A Adoração dos Magos
É uma das grandes coqueluches da casa, graças à inédita campanha de angariação de fundos que na temporada 2015/2016 mobilizou os portugues, fê-los dançar pela arte numa matiné à beira rio no Lux, e permitiu que a famosa obra de Domingos Sequeira pudesse repousar por fim nas paredes do Museu Nacional de Arte Antiga, que a namorava há imenso tempo. "Se os painéis de São Vicente são um momento fundador de uma escola de pintura antiga, esta que acabamos de comprar, é o fim deste grande ciclo da pintura portuguesa", descreveu na altura o conservador Joaquim Caetano.
Aderente à revolução de 1820, Sequeira, "primeiro pintor moderno, ou último dos antigos", pinta este conjunto de quatro pinturas no fim de vida, em Roma, onde estava exilado. Aqui preparou quatro pinturas deste formato. Duas ficam inacabadas, mas há vários estudos feitos, ao longo dos quais se baseia numa noção muito própria de algum cristianismo do século XIX. "Há um acento tónico na força criadora das ideias cristãs, no cristianismo como criador de uma beleza estética e uma sociedade melhor. A divindade está associada a esta luz mística projectada sobre a virgem e todo o povo cristão".