Jardim Prof. António de Sousa Franco

Descubra 10 jardins escondidos de Lisboa

Vá conhecer dez jardins de Lisboa que, por uma ou outra razão, passam despercebidos, embora sejam surpreendentes.

Helena Galvão Soares
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Pode parar de trautear os "Jardim Proibidos" de Paulo Gonzo. Estes que sugerimos são jardins escondidos em Lisboa e não proibidos, embora um deles tenha uma entrada, digamos, bastante restrita. Ou seja, são jardins que existem nesta linda cidade, mas que não são muito conhecidos do grande público. E há de tudo, desde jardins históricos na Ameixoeira a jardins em hospitais, museus e institutos culturais. Há um miradouro secreto com uma vista estonteante sobre o Tejo e jardins criados por moradores de bairros. E até pode visitar também o jardim da casa do primeiro-ministro. Venha daí.

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Descubra jardins escondidos de Lisboa

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A Quinta de Santa Clara foi uma das várias quintas de recreio que aqui foram criadas no século XVIII e, por isso, está inventariado pela Associação Portuguesa dos Jardins Históricos. Após o 25 de Abril, a Quinta foi doada ao município de Lisboa, recuperada e aberta ao público. Actualmente, a bonita Casa de Santa Clara encontra-se fechada, bem como os jardins barrocos originais no patamar em frente ao palacete. Nos dois patamares inferiores, abertos ao público, há hoje árvores, jardim e bancos do período barroco revestidos a azulejo, bem como bancos de madeira, que envolvem o lago ao centro, com os seus refrescantes repuxos de água. Uma remodelação de 2013, entre outras coisas, instalou um muito útil quiosque e um parque infantil.

Estrada da Ameixoeira (Ameixoeira). Seg-Dom 06.00-23.00, entrada livre

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  • Estrela/Lapa/Santos

Palacete de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro. Mas, além do palacete de 1880, imaginava, por trás do muro, um jardim num terreno de quase dois hectares? Tem tudo: tanque rectangular com quatro golfinhos em mármore de Estremoz de Leopoldo de Almeida, calçada de vidraço branco, preto e granito rosa, relvado, alameda de jacarandás, cicas, dragoeiros, palmeiras, mata, jardim romântico, pérgula...

O jardim começou a ser desenhado em 1937 quando o palacete foi comprado pelo Estado. Foi Jacinto de Matos, responsável pelos parques das Pedras Salgadas e da Curia que começou as plantações. O jardim tem 1046 árvores de 89 espécies e duas dezenas de obras de arte de nomes que incluem Cutileiro, Lourdes Castro, José Pedro Croft, Rui Chafes, Fernanda Fragateiro e Vhils. Pode ser visitado aos domingos durante todo o ano. 

Rua da Imprensa à Estrela, 6. Dom 10.00-18.00 (Verão) 10.00-17.00 (Inverno), entrada livre

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  • Lumiar

Localizado numa zona residencial de Telheiras, é bastante calmo, o que o torna ideal para quem quiser fugir às multidões. Aqui encontra hortas urbanas, espaços para piqueniques ou para ler um livro. Inaugurado em 2008, apesar de sossegado, já foi palco de eventos, como o Felizmente Há Lumiar – Festival de Teatro. E sabia que os bancos do jardim podem ser rebatidos? Pode escolher se quer vista para a rua ou para o verde.

Rua Professor Francisco Gentil (Telheiras). Aberto todo o dia, entrada livre

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  • Grande Lisboa

Talvez isto nunca lhe tenha ocorrido, mas o Júlio de Matos é um parque densamente arborizado com edifícios lá dentro. Em concordância com o pensamento de Júlio de Matos, o tipo de hospital escolhido foi o de pavilhões (em número de 33), de cor rosa, dispostos de forma funcional, formando uma planta absolutamente simétrica com eixo na porta principal, numa área de 14,5 hectares. “Numa área de 22 hectares, a ornamentação arbórea foi cuidadosamente planeada, graças à inclusão, numa vasta equipa técnica, de um arquitecto paisagista, Prof. Caldeira Cabral, e de um engenheiro agrónomo e silvicultor, Prof. Azevedo Gomes”, pode ler-se no site do SNS. É pela importância deste jardim, com arbustos, flores e árvores de grande porte, que, a partir de 19 de Julho de 2013, os jardins do Hospital Júlio de Matos passaram a ter acesso livre, podendo ser visitados por todos.

