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Exposições em Lisboa para visitar este fim-de-semana

Artes plásticas, fotografia, documentais – há de tudo um pouco nas melhores exposições em Lisboa para ver este fim-de-semana

Escrito por
Helena Galvão Soares
Escrito por
Mauro Gonçalves
e
Raquel Dias da Silva
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Aproveite o fim-de-semana para descobrir mais de uma dúzia de exposições em Lisboa. Sem sair de Lisboa, vá ao 8 Marvila viajar pelo design de embalagens da companhia Abel Pereira da Fonseca ou à Associação José Afonso ver a exposição sobre o seu último concerto no Coliseu e não perca as exposições documentais da Ephemera. O Teatro Romano acaba de estrear uma exposição sobre histórias de liberdade: as de escravos do Império Romano que se tornaram libertos. Trace o roteiro e bom fim-de-semana.

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Exposições para visitar este fim-de-semana

  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Santa Maria Maior

No ano em que se comemoram 50 anos de 25 de Abril e, consequentemente, 50 anos de liberdade, o Museu de Lisboa | Teatro Romano apresenta "Dez histórias de liberdade – de escravo a liberto em época romana". 

Na exposição esclarece-se que a escravatura da época era muito diferente da de períodos posteriores, pelo que o mais correcto é chamar-lhe servidão. Um escravo podia ter escravos. Podia fazer trabalho remunerado e assim comprar a sua liberdade, passando a ser um liberto. Como liberto estavam-lhe vedados alguns cargos públicos, mas podia ter propriedade, enriquecer e ter até vários escravos. Na direcção oposta, um homem livre podia tornar-se escravo, por ter dívidas incomportáveis, que não conseguia saldar. Vendia-se a si próprio. Crianças abandonadas eram também tornadas escravas.

As histórias escolhidas são bastante curiosas. Há um escravo médico, um liberto que é sacerdote imperial, uma actriz, um marmorista, um escravo conselheiro do imperador Cláudio, outro secretário de Cícero... Mas atenção, isto era uma minoria. O bem-estar dos escravos estava dependente da vontade dos seus proprietários.

Museu de Lisboa | Teatro Romano. Até 8 Set. 10.00-18.00. 3€

  • Coisas para fazer

Viajar pelo design de embalagens da companhia Abel Pereira da Fonseca é atravessar todo o século XX. É este o percurso proposto nesta mostra que vai ocupar as antigas cubas de vinho e o atelier da tetraneta de Abel Pereira da Fonseca, naquilo que é hoje o centro cultural e de comércio, 8 Marvila. Ao longo de 100 peças, o visitante conhece uma Lisboa que já não existe, variando da aguardente ao vinho de mesa.

+ Das compras ao desporto: tudo o que pode fazer no 8 Marvila

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  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Grande Lisboa

O concerto de 29 de Janeiro de 1983 no Coliseu de Lisboa é alvo desta exposição da Associação José Afonso, que pode ser vista no Núcleo AJA Lisboa até 29 de Junho. A exposição, com fotografias de Carlos Martins, inclui retratos do palco e da plateia, dos capitães de Abril presentes e da actuação final de “Grândola, Vila Morena”, nesse 1983 ainda tão perto da revolução dos cravos. Citado pela AJA, Carlos Martins recorda o concerto com “todos os corações a chorarem de alegria imensa, num banho de liberdade, democracia e muita alegria”. Uma exposição tocante e a não perder.

Núcleo AJA Lisboa. Rua de São Bento, 170. Até 29 Jun. Seg, Qua, Sex, Sáb 16.00-19.00. Entrada livre

  • Coisas para fazer
  • Exposições

Considerado como um dos mais importantes fotógrafos de arquitectura do século XX, Lucien Hervé tornou-se conhecido sobretudo pela forma como jogava com a luz e a sombra, como conseguia transmitir o espaço, a estrutura e a textura, na sua fotografia de edifícios modernistas, nomeadamente os de Le Corbusier e Oscar Niemeyer. Esta exposição, especialmente concebida para o Centro Cultural de Cascais e com curadoria dos arquitectos Isabel Alvarenga e Victor Neves, debruça-se sobre a representação da figura humana e da cidade na obra de Lucien Hervé, que cruza fotografia, arquitectura e sociologia.

Centro Cultural de Cascais. Até 30 Jun. Ter-Dom 10.00-18.00. 5€

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  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Cascais

O Centro Cultural de Cascais recebe uma exposição dedicada à fotojornalista e cineasta americana Ruth Orkin (1921-85), com 120 fotografias, filmes e objectos pessoais (cartas, excertos de jornais e revistas, páginas do diário da artista e ainda uma máquina fotográfica) que permitem conhecer a época em que viveu e o seu olhar sobre ela.

