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Está na altura de cortar o cabelo? Conheça estes novos cabeleireiros em Lisboa

Alguns parecem salas de estar, outros galerias de arte. Seja para mudar de visual ou apenas cortar as pontas, tome nota destes nove novos cabeleireiros em Lisboa.

Mauro Gonçalves
Escrito por: Joana Moreira
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Escolher um cabeleireiro nunca é só escolher um cabeleireiro e em havendo uma mão cheia de novos espaços na cidade, a tarefa só pode sair facilitada. Desde o início da pandemia que os profissionais do corte e da cor não têm cruzado os braços. Mesmo com dois confinamentos pelo meio, Lisboa viu nascer novos cabeleireiros, todos eles com as suas especificidades. Dos ambientes intimistas, quase a fazer lembrar uma sala de estar, aos interiores de sonho, passando pelos que se propõem a tratar de tudo o que complementa o cabelo, aponte estes novos cabeleireiros em Lisboa.

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Novos cabeleireiros em Lisboa

  • Saúde e beleza
  • Cabeleireiros
  • São Sebastião

Visto de fora, pode parecer só mais um salão nas Avenidas Novas. Lá dentro, há uma espécie de santuário dos rituais de beleza. Mas antes de lá chegarmos, há que fazer a clientela sentir-se em casa – nada que um bom sofá à entrada, um café acabado de tirar e, com sorte, uma bandeja de pão de queijo não resolva em três tempos.

Para Michele Schiavo, o objectivo era esse desde o início – criar uma comunidade em torno de um espaço pensado para aumentar a confiança de quem entra. O Artz abriu em Junho de 2020, quando o nível de incerteza em relação ao futuro era alto o suficiente para fazer recuar esta empreendedora e o seu sócio, Luís Zamban, esse sim, cabeleireiro de profissão e actual director criativo do espaço.

E espaço é o que não falta, dos recantos para um atendimento mais recatado à zona de manicure e pedicure, passando pelos gabinetes de estética e depilação e até por um photo booth com um baloiço, a piscar o olho às redes sociais (isso e os light rings de serviço).

Há tratamentos corporais, serviço de barbearia, extensões de pestanas e maquilhagem. Tudo acontece graças ao batalhão que aqui trabalha. São mais de 20 pessoas e garantem que nada fica por fazer. Entretanto, já existe um segundo Artz ali para os lados do Campo Pequeno.

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  • Cabeleireiros
  • Cais do Sodré

Ao fim de quase 20 anos a manusear tesouras e secadores, Hugo Offerman aventurou-se num espaço próprio. Foi no Verão do ano passado que este profissional experiente abriu as portas do Ferragial, um sério candidato ao lugar de salão mais bonito de Lisboa. “Só vi três espaços e, quando entrei aqui, soube logo que tinha de ser este”, conta.

A descrição bate certo. O interior, em forma de túnel, assume paredes e tecto em estado bruto, mas não sem adocicar devidamente o ambiente com mobiliário cor-de-rosa, a cor favorita de Hugo, apontamentos verde menta e uma legião de plantas colocadas no centro do salão. Segunda-feira é dia de lhes tratar da saúde. Aliás, há profissionais especializados que vêm todas as semanas só para garantir que continuam frescas e viçosas.

“É como estar na minha casa, na verdade – há sempre flores frescas, plantas, velas e música. E o conceito é algo super calmo. Também por isso é que quis fugir àquelas cores típicas dos salões: o preto, o branco, o metalizado. Mesmo assim, é um espaço cheio de detalhes. As pessoas podem estar aqui uma hora, que estão sempre a descobrir coisas novas, é um jogo.”

Depois de uma sociedade de pouca dura, em Setembro, tornou-se o único proprietário do Ferragial. Mas não é por isso que trabalha sozinho. Nas cadeiras ao lado estão Miguel Leones, que responde pelo anglicismo pomposo de top creative stylist, e Ronny, o junior stylist de serviço. O trio não tem mãos a medir. Além de uma legião de clientes fiéis, aparecem estrangeiros sugestionados pelas imagens do espaço no Instagram. Sem que o género seja um critério, os preços começam nos 35€ (corte e coloração).

De volta à equipa, continua a haver espaço para mais um, mas não mais do que isso. “Podia pôr mais cadeiras, mas não. Se quiser crescer, abro outro.”

