Crítica: “O Imperador de Paris”
De Jean-François Richet, 120 minutos
★★★☆☆
Filme de época, história biográfica, enredo policial, aventura de capa e espada. O Imperador de Paris, de Jean-François Richet (na foto), consegue ser tudo isto e inscreve-se num tipo de cinema cada vez mais raro na produção francesa: o grande filme popular de qualidade. Ao contar como, sob o regime napoleónico, no início do século XIX, Eugène François Vidocq, um conhecido e carismático malfeitor que se queria regenerar, foi perdoado dos seus crimes e nomeado director da polícia pelo temido e poderoso ministro da Polícia Joseph Fouché, Richet conta-nos também um pedaço da história dessa França que se refaz após as convulsões e as barbaridades da Revolução Francesa, passada em parte numa Paris em renovação (e quase totalmente recriada em estúdio, como nas grandes produções históricas a cuja linhagem O Imperador de Paris pertence). O filme combina com trepidante eficácia peripécias tipicamente romanescas e folhetinescas, e factos reais tirados às memórias escritas por Vidocq, personificado com intensidade atormentada por Vincent Cassel. Ele sucede no papel a Harry Baur, George Sanders, Bernard Noel, Claude Brasseur ou Gérard Depardieu, demonstrando a popularidade perene desta personagem tão singular e maior da pequena história de França. EB