A Primeira Missa no Brasil, 1993, Paula Rego
The Estate of Paula Rego | A Primeira Missa no Brasil, 1993, Paula Rego
The Estate of Paula Rego

Exposições em Lisboa a não perder em Abril

Artes plásticas, fotografia e mostras documentais. Em Abril, a agenda de exposições não dá descanso.

Mauro Gonçalves
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No mês da Revolução, a agenda não fica indiferente ao 25 de Abril de 1974. No Museu do Aljube, são duas as exposições à boleia deste marco no calendário. Enquanto isso, o Festival Política volta a ocupar o Cinema São Jorge, este ano com quatro exposições. Mas há mais: em Belém, o recém-inaugurado MACAM exibe uma extensa colecção privada de arte contemporânea, exposta em permanência, e ainda duas mostras temporárias. No Centro de Arte Moderna Gulbenkian, espreite uma das exposições mais aguardadas do ano: "Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes".

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Exposições em Lisboa a não perder este mês

  • Arte
  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

Na missão de revelar novos nomes da fotografia portuguesa, a Masterclass da Narrativa chega à sexta edição. Até 12 de Abril, a galeria de Alvalade expõe os trabalhos de seis autores seleccionados, que exploram temas como a saúde mental, a memória, o isolamento, o urbanismo, a eco-preservação ou as relações familiares. São eles António Saldanha, Cláudia Florêncio, Cláudio Fernandes, Filipa Fernandes, João Cruz e Nuno Silva.

Rua Dr. Gama Barros, 60 (Roma). Qua-Sex 14.00-19.00, Sáb 14.00-17.00. Até 12 Abr. Entrada livre

  • Arte
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

É um dos destinos de eleição dos amantes de música, mas, esta quinta-feira, 6 de Março, vai mudar de endereço. A exposição "Paraíso de Coura" está a chegar a Lisboa, ao atmosfera m, o espaço cultural do Montepio Associação Mutualista. Este evento, baseada no livro homónimo de Alfredo Cunha, reúne fotografias captadas ao longo de 20 anos do festival Paredes de Coura, estará patente até 17 de Abril e é de entrada livre.

Rua Castilho, 5 (Avenida). Seg-Sex 09.00-18.00. Até 17 Abr. Entrada livre

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  • Arte
  • Marvila

A Galeria Underdogs acolhe a exposição "JR: Through My Window" do artista francês JR. Com 36 litografias dos seus projectos mais emblemáticos, o artista conta-nos sobre as curiosas histórias por detrás das suas obras com um conjunto de códigos QR que dão acesso à visão do artista, narradas pelo próprio.

Rua Fernando Palha, 56 (Braço de Prata). Ter-Sáb 14.00-19.00. Até 19 Abr. Entrada gratuita.

  • Coisas para fazer
  • Festivais
  • Avenida da Liberdade

No ano em que se assinalam os 50 anos do Processo Revolucionário em curso (PREC), o Festival Política volta a ocupar o Cinema São Jorge, durante três dias, com uma programação subordinada ao tema. A começar pelas quatro exposições – “Portugal em 1975 – Entre a revolução e a mudança”, com fotografias de Marques Valentim, algumas delas inéditas; “50 Anos das Primeiras Eleições Livres em Portugal”, sobre o sufrágio realizado a 25 de Abril de 1957; “Barómetro da Imigração: a perspetiva dos portugueses”, a partir de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre as percepções dos portugueses sobre imigração; e “O que sopra aqui, hoje”, uma reflexão de Zenha Preto sobre as motivações de quem sai à rua, mais de meio século depois da revolução.

Avenida da Liberdade, 175 (Avenida). 24-26 Abr 09.00-00.00. Entrada livre

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  • Arte
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Integrada na programação das Festas de Abril, esta exposição reúne pela primeira vez um conjunto de retratos de figuras proeminentes da vida pública portuguesa da autoria do fotógrafo Kenton Thatcher, há mais de 30 anos radicado em Portugal. São 120 fotografias, na maioria a preto e branco, que incluem rostos bem conhecidos como Álvaro Siza, Joana de Verona, Cristiano Ronaldo, Joana Vasconcelos, José Mourinho, Camané ou Beatriz Batarda. A exposição pode ser vista até 26 de Abril e é de entrada livre.

