e pão de fermentação natural.