Há dez anos, Melyssa Griffin estava a trabalhar como professora de inglês em Tóquio, no Japão, ainda longe de imaginar que à boleia de uma viagem de carro por Portugal se apaixonaria por outro país e mudaria toda a sua vida mais uma vez. Parando para reflectir como veio aqui parar – aqui é o Fable, o café-livraria que abriu no Príncipe Real, com dois pisos e um pátio pet-friendly –, diria que as grandes motivações foram a vontade de escapar aos horrores do ensino e a descoberta do online. Assim nasceu este espaço para cultivar o amor-próprio e o sentido de comunidade. À entrada, o rés-do-chão destaca-se pelo mural de dançarinas nuas, uma estante onde convive uma selecção de livros e outra de vinhos naturais portugueses, e a cozinha onde o menu salta das páginas para as mesas. Criada com a consultoria da chef Céline Wilding, a ementa privilegia ingredientes naturais e maioritariamente orgânicos, razão porque há muitas opções vegan ou vegetarianas, sem glúten, sem açúcares refinados e sem lactose. No andar de baixo, há mais estantes e mais livros, porque a selecção à entrada não é suficiente para alimentar verdadeiros leitores.
Nem só de livros vivem estes espaços culturais em Lisboa. Há também lanches e cartas de vinhos. Outro género de literatura, portanto. São uma dúzia de livrarias especiais, onde uma visita significa muito mais do que virar umas páginas e ler meia dúzia de prefácios na diagonal. A programação, quase sempre de entrada livre, conta também com exposições de arte, conferências, ciclos de leitura, workshops e até jogos de tabuleiro. Já para não falar do cafezinho da praxe. Parta então à descoberta destas livrarias em Lisboa que têm mais coisas para fazer – para além de abastecer as estantes, claro.
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