A requalificação do Jardim do Torel, na Colina de Santana, chegou ao fim em 2020. Promovida pela Junta de Freguesia de Santo António, a intervenção contou com o planeamento da arquitecta paisagista Raquel Alho, que desenhou espaços para os utilizadores se sentarem na relva, envolvidos por canteiros de maçarocos (orgulho-da-Madeira) e plantas aromáticas, como a lavanda ou a verbena. No projecto, que teve como base a ideia de “jardim do amor”, os bancos foram restaurados e em cada um deles pode ler-se poesia de nomes como Ary dos Santos, Fernando Pessoa ou o letrista João Monge. O ginásio ao ar livre do Jardim do Torel também foi pintado de fresco e, na outra ponta, há um pequeno gazebo em ferro onde pode ler ou sentar-se só a apreciar a vista sobre a cidade.
Exóticos pelas espécies que exibem, desenhados à inglesa e à francesa, com mais ou menos pendor para o conceito de mata, ajardinados ou em jeito de parque florestal, os espaços verdes de Lisboa contam histórias da cidade e da sociedade, mas também sabem muito bem estar em silêncio e deixar-nos retirar deles o que têm de melhor. Alguns parecem pistas para correr, outros campos para brincar ao que quiser, outros ainda recantos convidativos ao namoro e às guitarradas. Temo-los graças a engenheiros, paisagistas, biólogos, botânicos, cidadãos – e jardineiros, claro – e todos eles fazem a diferença na cidade. Nesta lista, levamo-lo num passeio entre pássaros, arbustos e até pequenos lagos, mas também por séculos de uma Lisboa verde.
Recomendado: Os melhores sítios para correr em Lisboa