Assinou trabalhos para o The New York Times e para a revista Life, entre outras, mas também trabalhos em nome próprio, como o ensaio Não Tenhas Medo de Viajar Sozinha (a que pertence a foto em destaque) sobre a experiência de viajar sozinha enquanto mulher na Europa do pós-guerra. Destacou-se também como retratista – pela sua lente passaram Alfred Hitchcock, Marlon Brando, Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Albert Einstein e Leonard Bernstein, entre outros.

Centro Cultural de Cascais. Avenida Rei Humberto II de Itália, 16. Ter-Dom 10.00-18.00. 28 Abr-7 Jul. 5€

  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Oeiras

A Censura Prévia, que com Marcello Caetano se eufemiza para Exame Prévio, foi uma das principais medidas, a par da acção, mais robusta, da polícia política, para reprimir a divulgação de opiniões políticas contrárias ao regime ou a expressão de posições incómodas no plano dos costumes. “Só existe aquilo que o público sabe que existe”, frase de Salazar, resume bem a estratégia da Censura.

“O material aqui exposto olha para um aspecto especial da censura em Portugal, o aspecto da defesa da autoridade e da ordem estabelecida, o respeito”, descreveu, na inauguração da exposição, José Pacheco Pereira, ele próprio autor de dois livros que foram censurados e mandados para a PIDE durante a ditadura. Nesta exposição do Palácio do Egipto, em Oeiras, há sobretudo livros e textos de jornais censurados, acompanhados dos despachos da Censura que descrevem as razões da proibição, que actualmente muitas vezes nos parecerão insólitas.

Destaque também para o design da exposição. Citando uma frase do site da Ephemera, "instalação ímpar de Carlos Guerreiro. Perdem muito se não forem lá".

Palácio do Egipto. Rua Álvaro António dos Santos, 10. Ter-Sáb 11.00-17.00. Até 28 Dez. Entrada livre

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  • Arte
  • Grande Lisboa

A plataforma Underdogs e a Câmara Municipal de Almada inauguram “Portais do Tempo” a 13 de Abril, nos antigos estaleiros da Lisnave. Com curadoria de Pauline Foessel, a exposição colectiva, que integra as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, reúne obras de Ana Malta, Fidel Évora, Inês Teles, Márcio Carvalho, Pedro Gramaxo, Petra.Preta e Raquel Belli, artistas que não viveram o 25 de Abril de 1974, mas foram convidados a dialogar com os trabalhos de Alfredo Cunha, autor das famosas séries fotográficas dedicadas à revolução dos cravos e à descolonização portuguesa. Cada uma das peças criadas, compostas por lonas de escala monumental (7x12 metros), procura oferecer “uma leitura nova e pessoal” dos acontecimentos vividos pelo fotógrafo, da revolução e do seu significado nos dias de hoje.

  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

Logo após o 25 de Abril as paredes começaram a cobrir-se de pichagens, murais e cartazes. A Biblioteca Nacional guarda nos seus Serviços de Iconografia uma grande colecção de cartazes deste período que quis mostrar ao público nestes 50 anos do 25 de Abril. A exposição resultante dessa vontade, A Revolução em Marcha: Os cartazes do PREC, 1974-1975, foi comissariada por Paulo Catrica, fotógrafo e investigador do Instituto de História Contemporânea, que seleccionou 92 cartazes de entre as centenas existentes. Os originais foram replicados e colados num mural de 16 metros de comprimento sob instruções do comissário (veja a lista completa de cartazes aqui).

“A produção e a colagem massiva de cartazes, em particular nos anos de 1974 e 1975, foram o instrumento preferencial de afirmação e consolidação dos novos protagonistas políticos e sociais, partidos políticos, sindicatos, comissões de moradores e de trabalhadores, associações cívicas e de dinamização cultural, etc.”, explica o comissário na folha de sala, onde cita ainda um dos pioneiros da poesia visual, E. M. de Melo e Castro, num artigo da Colóquio Artes de 1977: "Assim, Portugal se transformou num enorme Poema visual, que todos os dias, durante dois anos, se transformou, porque todos podiam escrever e escreviam: porque todos sabiam ler e liam".

Biblioteca Nacional de Portugal (Entrecampos). Seg-Sex 09.30-19.30, Sáb 09.30-17.30. Até 21 de Setembro. Entrada livre

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  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Grande Lisboa

O Mercado do Forno do Tijolo acolhe a exposição “10 dias que abalaram Portugal”, do Arquivo Ephemera, que dá testemunho do início da democracia após a revolução. Foi nos primeiros dez dias depois do 25 de Abril que os partidos clandestinos passaram à legalidade, novos partidos foram constituídos, os presos políticos foram libertados e o caminho para as eleições livres se tornou realidade. Foi nesses dez dias que a Revolução ganhou a enorme dimensão popular que se manifestou no 1º de Maio.

A exposição é maioritariamente centrada na imprensa desses primeiros dias, em que os jornais tinham mais do que uma tiragem diária, para acompanhar a vertigem dos acontecimentos. O República imprime orgulhosamente "Este jornal não foi a nenhuma comissão de censura". Após 48 anos de ditadura.

