“Plug-in”, a exposição que inaugurou no final de Setembro, marca o seu regresso à agenda cultural da cidade de Lisboa. A que é que sabe ocupar o MAAT?
Há dez anos que não exponho em Lisboa. E, portanto, voltar a casa é sempre especial porque, efectivamente, volta e meia, temos de voltar a casa para mostrar o que é que andamos a fazer e é o caso desta exposição. Não é uma exposição muito grande, mas é uma exposição com peças muito grandes. Não é uma extensão grande de obra, mas são peças muito relevantes do meu percurso recente. E tem a importância de trazer coisas que as pessoas nunca viram em Lisboa e coisas que têm andado por aqui e por ali e que nunca estiveram juntas também.
O “plug-in” tem a ver, obviamente, com o facto de estarmos a expor no Museu da Electricidade. Então, são tudo peças que têm electricidade e que estão ligadas a essa dinâmica. E também é uma exposição que tem a ver com o facto de, 23 anos depois, eu ainda continuar a expor na EDP. Ganhei o prémio em 2000, fiz a exposição em 2001 e agora volto. Continuei a expor na EDP ao longo dos anos – já não sei quantas vezes, umas cinco ou seis – mas, na verdade, depois da primeira grande exposição que foi a “Medley”, esta volta a conectar-me com o sítio de onde venho.
Porque é que é tão importante voltar a expor na sua cidade?
Porque os artistas têm sempre um ponto de origem. É a cidade onde eu habito, é a cidade da minha família. Portanto, faço parte deste entorno urbano. E poder mostrar a minha obra aqui é um pouco como, no futebol, estar a jogar em casa. O público é mais favorável – ou não, nunca se sabe. Mas, pelo menos, as pessoas vão poder ver as peças, porque há sempre aquela sensação de que agora estou em Itália, agora estou em França. As pessoas sabem onde é que vou, mas não vêem o que faço. E esta é uma excelente oportunidade para as pessoas verem o que tenho feito.
E tem sido mais fácil para a Joana jogar em casa? Porque fora, tem sido notoriamente aclamada pelo público – vejam-se os números massivos da exposição em Versalhes, em 2012.
Sim, vai sendo. Obviamente que o artista só existe porque tem público e porque as pessoas decidem que o artista é artista. O artista não se inscreve num centro de emprego, não é? Isto significa que tu só és considerada artista por teres pessoas que consideram que o teu trabalho é relevante o suficiente.