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Fotografia: Nik MacMillan/ Unsplash
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Grandes mulheres, vinhos maiores

Antonina Barbosa, Leonor Freitas e Sandra Tavares da Silva impuseram-se num sector ainda dominado por homens.

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Vindima a vindima, elas foram conquistando o seu lugar num mundo que durante demasiado tempo foi masculino. Além de produzirem vinhos aclamados, estas três mulheres estão ao leme das suas empresas e trilham o futuro para as que hão-de vir. Apresentamos Antonina Barbosa, directora-geral da Falua, Leonor Freitas, a “Dona Ermelinda”, e Sandra Tavares da Silva, responsável pela Quinta de Chocapalha e Wine&Soul.

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Antonina Barbosa, a diplomata

Licenciada em Bioquímica e mestre em Enologia, Antonina Barbosa é actualmente enóloga-chefe e directora-geral da Falua, empresa mais conhecida pela marca Conde Vimioso, do Tejo. O seu primeiro impacto como enóloga foi em 2004, precisamente na Falua e ao lado do icónico enólogo João Portugal Ramos. Nessa altura era tudo diferente, havia muito poucas mulheres no vinho, mas Antonina diz que nunca pensou muito nisso e que a confiança com que fazemos o percurso é o que mais influencia a forma como somos vistos. Confiança e discrição são, de facto, duas palavras que definem muito bem a enóloga responsável por uma das marcas que hoje mais honram e bem representam a região do Tejo.

Leonor Freitas, a magnânima

A “Dona Ermelinda” dispensa apresentações, mas é indispensável que se fale dela sempre que o tema é mulheres e vinho. Leonor Freitas elevou a casa agrícola da família ao estatuto de uma grande empresa, que hoje factura milhões, com 550 hectares de vinha só na Península de Setúbal. Apostar num vinho bag-in-box – um produto menos bem visto – foi uma das suas primeiras e mais arrojadas decisões, que acabou por se tornar na que levaria a Casa Ermelinda Freitas ao sucesso. A empresa produz agora uma completa gama de vinhos com o factor “consensualidade” em primeiro lugar, não fosse essa a estratégia da casa, a culminar no topo de gama Leo d’Honor, nome que é referência à própria administradora, que faz também um trabalho social importante na sua região. “Não há profissões para homens e para mulheres”, afirma Leonor. “Há pessoas certas nos sítios certos.”

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Sandra Tavares da Silva, a desbravadora

Esta menina de olhos e cabelos claros pode ter uma voz doce, mas na hora de fazer grandes vinhos mostra toda a sua dureza. Sandra Tavares da Silva, agrónoma e enóloga, é de Lisboa, mas cedo se apaixonou pelo Douro e partiu à sua descoberta, tendo hoje um projecto vínico próprio em cada uma dessas regiões, Quinta de Chocapalha e Wine&Soul, respectivamente. Em 2020, integrou a lista das 24 melhores enólogas do Mundo segundo o Financial Times, e desde aí que ninguém lhe larga a bainha da saia... Ou das calças, pois na verdade, é mais frequente vê-la na vinha com as suas calças de ganga e botas Timberland castanhas. Sempre foi obstinada, e desde muito nova que nunca desistiu de lutar pelas coisas que queria. “Quando se fechava uma porta, saltava pela janela”, conta Sandra. De facto, o medo de cair nunca lhe tirou as asas.

Boa Pinga – Três Grandes Escolhas

Conde Vimioso

Regional Tejo Reserva tinto 2018 Falua · 14,99€*

Este vinho é um lote de Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Castelão e Aragonez que combina notas de fruta vermelha com especiarias e um toque de cacau. Muito fresco e elegante, tem bastante corpo e persistência.

Boa Trinca: Acompanhe com carré de borrego com alecrim, risoto de cogumelos, moussaka turca ou lasanha vegetariana.

Leo d’Honor

Palmela tinto 2013 Casa Ermelinda Freitas · 30€*

Feito da uva Castelão, com origem em vinhas de 70 anos plantadas nos terrenos arenosos de Palmela, é um tinto que apetece mastigar, concentrado e a sugerir fruta negra, chocolate e ervas do campo.

Boa Trinca: Fica bem com plumas de porco preto com migas de espargos, beringelas à parmigiana e gnocchi recheados ou trufados.

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CH by Chocapalha

Regional Lisboa tinto 2018 Sociedade Agrícola das Mimosas · 32€*

Muita elegância e sensualidade neste Touriga Nacional, a trazer ao nariz fruta silvestre e cereja escura, e também flores violeta. Na boca tem equilíbrio, óptima acidez e envolvência.

Boa Trinca: Penne com queijo provolone, tomate cereja e alho francês, lombinho de vaca selado, empadão de carne: tudo belas companhias.

*P.V.P. preço recomendado, indicativo e não vinculativo

Mais que beber

Os bares de vinho (ou wine bars, como lhes chamam os ingleses), as garrafeiras e as lojas da especialidade estão cada vez mais na moda e ainda bem. Afinal, o nosso vinho é um dos melhores do mundo e fica bem em diversas ocasiões. Seja para se refrescar a meio da tarde, aconchegar-se ao fim do dia ou até para lançar o mote numa noite de festa, reunimos os melhores bares de vinho em Lisboa, onde além de conseguir beber um copo consegue também picar um bom petisco. 

Os alfacinhas continuam a assistir ao milagre da multiplicação de marcas, estilos e sítios para beber cerveja artesanal, em garrafa ou à pressão, com tira-gostos clássicos a acompanhar ou o melhor da gastronomia internacional. Entre bares, garrafeira, fábricas e brewpubs há cada vez mais e mais variados projectos ligados à cerveja em Lisboa. E ainda há espaço para mais. Estes são os melhores sítios para beber uma fresquinha.

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