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  • Saúde e beleza
  • Cabeleireiros
  • Bairro Alto

Esqueçamos o típico salão caótico, repleto de estímulos visuais e musicado por secadores e conversas de fundo. Aqui, o branco predomina, num espaço pensado para ser amplo, limpo e minimal. Os detalhes industriais – o tecto em cimento e os candeeiros metálicos – dão-lhe ares de modernidade, o lustre sobre a recepção dá o toque boémio que faltava ao Fiero. É atrás do balcão que encontramos Flávio Passos e Micael Dourado, dois mestres da cor, que também dominam a arte do corte.

“Foram não sei quantos anos a trabalhar para outros, a seguir regras que nem sempre faziam sentido”, refere Micael, que, aos 21 anos, trocou a música pela profissão da mãe. “E se não tentássemos, íamos chegar lá à frente e pensar: será que tinha dado certo?”, completa Flávio, que deu os primeiros passos no Facto de Santa Apolónia.

Amigos e agora sócios, conheceram-se no Toni & Guy, ainda na Rua do Alecrim. A empatia e os objectivos profissionais alinhados fizeram-nos procurar um espaço próprio. Encontraram-no, curiosamente, no Bairro Alto, que continua a ser uma zona de excelência no que toca a cabeleireiros. Em três meses, com algum do it yourself pelo meio, o salão estava pronto a abrir portas.

Desde Dezembro que os clientes de há anos vêm aqui – são mulheres, na maioria, embora Flávio tenha mais clientes homens. Do trabalho quase científico de uma balayage (80€) ou de um efeito sunkissed (madeixas a partir de 75€) aos igualmente exigentes desafios de cor, que envolvem rosas e amarelos (42€), o Fiero é uma espécie de atelier de pintura, onde também começam a chegar algumas figuras públicas, entre elas Gisela João, Joana Gama, Sérgio Praia ou Cláudia Pascoal.

Nas prateleiras, os produtos à vista são da Authentic Beauty Concept e da linha vegan da Schwarzkopf (marca também usada na coloração). Do lado da coloração, a dupla trabalha com a paleta da Wella. No espaço, contam-se cinco cadeiras, mas nem todas estão ocupadas. Depois de uma assistente, será a vez de um terceiro cabeleireiro integrar a equipa, no próximo mês.

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  • Cabeleireiros
  • Avenida da Liberdade

Não há montra para a rua nem nada que anuncie o que está para lá do número 31 da Rua Rodrigues Sampaio, a dois passos da Avenida da Liberdade. Mas quem lá vai sabe ao que vai e a discrição é propositada. Queria conseguir captar as clientes que não estão tão satisfeitas nos outros salões, tão expostos, e que procuram mais privacidade”, diz João Gaspar, o hairstylist que agora ocupa o antigo espaço do cabeleireiro Miguel Viana na capital.

Aos 17 anos e com um canudo em Design de Moda, o jovem de Oliveira de Azeméis rumou ao Porto atrás do sonho e bateu à porta do reconhecido cabeleireiro. Propus-lhe começar a trabalhar com ele. Foi assim uma coisa espontânea e correu bem, recorda. Agora, com 23 anos, é a vez de João brilhar a solo neste apartamento tornado salão na zona nobre da cidade. Quando arriscou ficar com o espaço do seu mentor não tinha nem uma única cliente, admite, lembrando o nervosismo. Hoje, o ambiente exclusivo e a atenção ao detalhe (como a sofisticada mobília em madeira ou um toucador com múltiplos espelhos que permitem que se veja o resultado sob todos os ângulos) já lhe enche a agenda. Todas as clientes que vêm e ficam vêm do passa a palavra. Não há nada melhor do que o cabelo falar por si”, garante Gaspar, que, no tratamento, trabalha com produtos Kérastase e, para a coloração, reserva gamas da L'Oréal e Wella. 

Além da recepção, desvendam-se três salas: uma para o corte e styling, outra dedicada à coloração e ainda uma sala de tratamento – divisões para percorrer sozinho, já que aqui só há espaço para um cliente de cada vez. À saída, a conta fica-se entre os 30€ e os 65€, caso opte por cortar, ou entre os 65€ e 75€, no caso das colorações (as nuances oscilam entre os 150€ e os 200€).

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  • Chiado/Cais do Sodré

Quem passa pela Rua Poiais de São Bento não fica indiferente aos espelhos que forram as paredes do Kooa Hair – a isso e às imponentes cadeiras de barbeiro. Lá dentro estão Ricardo, 36 anos, e Peter, 36, dois melhores amigos que se uniram pelo bem das cabeleiras alheias. Trabalham juntos há 12 anos, mas só pouco antes da pandemia é que arriscaram abrir este pequeno mas luminoso salão de design minimalista. 