Avenida do Brasil, 53. Seg-Sex 08.00-20.00

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  • Castelo de São Jorge

Antes de ter ganho este nome tecnocrata, com a remodelação de 2017, chamava-se Miradouro do Recolhimento, que era bem mais inspirador. Para se chegar a este cantinho secreto de 500 metros quadrados, com uma assombrosa vista sobre o Tejo e a encosta de Alfama, era preciso conhecer o caminho pelas ruelas do Castelo para lá chegar.

Com a remodelação feita pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior ganhou uma cabine de leitura, parque infantil, máquinas de exercícios para adultos e também mesas, relva, bancos e mais árvores. Mas continua a ser a vista panorâmica que chama todas as atenções.

Beco do Recolhimento. Seg-Dom 10.00-13.00/ 14.00-18.00. Entrada livre

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Perto das Portas de Benfica encontra um jardim especial. Nasceu da iniciativa de um grupo de cinco moradoras que, além da paixão por espaços verdes, partilhava o mesmo nome (Maria, lá está). Um exemplo de participação dos cidadãos na criação de uma Lisboa mais verde e que chegou a ser protagonista do programa 6 da série Paraísos, magazine dedicado a jardins exibido pela RTP2. O jardim comunitário está localizado numa zona residencial, num espaço desprezado nas traseiras de prédios, que agora tem flores, bancos, sombras e até lago e peixinhos.

Rua Paz dos Reis, 4 (Benfica). Aberto todo o dia, entrada livre

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Localizado no Palácio Alvor, talvez um dos mais perfeitos exemplares de palácio urbano barroco aristocrático, segundo o site da CML, o Museu Nacional de Arte Antiga tem nas suas traseiras um insuspeitado jardim com uma esplendorosa vista panorâmica para o Tejo, um antigo tanque circular de pedra, esculturas sobre pedestais, um sortido de árvores que inclui um salgueiro, um cipreste e uma magnólia grandiflora, com as suas sombras refrescantes, e ainda a esplanada de uma cafetaria/ restaurante (com wi-fi) sob um caramanchão com uma bungavília vermelha. Que mais pedir? Talvez um horário um pouco mais alargado, até ao pôr-do-sol. A entrada faz-se pelo museu sem ser necessário pagar bilhete.

Rua das Janelas Verdes, 17. Ter-Dom 10.00-18.00. Entrada livre

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É um pequeno jardim de bairro que poderá passar despercebido, mas tem uma grande variedade de árvores notáveis na sua pequena área (uma grevília, cinco jacarandás, uma eritrina, um teixo, um salgueiro, um cipreste...), arbustos vários e uma glicínia e buganvílias a cobrir o muro. Há ainda espaço para uma cascata e um lago (às vezes com patos), com uma ponte que o cruza. E um restaurante vegetariano. E parque para os miúdos. Vá conhecer este pequenino paraíso.

Também grande para o tamanho do jardim é o número de nomes que tem: o Jardim da Alameda de Santo António dos Capuchos (nome original) ganhou o nome de Jardim da Paz quando o Dalai Lama lá inaugurou um obelisco com a inscrição "Um jardim pela paz", em 2001. Em 2014, dez anos após a morte de Maria de Lourdes Pintasilgo, única primeira-ministra portuguesa e ex-moradora da rua, foi, em boa hora, inaugurado um memorial em sua homenagem e acrescentado o seu nome ao Jardim da Paz. No bairro, é o Jardim do Psi, nome do restaurante vegetariano que lá está instalado numa tenda transparente há mais de 20 anos.