Rua Barata Salgueiro, 36 (Avenida). Seg-Sex 12.00-19.00, Sáb 14.00-19.00. Até 26 Abr. Entrada livre

  • Arte
  • Fotografia
  • Cascais

Depois de apresentar Nicholas Nixon, Ruth Orkin ou Michael Grecco, o Centro Cultural de Cascais mostra o trabalho do fotógrafo norte-americano Rodney Smith, que ficou conhecido pelas imagens captadas de forma inteligente para ilustrar cenários surrealistas, muitas vezes com composições que privilegiavam a estética. A exposição reúne mais de uma centena de imagens, desde retratos a paisagens.

Avenida Rei Humberto II de Itália, 16 (Cascais). Ter-Dom 10.00-18.00. Até 25 Mai. 5€

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  • Arte
  • Belém

No edifício da antiga Central Tejo, o MAAT recebe o artista português Rui Moreira, com uma antologia que percorre mais de duas décadas de carreira. Um corpo de trabalho composto por pintura e desenho, resultado de referências cinematográficas e literárias, mas também com raízes no folclore transmontano e nas muitas viagens que tem feito à volta do globo. A 6 de Maio, Rui Moreira dará uma aula de 12 horas no museu, momento em que falará da sua prática e da importância do estado de transe no seu trabalho.

No espaço Cinzeiro 8, também na antiga central energética, o MAAT apresenta "Gestos", um conjunto de pequenos filmes. Mais do que instalações, Ana Léon chama "envolvimentos" às fitas agora exibidas ininterruptamente – também até 2 de Junho – em seis salas escuras e isoladas, para que imagens e sons não se contaminem.

Avenida de Brasília (Belém). Qua-Seg 10.00-19.00. Até 2 Jun. 11€ (entrada gratuita no primeiro domingo de cada mês, até às 13.00)

  • Arte
  • Avenidas Novas

O título – "Dedicado ao Desconhecido" – sintetiza o corpo de trabalho de Susan Hiller, que ao longo de mais de 50 anos se debruçou sobre as dimensões do subconsciente e do paranormal. A sua obra, que contempla pintura, fotografia, escultura, caligrafia, colagem e vídeo, chega agora à Culturgest através de uma exposição retrospectiva originalmente concebida para o Museu Helga de Alvear, em Cáceres, Espanha – é a primeira depois da morte da artista, em 2019, mas também a primeira a ter lugar em Lisboa.

Rua do Arco do Cego, 50 (Campo Pequeno). Ter-Dom 11.00-18.00. Até 22 Jun. 4€ (gratuito ao domingo)

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  • Arte
  • Chiado

Inspirada pelos Sete Contos Góticos de Karen Blixen e ainda pelos contos italianos compilados por Italo Calvino que lê à filha antes de adormecer, Adriana Molder ocupa a ala Capelo Norte, do Museu Nacional de Arte Contemporânea com a exposição individual "Aldebaran Caída Por Terra". A artista apresenta uma série de pinturas "moldadas, com formas irregulares e orgânicas, em que o volume e incidência da luz de insinuam na forma de ver os (quase todos) rostos, pintados a pastel de óleo", como se lê no descritivo da exposição. Além das pinturas, a artista apresenta ainda um pequeno filme, feito a partir da "memória de uma antiga colecção de imagens de filmes".

Rua Serpa Pinto, 4 (Chiado). Ter-Dom 10.00-18.00. Até 22 Jun. 10€ (entrada livre para residentes em Portugal)

  • Arte
  • Belém

A meio da reformulada exposição permanente do MAC/CCB, encontramos “31 Mulheres. Uma exposição de Peggy Guggenheim”. Mais do que uma homenagem à coleccionadora norte-americana, é uma referência oportuna à exposição que organizou em 1943, numa galeria de Nova Iorque – “Exhibition by 31 Women”. Documentos e fotografias de época abrem a exposição, que pode ser visitada até ao final de Junho. Estabelecido o enquadramento e apresentadas as 31 artistas que desafiaram a mentalidade patriarcal que na época vigorava até no meio artístico, a segunda sala revela alguns dos principais temas e estratégias exploradas por estas mulheres, tantas vezes votadas ao circuito das artes decorativas, como explica também Enguita. Cinco pequenos núcleos que permitem perceber o contexto e o trabalho das mulheres artistas que Peggy colocou sob o holofote.