Com o negócio a correr de vento em popa, há quatro meses a dupla conquistou também o número da porta ao lado. “Precisávamos de mais espaço, estamos muito concorridos”, explica Peter à Time Out. O alemão, que vive em Portugal há duas décadas, nunca se afasta do telefone, sempre pronto a agendar uma marcação, apesar de garantir que os dias estão quase sempre cheios. No Kooa Hair o foco é o corte (35€-45€) e a coloração (43€-55€), com produtos Wella Professional e da marca orgânica italiana Oway.

“Também fazemos muitas correcções de cor, de pessoas que vão a outros salões onde não corre muito bem e depois vêm aqui para fazer os retoques, conta. Entre os pedidos mais populares estão a balayage, o ombré ou as eternas californianas – todos têm o custo de 98€. No coração da cidade, o público internacional já representa uma considerável fatia da agenda. Temos muitos estrangeiros. Às vezes aqui durante o dia só falamos inglês, [visitam-nos] principalmente youtubers e bloggers, diz Peter, que também gere as redes sociais do salão lisboeta. Tem a ver com a localização e com o nosso trabalho. O espaço também é um bocadinho diferente, gaba.

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  • Chiado

A disposição do Lodge Hair Lab é a de um pequeno apartamento – um pequeno hall, três salas para tender clientes, um color bar e uma pequena sala de espera. Cortar, pentear e pintar – faz-se de tudo neste salão e com uma atenção especial aos detalhes, nomeadamente à decoração. Os achados vintage espreitam aqui e ali – uma velha cómoda de madeira convertida em color bar, um candeeiro em vidro sobre o balcão da recepção, também ele recuperado, e um carrinho de chá, apoio indispensável para acondicionar o material. O espaço é de David Simão. Nos últimos 16 anos, passou por alguns salões da Baixa, trabalhou em cinema e publicidade e entrou nos bastidores da ModaLisboa e do Portugal Fashion, colaborações esporádicas que mantém até hoje. Mas o proprietário não está sozinho. Há mais duas profissionais dos cabelos a trabalhar aqui, mas num regime independente, como se fosse um espaço de co-work. Atendem os próprios clientes, gerem a agenda e seleccionam os próprios produtos, numa casa com lotação esgotada.

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  • Cabeleireiros
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Kasia Kosiarska é quem dá as boas-vindas quando passamos a pequena porta. A sensação de conforto é imediata nesta antiga loja de chapéus, agora convertida em muito mais do que um simples cabeleireiro. "O Minds & More é um clube de membros, onde os profissionais usam o espaço como um cowork, podem trazer os seus próprios produtos e atendem os seus clientes", começa por explicar a proprietária do espaço.

Em 2018, depois de quase duas décadas a viver em Londres, esta polaca mudou-se de armas e bagagens para Lisboa. A ideia de criar um espaço assim – semelhante àquele onde costumava trabalhar, mas com uma escala muito mais intimista – veio com ela. Em 2021, acabaria por nascer naquele que foi o único espaço que visitou.

Foi amor à primeira vista e é fácil perceber porquê: as paredes revestidas a madeira e o acabamento do tecto fazem deste o sítio perfeito, não só para mudar de visual como também para ouvir música. Não é por acaso que o primeiro móvel a saltar à vista tem dois gira-discos e uma pequena selecção de discos de vinil. Além de hair stylist experiente, Kasia tem carreira feita como DJ.

À chegada, os clientes não se livram de uma recepção calorosa. Um café? Uma taça de prosecco? Tudo para os deixar à vontade e a sentirem-se em casa, tarefa facilitada pela própria configuração do espaço, uma sucessão de pequenas salas, decoradas com móveis reaproveitados e transformados para encaixarem aqui.

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  • Cabeleireiros
  • Bairro Alto

Do futebol às rotinas do bairro, João Ramos tem tema de conversa para praticamente todos os que passam à porta do Rhamus Hair, um salão que não precisou de muito espaço para furar em plena pandemia e estabelecer uma clientela fiel, entre o Príncipe Real e o Bairro Alto. “O segredo é ser-se simpático. Comunico com quem passa, até porque não trouxe muitos clientes das outras casas”, refere.

Aos 32 anos, este é o seu projecto de vida, depois de ter começado a trabalhar numa barbearia e de ter passado pelo Toni & Guy. A pandemia não o demoveu, pelo contrário. Alugou um espaço e abriu portas em Outubro de 2020. “Comecei a pensar na minha vida. Muita gente me chamou maluco, mas havia coisas que tinha de fazer e que tinha de fazer agora. Além disso, esta rua sempre me tinha cativado.”

