A abrir jardins desde 2017
À 13.ª edição, o festival angariou os seus públicos – são cidadãos informados, outros curiosos, mas ainda uma pequena franja desperta para a valorização e a vivência dos espaços verdes na cidade. “Existe uma tendência verde que aproxima as pessoas das plantas de interior e isso cria logo um equívoco naquilo que é a relação com a botânica. O festival procura, de uma forma simpática, mostrar que estamos enganados em algumas coisas e que estamos a substituir a natureza verdadeira pela natureza de plástico. Isso está a normalizar-se e traduz-se na maneira como vemos as árvores na cidade. São bibelôs.”
Mais de uma centena de espaços depois, o festival regressa e estende-se pela primeira vez ao longo de todos os fins-de-semana de Maio. Tomás Tojo materializou o conceito. Se à primeira vista o programa dá aos lisboetas a chance de entrar em lugares que nunca pisaram antes, ao final do dia é a educação ambiental que move o projecto. “O festival é a tradução de outros projectos que tinham a ver com jardinagem de guerrilha. Faço jardinagem desde os 10 anos e o desenvolvimento social sempre foi uma vertente que me interessou muito. Quando estive em São Paulo, pude trabalhar com ocupação do espaço público. Vim para Lisboa e trouxe essa paixão pelas plantas e pela forma como conseguem juntar à sua volta quem não tem mais nada em comum. No fundo, é a biofilia”, conta.
À 13.ª edição, o festival angariou os seus públicos – são cidadãos informados, outros curiosos, mas ainda uma pequena franja desperta para a valorização e a vivência dos espaços verdes na cidade. “Existe uma tendência verde que aproxima as pessoas das plantas de interior e isso cria logo um equívoco naquilo que é a relação com a botânica. O festival procura, de uma forma simpática, mostrar que estamos enganados em algumas coisas e que estamos a substituir a natureza verdadeira pela natureza de plástico. Isso está a normalizar-se e traduz-se na maneira como vemos as árvores na cidade. São bibelôs.”
Consultor e designer de jardins em nome próprio, a acção de Tomás não se cinge ao calendário do festival. No início do ano, a Associação Jardins Abertos arrancou com o projecto Bairro Verde na Rua de São Paulo, onde, durante um ano, organizará mercados, trocas de plantas, oficinas, conversas e almoços comunitários. Uma programação que acompanha a requalificação desta rua, que terá passeios alargados e novas árvores plantadas.
Mas Maio está já aí à porta e com ele o festival, este ano focado em expandir os cinco sentidos. Entre os locais que se estreiam no roteiro estão o Jardim do Dragão do Centro Cinetífico e Cultural de Macau, o Jardim do Atelier do Grilo ou o Parque Hortícola Terras de Minas, na Tapada da Ajuda. Em Monsanto, haverá visitas ao Espaço Biodiversidade ao nascer do sol. Conte ainda com poesia somática na Estufa Fria, oficinas de pintura nos Jardins do Palácio Fronteira e uma troca de plantas. No final do Junho, muda o cenário. Os Jardins Abertos acontecem, pela primeira vez, no Porto.