Watchers, Luís Louro
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Amadora BD: no princípio era o lápis...

Várias exposições formam o núcleo central da 29ª edição do Festival Internacional de BD da Amadora, de 26 de Outubro a 11 de Novembro. Desenhamos-lhe os caminhos que pode percorrer.

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As exposições do Amadora BD (como é vulgarmente designado o FIBDA – Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora) são famosas e um dos argumentos fortes para uma visita ao certame. A escolha da organização para o tema da exposição central bateu em cheio no período que dura o evento. A criação contemporânea brasileira de BD ocupa o principal destaque, com a segunda volta das mais polémicas eleições presidenciais de sempre a terem lugar dois dias depois de começar o maior festival de BD português.

Não é de estranhar, portanto, que muitas das obras expostas, algumas até premiadas no Brasil e no estrangeiro, abordem temas sociais e políticos – a barra tá pesada! Com curadoria do próprio director do festival, Nelson Dona, e cenografia de Catarina Pé-Curto, vamos poder apreciar exemplos em várias fases de elaboração saídos das mãos de Marcello Quintanilha, Marcelo D’Salete, Spacca, Klévisson, André Diniz, João Marcos, Helô D’Angelo e Pedro Cobiaco.

O autor em destaque, merecedor igualmente de uma exposição retrospectiva do seu trabalho, é o português Francisco Sousa Lobo, o vencedor do Melhor Álbum Português de Banda Desenhada de 2017, distinção obtida com Deserto/ Nuvem (Chili com Carne). A exposição foi comissariada por Tiago Baptista e conta com cenografia de Carlos Farinha.

Homenagear o humor

Há duas figuras que vêem o seu percurso reconhecido, curiosamente duas abordagens bem distintas ao território do humor. Falecido em Março deste ano, Artur Correia (1932-2018) deixa-nos um legado de sete décadas dedicadas à BD e ao cinema de animação, evidenciando o seu gosto pela vida e uma bonomia inquestionável. O País dos Cágados ou História Alegre de Portugal estão entre títulos inesquecíveis para os quais deu a sua contribuição.

Bem diferente, Álvaro (assim, sem apelido, desde sempre) criou diálogos arrasantes expondo tantas vezes a boçalidade e a fraqueza de espírito dos seus interlocutores. Em destaque, estará bem presente Conversas com os Putos (Polvo), galardoado como o Melhor Álbum de Tiras Humorísticas de 2017. Nesta exposição pretende-se dar a conhecer o processo criativo do autor, integrando desenhos, nas suas várias fases de elaboração, a lápis, passados a tinta, pintados com ecoline ou finalizados digitalmente. A cenografia é de Cláudia Gaudêncio e Rui Mecha.

Outras exposições

Mas há outras exposições que valem bem uma visita. Três álbuns em concreto são o ponto de partida para mostras alargadas sobre eles. Bruma, de Amanda Baeza, premiado como Melhor Desenho para Álbum Português de 2017, e Watchers o novíssimo trabalho de Luís Louro, que conta com apresentação durante o festival. Louro regressa aos cenários lisboetas, transformados por um delírio que se alimenta de alegria e irreverência. Uma terceira mostra toma como ponto de partida Lince Ibérico, álbum de Nádia e Tiago Albuquerque, agraciados com o prémio para Melhor Ilustrador Português de Livro Infantil de 2017.

Falta ainda falar de três mostras. Nelson Dona organizou uma escolha com trabalhos premiados de alguns dos mais importantes Festivais Internacionais de BD; o de Nápoles (Itália), Lodz (Polónia), Erlangen (Alemanha) e o HQMix (Brasil). Como habitualmente, estará presente uma mostra colectiva que partilha com os visitantes o que de melhor se vem fazendo nosso país. “Ano Editorial Português 2017-18”, projectada pelos comissários Pedro Moura e Sílvia Silva, servidos pela cenografia de Teresa Aguiar, celebra a variedade de estilos e abordagens criativas. E, naturalmente, estarão expostos os trabalhos recebidos e aclamados no âmbito do Concurso Nacional de Banda Desenhada, promovido todos os anos pelo FIBDA. 

Lisboa fora dos quadradinhos

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