No antigo Palacete dos Condes de Burnay, inaugurou a 5 de Outubro a terceira maior biblioteca municipal de Lisboa. Uma intervenção desenhada pela arquitecta Margarida Grácio Nunes, reconhecida com uma menção honrosa de melhor intervenção de impacto social do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2020. Com cinco pisos (o último com vista para o Tejo), a biblioteca tem uma loja, uma sala multiusos, um espaço para famílias, uma galeria e um jardim onde foi mantida uma fonte que continua a beber da Ribeira de Alcântara. As instalações foram modernizadas, mas há uma sala que foi restaurada, mantendo a traça original, com os seus frescos e estuque trabalhado.
Quando olharmos para trás, para o amaldiçoado ano de 2020, não veremos apenas Covid-19. Veremos como alguns projectos mudaram a cidade para melhor, cada um à sua maneira. Se por um lado Lisboa ganhou uma grande biblioteca num palácio oitocentista em Alcântara, por outro a casa do poeta mais aclamado do país ganhou mais espaço e mais dignidade. Também os palcos da cidade, mesmo a meio gás, se destacaram, entre eles o de uma sala alfacinha com mais de 50 anos que renasceu para uma vida nova a meio de um ano muito ingrato para os artistas e para o público. Graças a todos eles podemos olhar para 2020 e ver um copo meio cheio. De coisas boas.
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