Entre vizinhos e turistas, garante que a agenda tem estado quase sempre cheia. Cortar (a partir de 27€, o feminino; 16€ o masculino), pintar (42€), pentear, tingir madeixas ou afinar a cobiçada balayage – João vai tendo mãos para todo o serviço e usando uma única marca, a italiana Davines, cujos produtos são compostos maioritariamente por ingredientes naturais.

Com a retoma do turismo, e à medida que vai caindo nas boas graças da vizinhança, o entra e sai tem tudo para aumentar. Com duas cadeiras, talvez o próximo passo de João seja mesmo chamar reforços.

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  • Cabeleireiros
  • Avenidas Novas

No Bairro do Arco do Cego, entre a Praça de Londres e o Saldanha, são raros os negócios de rua, mas desde o início da pandemia que existe o Sala – um salão alojado no piso térreo de uma das moradias do bairro construído na década de 1930. “Era uma galeria de uma pintora e achei que era o ideal, queria um espaço que fosse acolhedor, uma coisa familiar e não tão impessoal como são os cabeleireiros, em que as pessoas estão todas em pé e é tudo muito branco ou tudo preto”, diz Maria Castello Branco, 31 anos. O Sala desafia as expectativas do visual de um salão comum, com uma disposição de sala de estar, com mobiliário confortável, uma estante pejada de livros e quadros nas paredes (todos eles à venda, com preços sob consulta).

Com formação na reputada escola Vidal Sassoon, em Londres, e experiência em solo português, Maria desafiou Sara, ex-colega, para se juntar a ela enquanto dupla. “A Sara tem caracóis e é a cena dela, além de ser toda croma dos produtos, é daquelas pessoas que estuda os produtos até ao fim, sabe os componentes, adora, qualquer dúvida é com ela [risos].” No Sala, o corte varia entre os 20€-28€, no caso de cabelo curto, e 30€-38€ no caso de cabelo comprido (com lavagem, secagem, brushing e produtos). E por falar em produtos, ali a coloração (35€-45€) é feita com referências da marca Schwarzkopf e o styling fica entregue à etiqueta Authentic Beauty Concept, “uma marca super-sustentável e vegan, com um aroma incrível”, diz Maria, que destaca a possibilidade de recarregar o champô e o condicionador. “É bom para as pessoas não terem de estar sempre a comprar as embalagens e é uma marca que, dentro dos produtos de cabeleireiro, é bastante acessível", remata.

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  • Estrela/Lapa/Santos

O sonho de Diego Morais ganhou forma ali para os lados da Lapa. O Zero35 é um pequeno salão dedicado a cabelos e unhas, onde o atendimento tem requintes de exclusividade. O espaço foi transformado para dar lugar a um salão acolhedor e minimal, onde as paredes têm um ar inacabado e a paleta de beges domina até o mobiliário. No total, trabalham cinco pessoas no Zero35, embora a prioridade seja sempre não juntar demasiados clientes à mesma hora. O salão não funciona à porta fechada, mas Diego quer manter uma atmosfera de exclusividade e evitar a lotação esgotada.

Cortar o cabelo em Lisboa

  • Compras

Preparado para se desembaraçar de vários centímetros de cabelo? É hoje que faz aquela madeixa azul ou aquele corte radical? Mesmo que tenha respondido "não" às nossas questões, recomendamos alguns dos melhores cabeleireiros em Lisboa para que se possa entregar aos cuidados de quem percebe do assunto. Bem sabemos que uma má história num cabeleireiro pode estragar toda a semana, tal como quando aquele corte que fica mesmo bem feito faz toda a diferença, até ganhamos forças para enfrentar os dias. Encontrar um bom cabeleireiro em Lisboa também pode ser uma aventura, ou temos referências ou temos medo de arriscar. Nada tema e descubra estes cabeleireiros em Lisboa, onde já pode ir tratar do pêlo com todos os cuidados e recomendações a que estes tempos obrigam.

  • Compras

Para ser amigo do ambiente não basta reciclar, comprar local e optar por uma mobilidade mais sustentável. É importante olhar para os detalhes e para certos comportamentos nas nossas rotinas, como o simples acto de ir ao cabeleireiro. Em Lisboa, há cada vez mais salões que se definem como orgânicos e vegan. fenómeno que não se quer como uma moda, mas sim um caminho a seguir ruma à sobrevivência do planeta. Assim, sugerimos-lhe uma lista de cabeleireiros sustentáveis na cidade, onde só entram marcas vegan ou orgânicas. Estes passos reduzem a pegada ambiental pela redução de produtos tóxicos utilizados em lavagens, colorações e outros tratamentos ao cabelo.

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