Mercado do Forno do Tijolo. 23 Mar-26 Mai. Ter-Dom 11.00-19.00. Entrada livre 

  • Coisas para fazer
  • Exposições

A exposição "Rua da Beneficência, 175", de Henrique Amaro, Luís Carlos Amaro e Pedro Félix, revisita o ambiente do mítico Rock Rendez Vous (RRV), com fotografias, em parte inéditas, Rui Vasco, Peter Machado, Pedro Lopes, José Faísca, Fred Somsen, Céu Guarda e Álvaro Rosendo, acompanhando o lançamento do livro Rock Rendez Vous – Uma História em Imagens, da Tinta da China, que documenta, também em fotografia, a existência da antiga catedral do rock em Lisboa, por onde passaram cerca de 1500 bandas, entre 1980 e 1990. Leia mais aqui.

Lançamento do livro e exposição são parte dos dois meses de celebração do RRV, que inclui ainda um ciclo de duas conversas, a 20 de Abril e 17 de Maio, e a exibição do documentário Rock Rendez Vous – A Revolução do Rock, de Ricardo Espírito Santo, a 11 de Maio, tudo no Avenidas. 

Avenidas – Um Teatro em Cada Bairro. Rua Alberto de Sousa, 10 A (Bairro de Santos). 11 Abr-31 Mai. Seg-Sex 09.30-18.30. Para as conversas, inscreva-se em umteatroemcadabairro.avenidas@cm-lisboa.pt.

 

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  • Arte
  • Belém

A convite do MAAT, no Verão de 2022, Nicolas Floc’h fez uma residência de dez dias no estuário do Tejo, entre o Bugio e Castanheira do Alentejo – durante esse período teve oportunidade de explorar várias paisagens e ecossistemas submarinos. Com curadoria de João Pinharanda, a exposição de Floc’h explora o potencial da fotografia subaquática na descoberta de novos imaginários artísticos, que nos remetem para o mundo natural, a biodiversidade e a ecologia.

MAAT. Até 26 Ago. Qua-Seg 10.00-19.00. 11€

  • Arte
  • São Sebastião

Maria Lamas foi jornalista, escritora e tradutora e uma voz sempre presente na defesa dos direitos das mulheres durante a ditadura, o que a levou por três vezes à prisão, em 1949, 1951 e 1953, e ao exílio em Paris, de 1962 a 1969. A sua obra mais conhecida, já mais etnográfica do que jornalística, As mulheres do meu país, é um documento precioso do que era ser mulher, de norte a sul do país, nesse período.

É aqui que surge a Maria Lamas fotógrafa, mas a sua obra permanece basicamente desconhecida em Portugal. Jorge Calado, que tem combatido esta invisibilidade, é o curador de “As Mulheres de Maria Lamas”, onde se pode ver uma seleção de 67 das suas fotografias, maioritariamente provas de época, de pequenas dimensões, entre 8x6 cm e 14x18 cm, e também algumas ampliações. O catálogo apresenta as fotografias da exposição, cada uma em página inteira, e textos de Jorge Calado, Alexandre Pomar, Raquel Henriques da Silva e Alice Vieira.

Fundação Gulbenkian. Até 28 de Maio. Qua-Seg 10.00-18.00. Entrada livre

 

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  • Arte
  • Belém

Com curadoria de Chloé Siganos e Jean-Max Colard, “Evidence” é uma instalação sensorial sonora, uma ode a um mundo sem fronteiras, um reflexo contemporâneo do infinito e do universal. A exposição parte de Perfect Vision, um álbum triplo produzido entre 2017 e 2020 pelo Soundwalk Collective e a artista Patti Smith, que retrata a jornada de três poetas franceses que exploraram a transcendência em três territórios geográficos distintos. Arthur Rimbaud na Abissínia, Antonin Artaud na Sierra Tarahumara, no México, e René Daumal, que se dirigiu à fonte do Bhagavad Gita, na sagrada terra da Índia, em busca do Monte Análogo. No âmbito desta exposição, vai ser apresentado – no dia 23 de Março, às 19.00 – o projecto musical colaborativo Correspondences, interpretado por Stephan Crasneanscki e Simone Merli do Soundwalk Collective, Patti Smith e Diego Espinosa Cruz Gonzalez.

  • Arte
  • Ajuda

Na exposição “Tiaras Contemporâneas”, que faz parte da programação da 2.ª Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa, artistas convidados e antigos alunos do Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual evocam em formas contemporâneas a tiara, uma peça de joalharia quase esquecida no século XXI, convidando ao diálogo com as jóias clássicas que compõem o espólio do Museu do Tesouro Real. Com a participação de cerca de 40 artistas, a exposição conta com o design expositivo de Mónica Taipina, que evidencia o contraste entre tiaras do presente e do passado da coroa portuguesa, numa verdadeira viagem no tempo.

Roteiro de arte em Lisboa

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