Há mais para ver no MAC/CCB. O museu apresenta ainda as exposições temporárias "Hestnes Ferreira – Forma | Matéria | Luz" (até 13 Abr) e "Homo Urbanus. Uma Odisseia Cidamatográfica de Bêka & Lemoine" (até 20 Abr).

Praça do Império (Belém). Ter-Dom 10.00-18.30. Até 29 Jun. 7€ (Dom até 14.00 gratuito para residentes)

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  • Arte
  • Princípe Real

Um depois da inauguração em São Paulo e ao fim de dois meses em Hamburgo, a exposição chega a Lisboa para, através da fotografia, mostrar a "exuberância e a tragédia na maior planície inundável do planeta, o Pantanal", como descreve o texto de apresentação. No total, serão 80 fotografias, algumas em painéis de grande dimensão, assinadas por "dois dos maiores fotodocumentaristas sul-americanos": Lalo de Almeida, fotojornalista da Folha de São Paulo, entre outros órgãos de comunicação social, e Luciano Candisani, colaborador da revista National Geographic. "As imagens foram inspiradas por contrapontos extremos: a fauna e a flora do bioma do Brasil e os incêndios alastrados na região entre 2020 e 2024." Inaugura a 16 de Abril.

Rua da Escola Politécnica, 56 (Príncipe Real). Ter-Dom 10.00-17.00. Até 6 Jul. 6€

  • Arte
  • São Sebastião

São 46 obras do Centro de Arte Moderna (CAM), 34 vindas da Colecção Berardo e ainda outras provenientes de colecções nacionais e internacionais. Numa exposição inédita – pela união de esforços entre as duas maiores colecções institucionais de arte britânica do país –, a viagem pela produção artística da grande ilha abrange quase dois séculos e, mais do que uma abordagem exclusiva, fica marcada por uma visão aglutinadora do que tem sido a arte produzida naquela espaço geográfico. Com 75 nomes representados, "Arte Britânica – Ponto de Fuga" inclui oito artistas portugueses, cujos percursos passaram por Londres, mas também olha para o legado de imigrantes e refugiados provenientes de outros contextos e latitudes.

Avenida de Berna, 45A (Praça de Espanha). Qua-Seg 10.00-18.00 (Sáb até às 21.00). Até 21 Jul. 6€-16€

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  • Arte
  • Belém

Cenas da vida quotidiana, tensões e dramas inerentes às sociedades modernas e contemporâneas, como a solidão, a pobreza, a alienação, a violência urbana, o abandono e a exclusão social são alguns dos temas que percorrem a carreira de Jeff Wall. O MAAT Gallery dedica-lhe uma exposição, com curadoria de Sérgio Mah, onde mais de 60 obras dão corpo a quatro décadas de imagens do quotidiano. Abre a 23 de Abril.

Avenida de Brasília (Belém). Qua-Seg 10.00-19.00. Até 1 Set. 11€ (entrada gratuita no primeiro domingo de cada mês, até às 13.00)

  • Arte
  • Belém

Já nos deu muitos bons artista de renome — Joana Vasconcelos, Leonor Antunes, Vasco Araújo, André Romão ou Gabriel Abrantes — e promete continuar a dar. O Prémio Novos Artistas Fundação EDP está de volta este ano com seis finalistas, seleccionados a partir de cerca de 600 candidaturas. São eles Alice dos Reis, Evy Jokhova, Francisco Trêpa, Inês Brites, Maja Escher e Sara Chang Yan. No decorrer da exposição, um júri internacional irá nomear o artista vencedor, a quem a Fundação EDP vai atribuir um prémio no valor de 20 mil euros. Abre a 10 de Abril.

Avenida de Brasília (Belém). Qua-Seg 10.00-19.00. Até 9 Set. 11€ (entrada gratuita no primeiro domingo de cada mês, até às 13.00)

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  • Arte
  • São Sebastião

Duas artistas de gerações diferentes juntam-se, pela primeira vez, através das suas obras. A Nave do renovado CAM recebe a segunda exposição desde a reabertura – 80 obras de Paula Rego e Adriana Varejão, conjunto que inclui pintura, gravura, escultura e instalação. O projecto cenográfico de Daniela Thomas vai compartimentar o espaço em 13 salas. Nelas, serão sublinhadas as linhas de contacto do trabalho das duas artistas: o poder e a opressão sobre as mulheres, mas também a violência e o erotismo inquietantes. Adriana Varejão, que coassina a curadoria da exposição, apresentará uma obra inédita. A abertura é a 11 de Abril.

