Igreja de São Roque
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Sete edifícios em Lisboa que sobreviveram ao terramoto de 1755

A cidade mudou de figura após o terramoto que a abalou no Dia de Todos os Santos de 1755. Mas há edifícios sobreviventes

Renata Lima Lobo
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A 1 de Novembro de 1755, Dia de Todos os Santos, caiu o Carmo, caiu a Trindade e praticamente toda a área que hoje é ocupada pela Baixa Pombalina. Há registos de pelo menos dez mil vítimas mortais em Lisboa, que não conseguiram fugir às derrocadas, ao fogo e à água que invadiu o Terreiro do Paço, naquilo que hoje é identificado como "tsunami" na imprensa mundial. Mas aqui e ali, com um ou outro arranhão, algumas estruturas mantiveram-se de pé, ecos do passado bem palpáveis, bonitas e cheias de histórias para contar e passar de geração em geração.

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Cinco edifícios em Lisboa que sobreviveram ao terramoto de 1755

1. Casa no Largo do Menino Deus

Não foi o único, mas em 1927, o pintor Francis Smith interpretava a óleo este edifício localizado no Largo do Menino Deus, junto ao Castelo de São Jorge. E poderia-o ter pintado hoje esta casa quinhentista que sobreviveu ao terramoto de 1755 e mantém o traçado original. Tal como a vizinha Igreja do Menino Deus. Esta obra faz parte da colecção do Museu Calouste Gulbenkian.

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Garantem que no número 193 da Rua de São Bento, morada da Casa e Fundação Amália Rodrigues, ficou quase tudo como a ilustre dona deixou o espaço. A cantadeira das cantadeiras viveu meio século nesta casa amarela onde os serões se encheram de fado. As visitas são guiadas, duram uma média de 20 minutos, e levam-no por bustos, bandolins, pinturas de Maluda e muitas outras relíquias. A Fundação Amália Rodrigues também nos garante que este edifício amarelo da Rua de São Bento data de 1693. Quase tão imortal como Amália.

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Os estilos maneirista e barroco dominam a Igreja de São Roque, um dos raros edifícios em Lisboa a sobreviver ao Terramoto de 1755, quase sem sofrer um arranhão. De tal forma que tanto a igreja como a residência auxiliar foram cedidas à Santa Casa da Misericórdia, para substituir os seus edifícios e igreja destruídos no sismo. O vínculo mantém-se até hoje, com a igreja a centralizar as atenções de turistas e não só. Afinal, falamos de uma das mais belas da cidade, mandada edificar no final do século XVI, em colaboração com Afonso Álvares e Bartolomeu Álvares. Foi a primeira igreja em Portugal da Companhia de Jesus, ligação que se manteve durante dois séculos, até à expulsão dos jesuítas do país, no século XVIII; e  foi também uma das primeira igrejas jesuítas em todo o mundo. Além da visita ao espaço, conte com eventos pontuais, nomeadamente concertos.
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Construído durante o reinado de D. João V, com origem na nascente das Águas Livres, em Belas, Sintra, o Aqueduto das Águas Livres é não apenas uma importante obra de engenharia de estilo barroco e neoclássico, iniciada no século XVIII, mas também um postal da cidade Lisboa. Que nem o terramoto de 1755 conseguiu abalar.

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  • Castelo de São Jorge

O terramoto de 1755 não a beliscou muito, mas agora esta igreja anda a precisar de mimos. A defesa deste património que inclui mais de 40 telas de Bento Coelho da Silveira é feita através do projecto Arte Por São Cristóvão, num templo que está ainda integrado na World Monuments Fund, uma lista de 50 monumentos em risco por todo o mundo. E está cheia de tesouros, entre eles a Capela dos Miranda, uma família nobre que aqui construiu túmulos no século XV.

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É também conhecido como o Palácio da Restauração, por ter sido daqui que os conjurados planearam a última reunião antes da Restauração da Independência de Portugal, a 1 de Dezembro de 1640. O edifício foi pouco afectado pelo terramoto de 1755 e chegou mesmo a acolher alguns doentes do vizinho Hospital de Todos os Santos. Ao longo dos tempos teve várias funções, como Casa da Suplicação, Depósito Público da Côrte ou mesmo o Arquivo Municipal de Lisboa. Em 1983, foi cedido à Sociedade Histórica da Independência de Portugal.

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  • Santa Maria Maior

Este edifício do século XVI, inicialmente baptizado de Casa dos Diamantes, não sobreviveu inteiro, mas sobreviveu mais ou menos pela metade. O terramoto destruiu os dois pisos superiores que ruíram e só nos anos 80 é que foi desenhado o plano de recuperação da Casa dos Bicos. Um projecto do arquitecto Santa Rita que o adaptou às actuais funções museológicas, acrescentando os dois andares em falta, com a ajuda de imagens antigas de Lisboa. Em 2012, transformou-se na sede da Fundação José Saramago, um espaço público onde acontecem exposições, recitais, conferências, cursos ou seminários e morada do Núcleo Arqueológico da Casa dos Bicos, com vestígios que começam na ocupação romana.

Perca-se na arquitectura de Lisboa

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Os feitos arquitectónicos lisboetas estão longe de ter acabado na empreitada pombalina. Milhares de toneladas de betão, ferro e vidro depois, não faltam grandes obras de arquitectura e de design, ao estilo de cada época, para ver sem pagar bilhete. Visitar estes ex-líbris da cidade está ao alcance de todos os que quiserem ver as melhores obras de design e arquitectura de Lisboa. Só tem de se orientar pela nossa lista cheia de curvas e contracurvas arquitectónicas. Dê corda aos sapatos e explore este roteiro obrigatório pelas melhores obras de arquitectura e design em Lisboa.

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Há precisamente 120 igrejas para descobrir na cidade. Foi difícil, mas conseguimos escolher os templos católicos que nem o mais convicto ateu pode contornar. Não servem apenas para rezar. As igrejas são odes à arquitectura e guardam muitas histórias entre vitrais, azulejos, pinturas e talhas douradas. Não é possível viver em Lisboa e não conhecer pelo menos estas dez igrejas, sempre de porta aberta para que possa entrar sem pedir permissão à hora que lhe der mais jeito. Siga este roteiro de igrejas em Lisboa para ficar mais perto do céu, sem tirar os pés da terra.

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São prédios com prémio, passando o trava-línguas. Criações com assinatura de prestigiados arquitectos que mantêm o seu espaço na cidade. O famoso Prémio Valmor remonta a 1898, quando foi instituída a atribuição de um valor pecuniário para repartir por arquitecto e proprietário da construção. A ideia foi do 2º visconde de Valmor, Fausto de Queirós Guedes, e a distinção começou a ser atribuída em 1902. Em pouco tempo, tornou-se num dos galardões mais prestigiados na cidade nesta área. Dos primórdios do século XX aos projectos mais recentes, viaje pelo passado e presente ao sabor de edifícios emblemáticos em Lisboa.

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