Cura
ANTONIO AZEVEDO | Fotografia de Marta Azinhaga, de Valter Vinagre
ANTONIO AZEVEDO

Exposições em Lisboa para visitar este fim-de-semana

É um bom fim-de-semana para regressar ao CAM, com a inauguração de quatro novas instalações. Três delas são gratuitas.

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Comecemos pelas novidades. Remontada de fresco, a exposição permanente no MAC/CCB apresenta os principais movimentos artísticos do século XX – com a Colecção Berardo a predominar – enquadrados numa renovada leitura histórica. Não muito longe dali, no MAAT, há duas novas exposições para ver no edifício da antiga central: "Transe", de Rui Moreira, e "Gestos", de Ana Léon, artista portuguesa que figura na geração de 80, ao lado de nomes como Pedro Calapez, Cabrita Reis ou José Pedro Croft. No domingo, o primeiro de Março, a entrada é gratuita durante a manhã. Espreite ainda "Cura", exposição recheada de notáveis da fotografia portuguesa que assinala 45 de Serviço Nacional de Saúde. Em Sintra, há um novo museu dedicado à cerâmica. Chama-se Fundação Albuquerque e "Conexões" é a exposição inaugural, dedicada à porcelana chinesa.

No capítulo das despedidas, saiba que tem só até esta sexta-feira para ver as obras de António Palolo na Coleção de Arte Manuel de Brito. Domingo é o último dia para visitar as exposições de Paulo Pimenta e Catarina Araújo Ribeiro no Mercado de Campo de Ourique. No Museu Nacional de Arte Contemporânea, chega ao fim "Enquanto isso // Meanwhile".

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Exposições para ver no fim-de-semana

  • Arte
  • Alvalade

Para celebrar os 45 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nasce "Cura", uma mostra que reúne um conjunto de obras de 15 artistas, que, tendo o SNS como elemento central, se debruçam sobre quem cuida e quem é tratado. A exposição, apresentada pela P28 – Associação de Desenvolvimento Criativo e Artístico, surge a convite do Ministério da Saúde e tem como curador Sandro Resende. As obras apresentadas são de António Júlio Duarte, Augusto Brázio, Catarina Botelho, Duarte Amaral Netto, Inês d’Orey, João Mota da Costa, João Paulo Serafim, José Maçãs de Carvalho, Luísa Ferreira, Luís Campos, Manuela Marques, Pedro Ventura, Rita Robalo, São Trindade e Valter Vinagre.

Galeria do Pavilhão 31, Hospital Júlio de Matos (Alvalade). Qua-Sáb 14.00-19.00. Até 5 Abr. Entrada gratuita

  • Arte
  • Belém

No edifício da antiga Central Tejo, o MAAT recebe o artista português Rui Moreira, com uma antologia que percorre mais de duas décadas de carreira. Um corpo de trabalho composto por pintura e desenho, resultado de referências cinematográficas e literárias, mas também com raízes no folclore transmontano e nas muitas viagens que tem feito à volta do globo. A 6 de Maio, Rui Moreira dará uma aula de 12 horas no museu, momento em que falará da sua prática e da importância do estado de transe no seu trabalho.

No espaço Cinzeiro 8, também na antiga central energética, o MAAT inaugura "Gestos", um conjunto de pequenos filmes. Mais do que instalações, Ana Léon chama "envolvimentos" às fitas agora exibidas ininterruptamente – também até 2 de Junho – em seis salas escuras e isoladas, para que imagens e sons não se contaminem.

Não saia do MAAT sem visitar as outras exposições que lá estão – a mostra colectiva de artistas a expor pela primeira vez em Portugal, "Black Ancient Futures", "Rooms", de Anthony McCall, e "Disco", de Vivian Suter.

