"A Baixa estava morta. Agora foi incinerada". Foi com estas palavras que o jornalista e olisipógrafo Manuel Múrias comentou o grande incêndio que no dia 25 de Agosto de 1988, faz agora 30 anos, consumiu parte da zona histórica do Chiado, na Baixa de Lisboa. O fogo irrompeu por volta das cinco da manhã nos Armazéns do Grandella, na Rua do Carmo, destruindo, em poucas horas 18 edifícios e uma área equivalente a quase oito estádios de futebol. A Baixa estava então em decadência. Envelhecida, vazia à noite, quase sem moradores e muito prejudicada pela concorrência dos centros comerciais que surgiam por toda a parte, caso do recém-inaugurado nas Amoreiras, a zona já não era o centro social, cultural, turístico e de comércio da capital doutros tempos.
Foi um dos dias mais quentes da história da cidade. Estava meio país de férias quando deflagrou o infame incêndio no coração de Lisboa. Alternando com as imagens dos fotógrafos Alfredo Cunha, Rui Ochoa, Fernando Ricardo e José Carlos Pratasdo – que pode encontrar livro O Grande Incêndio do Chiado (Tinta da China, 12,90€) – fazemos-lhe um retrato do que foi o Chiado, do combate ao incêndio e da zona que acabou por ser resgatada das cinzas. E ainda falámos com Nuno Roby, o primeiro jornalista a dar a notícia do incêndio quando era estagiário na TSF. Como complemento pode, durante este sábado, 25 de Agosto, ligar a RTP1, RTP3 e RTP Notícias que ao longo do dia têm uma "operação especial" planeada sobre a efeméride.
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