Alameda de Santo António dos Capuchos

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O Goethe é o instituto cultural da República Federal da Alemanha, com cursos de língua alemã e iniciativas de intercâmbio cultural Portugal-Alemanha regulares, como o KINO – Mostra de cinema de expressão alemã e o JiGG – Jazz im Goethe-Garten, que acontece no jardim. O instituto está instalado no antigo Palácio Valmor, do século XVIII, e o jardim tem árvores de grande porte e um dragoeiro, que atestam a sua antiguidade. O laguinho, a densidade e variedade de árvores e plantas e a cafetaria, que também serve almoços, tornam este jardim num pequeno oásis de que ninguém suspeita quando passa pela fachada do edifício no Campo Mártires da Pátria.

Campo Mártires da Pátria, 37. Seg-Sex 08.30-20.00, Sáb 09.00-17.30 (férias: 3-23 Ago). Entrada livre

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Espaço cultural, clube privado, edifício praticamente desconhecido do comum mortal. O Grémio Literário, fundado em 1846 por nomes como Almeida Garrett ou Alexandre Herculano, voltou a abrir portas: todos os sábados serve um brunch digno de rei. A bonita esplanada em tons verde água fica num varandim com vista para o rio e para um jardim secreto, no palácio dos Viscondes de Loures, que em tempos sentou nomes grandes da cultura. Este jardim de 1844 é único nesta zona histórica da cidade – Eça de Queirós chamava-o “a minha Quinta com porta para o Chiado”. Mas para entrar tem de ser sócio ou ser convidado por um. Boa sorte.

A nossa Lisboa é verde

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Exóticos pelas espécies que exibem, desenhados à inglesa e à francesa, com mais ou menos pendor para o conceito de mata, ajardinados ou em jeito de parque florestal, os espaços verdes de Lisboa contam histórias da cidade e da sociedade, mas também sabem muito bem estar em silêncio e deixar-nos retirar deles o que têm de melhor. Alguns parecem pistas para correr, outros campos para brincar ao que quiser, outros ainda recantos convidativos ao namoro e às guitarradas. Temo-los graças a engenheiros, paisagistas, biólogos, botânicos, cidadãos – e jardineiros, claro – e todos eles fazem a diferença na cidade. Nesta lista, levamo-lo num passeio entre pássaros, arbustos e até pequenos lagos, mas também por séculos de uma Lisboa verde.

Recomendado: Os melhores sítios para correr em Lisboa

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Bonsais, cactos, árvores de fruto, arbustos, plantas rasteiras, trepadeiras, folhas grandes e miudinhas, tudo para compor as divisões lá de casa ou até mesmo para dar outra vida ao quintal – se for o caso. Estes sítios (alguns deles só com loja online) reúnem alguns dos mais raros exemplares da natureza aos mais simples e vulgares. Saiba, no entanto, que é preciso ter atenção à espécie para poder adaptá-la ao ambiente – coisas que um especialista lhe vai explicar certamente. Esta lista dos melhores sítios para comprar plantas em Lisboa é para os apaixonados pela botânica, é todo um novo harém de clorofila à espera de ganhar casa e que vale a pena visitar.   

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  • Caminhadas e passeios

Parta à descoberta dos melhores jardins e parques em Sintra, um trabalho que o ajudamos a fazer com todo o gosto. Há verde de todos os tipos: desde o parque no meio da vila aos parques e jardins românticos escondidos nas encostas da serra, obras-primas de arquitectos e paisagistas do século XIX, que foram mantidos e recuperados nos séculos seguintes. Mas também aqui encontra o jardim francês, com as suas sebes de buxo milimetricamente aparadas, ou um mais robusto parque de merendas, se tudo o que precisa é de ouvir passarinhos refastelado à sombra das árvores. Venha a Sintra conhecer três jóias portuguesas da Rede Europeia de Jardins Históricos.

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