Avenida de Brasília (Belém). Qua-Seg 10.00-19.00. Até 2 Jun. 11€ (entrada gratuita no primeiro domingo de cada mês, até às 13.00)

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  • Arte
  • Belém

“Uma deriva atlântica. As artes do século XX” é o título da nova exposição permanente do MAC/CCB, sob a alçada do Estado desde o final de 2022. A Colecção Berardo continua a ser predominante. Abre-se espaço, no entanto, para outros espólios em depósito, obras convidadas, mas sobretudo para uma nova leitura da produção artística ocidental, ao longo de quase sete décadas do século passado. A viagem começa em 1909 e estende-se até 1977. Os cubistas, dos fundadores Picasso e Braque aos seus grandes difusores Robert Delaunay, Fernand Léger e os irmãos Duchamp, ocupam a primeira sala, juntamente com futuristas, dadaístas e expressionistas, entre eles Amadeo de Souza-Cardoso e Eduardo Viana. A presença de artistas portugueses é notória. Vemos Lourdes Castro, Ana Hatherly, Helena Almeida, Vieira da Silva, Eduardo Batarda, Almada Negreiros, José de Guimarães, entre muitos outros. O eixo Paris-Nova Iorque continua a ser imprescindível para seguir os passos dos grandes movimentos artísticos. Contudo, a nova exposição permanente desce ao Atlântico Sul apresentar nomes e corpos de trabalho fora do centrismo euro-americano.

A deriva oceânica é entrecortada por uma pequena exposição temporária. A meio da sucessão de salas que atravessa uma grande parte do século XX encontramos “31 Mulheres. Uma exposição de Peggy Guggenheim”, para visitar até ao final de Junho. Mais do que uma homenagem à coleccionadora norte-americana, é uma referência oportuna à exposição que organizou em 1943, numa galeria de Nova Iorque – “Exhibition by 31 Women”.

Há muito mais para ver no MAC/CCB. O museu apresenta ainda as exposições temporárias "Intimidades em fuga. Em torno de Nan Goldin", "Fred Sandback: Alinhavando o Espaço", "Hestnes Ferreira – Forma | Matéria | Luz" e "Homo Urbanus. Uma Odisseia Cidamatográfica de Bêka & Lemoine".

Praça do Império (Belém). Ter-Dom 10.00-18.30. 7€ (Dom até 14.00 gratuito para residentes)

  • Arte
  • Cerâmica e olaria
  • Sintra

Com curadoria da norte-americana Becky MacGuire, especialista e entusiasta da porcelana de exportação, a exposição inaugural da Albuquerque Foundation (novo museu dedicado à arte da cerâmica) é “muito acessível” e “fantástica para leigos”, diz a presidente Mariana Teixeira de Carvalho. “Conexões” não está organizada de forma cronológica, mas temática – e começa onde tudo começou: na China, o país mais sofisticado do mundo a trabalhar e exportar cerâmica. Inclui peças como um jarro de vinho em forma de mulher que dança (China, Dinastia Ming, final do século XVI) ou uma terrina em forma de caranguejo (China, Dinastia Qing, 1770).

Rua António dos Reis 189, Linhó (Sintra). Abertura: Sáb, 22 Fev, 10.00-18.00. Ter-Domingo 10.00-18.00. 10€

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  • Arte
  • Fotografia
  • Cascais

Depois de apresentar Nicholas Nixon, Ruth Orkin ou Michael Grecco, o Centro Cultural de Cascais mostra o trabalho do fotógrafo norte-americano Rodney Smith, que ficou conhecido pelas imagens captadas de forma inteligente para ilustrar cenários surrealistas, muitas vezes com composições que privilegiavam a estética. A exposição reúne mais de uma centena de imagens, desde retratos a paisagens.

Avenida Rei Humberto II de Itália, 16 (Cascais). Ter-Dom 10.00-18.00. Até 25 Mai. 5€

  • Arte
  • São Sebastião

Lisboa, Amesterdão, Antuérpia, Barcelona, Berlim, Hamburgo, Liverpool, Marselha e Roterdão – são nove as cidades portuárias por onde Julianknxx passou. O que de lá trouxe foi um retrato cinematográfico de histórias não contadas da diáspora africana. O artista, que é também poeta e realizador, da Serra Leoa, recolheu os testemunhos de coros, políticos, bailarinos e activistas locais, filmes agora exibidos numa instalação audiovisual. O trabalho foi apresentado pela primeira vez no Barbican Centre, em Londres, em Setembro de 2023. Depois desta passagem pelo Espaço Engawa do CAM Gulbenkian, segue para La Casa Encendida, em Madrid.

