Da Cidade, às Carquejeiras
É uma estátua e também um pedido de perdão. Inaugurada no passado dia 1 de Março, este monumento é uma homenagem às carquejeiras, mulheres pobres que transportavam, muitas vezes esfomeadas, entre 30 a 50 quilos de molhos de carqueja, que serviam como acendalha para os fornos das padarias e das lareiras das casas burguesas. Esta exploração do trabalho da mulher (recebiam uma miséria) decorreu entre finais do século XIX e meados do século XX e eram longos os percursos que percorriam. E nem todos eram planos. A carqueja era transportada da beira-rio até zonas como o Carvalhido, Paranhos, Boavista ou Antas e um dos pontos mais duros era a chamada “via dolorosa”, hoje Calçada das Carquejeiras, uma via que liga os Guindais às Fontainhas e que tem uma inclinação de 22%. No topo dessa rampa foi erguido este monumento, promovido pela Associação de Homenagem às Carquejeiras do Porto, fundada por Arminda Santos, e executado por José Lamas.