Se está no CAM, não deixe de espreitar as restantes exposições e instalações que por lá andam. Até 2 de Junho, conte com "Coro em Rememória de um Voo", de Julianknxx, "Cidade à volta da Cidade", de Tristany Mundu, "Interferências no Tejo", de Francisca Rocha Gonçalves, e "Ciguatera", de Diana Policarpo. As últimas três são de entrada livre. Pode ainda ter um vislumbre da colecção do CAM na exposição "Linha de Maré".

Rua Marquês de Fronteira, 2 (São Sebastião). Dom-Seg, Qua-Sex 10.00-18.00, Sáb 10.00-21.00. Até 22 Set. 4€-16€ (entrada gratuita para menores de 30 anos Sáb 18.00-21.00)

  • Arte
  • Arte popular
  • Baixa Pombalina

O que é a identidade nacional e como é que nos influencia? Como é que a moda se alterou face às mudanças económicas e políticas do país? O que é que significa ser português? As questões flutuam na nossa mente e vão encontrando respostas à medida que exploramos a nova exposição. Em conjunto com a Casa do Design de Matosinhos, onde a exposição se estreou em 2022, "Portugal Pop: A Moda em Português", que pode ser vista a partir de sexta-feira, 21 de Março, chega à capital para nos fazer reflectir sobre a moda e o que ela tem representado nos últimos 50 anos. Entre 140 coordenados de diferentes designers, o MUDE - Museu do Design leva o visitante numa viagem no tempo que tem início nos anos 1970 e só termina cinco décadas depois – agora.

Rua Augusta, 24 (Baixa). Até 12 Out. Ter-Qui 10.00-19.00. Sex-Sáb 10.00-21.00. Dom 10.00-19.00. 11€-15€

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  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Santa Maria Maior

Depois de "Ato (DES)colonial", a mesma sala recebe a exposição "Antes de ser independência foi luta de libertação", em jeito de celebração dos 50 anos das independências dos territórios das ex-colónias portuguesas em África. A exposição resulta de um trabalho que tem sido levado a cabo desde 2021 – a descrição, digitalização e disponibilização de fundos documentais doados ao centro de documentação do Museu do Aljube. Materiais explorados no âmbito de uma exposição que quer reflectir sobre estes processos históricos e que pretende gerar "mais pensamento e acção anticolonial e antirracista, abolicionista de todas as formas de violência", nas palavras de Rita Rato, directora do museu.

Até ao final de Abril, vai ainda encontrar a exposição "Arquitectas da Liberdade".

Rua Augusto Rosa, 42 (Sé). Ter-Dom 10.00-18.00. Até 31 Jan. 3€

Mais para fazer em Lisboa

Não são moda de agora – ainda nos lembramos de ver mimosas e mesas fartas em séries como O Sexo e a Cidade –, mas continuam a ser uma tendência em Lisboa. Um maravilhoso mundo de possibilidades que tanto serve de pequeno-almoço reforçado como almoço ou refeição para qualquer hora. Se começaram por ser uma opção de fim-de-semana, são cada vez mais os sítios com cartas para qualquer dia, afinal um prato de ovos ou panquecas sabe sempre bem. Mas nem só disso se faz o brunch. À carta ou em menus faustosos, são cada vez mais e melhores os brunches em Lisboa, alguns até com dedo de chef. 

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Em Lisboa, não faltam opções para ir ao teatro, muitas delas com preços bem apetecíveis (olá, dia do espectador). E algumas estão tão pouco tempo em cena que é preciso correr, já que nunca se sabe se (e quando) são repostas. Entre companhias históricas e emergentes, encenadores e actores conhecidos e outros que ainda estão a tentar conquistar lugar, encontra-se um generoso conjunto de peças de teatro e de dança. Aqui ficam as nossas sugestões do que se vai poder ver este mês, para que a escolha seja mais fácil.  

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