Durante as próximas semanas, há outras três instalações para ver no Centro de Arte Moderna Gulbenkian – Cidade à volta da Cidade, de Tristany Mundu, Interferências no Tejo, de Francisca Rocha Gonçalves, e Ciguatera, de Diana Policarpo. São as três de entrada livre.

CAM Gulbenkian, Rua Marquês de Fronteira, 2 (São Sebastião). Dom-Seg, Qua-Sex 10.00-18.00, Sáb 10.00-21.00. Até 2 Jun. 4€-16€

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  • Arte
  • Marvila

Há cinco anos que Tamara Alves não expunha a título individual na Underdogs. Um interregno que tem agora fim com “And Your Flesh Becomes a Poem”. Ao longo de 25 obras, a artista urbana combina técnicas e materiais – desenho, aguarela, resina e madeira –, sempre fiel ao seu universo visual, pautado por figuras femininas, predadores selvagens e palavra escrita. No exterior na galeria, a artista assina um mural com o título The Wolf Awaits.

Underdogs, Rua Fernando Palha, 56 (Braço de Prata). Ter-Sáb 14.00-19.00. Até 8 Mar. Entrada livre

  • Arte
  • Lisboa

A exposição "Cinzento/Grey/Gris" na Galeria Vera Cortês marca o regresso de Ignasi Aballí a Portugal, onde já esteve no Museu de Serralves. Esta é uma oportunidade para conhecer um dos mais proeminentes artistas espanhóis da sua geração: representou Espanha na Bienal de Veneza em 2022 e apresentou exposições individuais no Museo Nacional Centro Reina Sofia e no Instituto Valenciano de Arte Moderno.

Galeria Vera Cortês, Rua João Saraiva, 16, 1.º andar (Alvalade). Ter-Sex 14.00-19.00, Sáb 10.00-13.00, 14.00-19.00. Até 3 Mar. Entrada livre

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  • Arte
  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

É a primeira exposição de Luís Paulo Costa na Galeria 111. O "Flores" do título corresponde a uma série de pinturas a óleo sobre papel, em pequeno formato, iniciadas no final de 2023 e desenvolvidas ao longo de todo o ano de 2024. A estas somam-se quatro pinturas sobre tela de formatos maiores. São de céus.

Galeria 111, Rua Dr. João Soares, 5B (Campo Grande). Ter-Sáb 10.00-19.00. Até 8 Mar. Entrada livre

  • Arte
  • Lisboa

José Pedro Cortes apresenta cerca de 25 fotografias inéditas que reflectem sobre um tempo de incerteza e mudança. A relação do corpo humano com a natureza, e em especial com a água, é um tema que percorre a exposição. A fotografia de José Pedro Cortes inscreve-se numa tradição realista que aceita o potencial do quotidiano como espelho do mundo. 

Brotéria, Rua de São Pedro de Alcântara, 3 (Bairro Alto). Seg-Sáb 10.00-18.00. Até 12 Mar. Visita guiada 4 Mar 19.00-20.00. Entrada livre

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  • Arte
  • Lisboa

“Mimológica” reúne trabalhos de projectos recentes – uns já apresentados publicamente e outros ainda em processo – em torno dos temas da voz, da oralidade, do maravilhoso (e do maravilhamento), do fantástico e do seu efeito no real. 

Galeria Quadrado Azul, Rua Reinaldo Ferreira, 20 A (Alvalade). Ter-Sáb 14.00-19.00. Até 29 Mar. Entrada livre

  • Arte
  • Fotografia

"Viagens na Minha Terra" remete para o livro de Almeida Garrett, que inaugura a prosa moderna literária portuguesa e é, entre outras coisas, uma reflexão sobre o Portugal do século XIX. Tal como a obra de Garrett, estas "Viagens" de Augusto Brázio reflectem sobre o território e a identidade e têm estado a ser publicadas, desde 2015, em fascículos. Esta exposição mostra parte desse trabalho e é uma leitura dos locais e das pessoas que encontrou.

Narrativa, Rua Doutor Gama Barros, 60 (Alvalade). Qua-Sex 14.00-19.00, Sáb 14.00-17.00. Até 22 Fev. Entrada livre

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  • Arte
  • Lisboa

"Antares", de Adriana Molder, reúne um conjunto de obras inéditas: Aleph, Antares, Serpentina e Sombras. Estas novas séries dialogam com trabalhos mais antigos, datados de 1998. A exposição, com curadoria de Nuno Crespo, junta vídeo-performance, desenhos sobre papel, e pinturas-objecto-escultura suspensas no espaço.

Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, Avenida da Índia (Belém). Ter-Dom 10.00-13.00, 14.00-18.00. Até 4 Mai. Entrada livre

  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Belém

Em ano de celebração dos 50 anos do 25 de Abril, o colonialismo português em África era um tema incontornável. Não tanto a contribuição de peso que a Guerra Colonial teve para a revolução, mas antes a história do discurso da ideologia colonial. A exposição "Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário. O Colonialismo Português em África: Mitos e Realidades" contou com o trabalho de trinta investigadores e o contributo de várias instituições, nacionais e estrangeiras, que cederam a vasta documentação iconográfica apresentada nos painéis explicativos. A essa documentação acrescem as mais de 100 obras de arte africana expostas, das colecções do Museu Nacional de Etnologia.

Avenida da Ilha da Madeira (Restelo). Ter 14.00-18.00, Qua-Dom 10.00-18.00. Até 2 Nov. 5€ (grátis ao abrigo das 52 entradas livres anuais para residentes em Portugal)

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  • Arte
  • Lisboa

"331 Amoreiras em Metamorfose" é o nome da exposição de longa duração que vai ocupar o Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva (MASVS) até Dezembro de 2025, em celebração dos seus 30 anos, com um programa sob o signo da metamorfose. A exposição em si estará em metamorfose e terá cinco momentos, ou seja, serão cinco exposições, com 80 artistas, mas uns entram, outros saem, outros ficam permanentemente. O novo director, Nuno Faria, é responsável por mais uma novidade: entrada livre todos os dias para residentes. “Quero um museu para as pessoas se poderem demorar”, diz, assim “podem vir um bocadinho à hora de almoço".

MASVS, Praça das Amoreiras, 56-58 (Rato). Ter-Dom 10.00-18.00. Até 31 Dez. 7,5€ (entrada livre para residentes em Lisboa e ao domingo para restantes visitantes)

Mais que fazer em Lisboa

Não precisa de procurar mais por peças de teatro para ver esta semana. Aqui, damos-lhe muitas e boas sugestões. Não precisa de ir a todas, mas cuidado – é que algumas produções têm temporadas curtas e esgotam rápido, sejam elas reposições há muito aguardadas ou estreias, obras de companhias nacionais ou digressões estrangeiras. Espreite a nossa lista e planeie a agenda dos próximos dias. E como mais vale prevenir que remediar, também lhe damos as peças que vão estar em cena nos próximos meses, para garantir lugar antes que esgote.   

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  • Música

Todas as semanas, quase todos os dias, há música para ouvir nos bares e salas de espectáculos da cidade, da pop-rock mais orelhuda ao jazz mais livre, de pequenas bandas locais a grandes nomes internacionais, passando por tudo o que se encontra no meio. E porque alguns concertos valem mais a pena do que o resto, ou porque uns são potenciais surpresas enquanto outros são valores mais ou menos seguros, toda a informação ajuda. Siga as nossas dicas e sugestões. Não se vai arrepender.

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