1. Rua da Bica
Sempre gostei da Bica à noite, porque era um bairro, mas um bairro diferente. O Bairro Alto era mais confuso, mais trash, mais vikings. Ali havia artistas.
O sítio que lhe mostra como está o mundo, a vista que recupera memórias de infância, um jardim que sabe a feira popular, um clube onde rir é o melhor remédio, um bairro inteiro ou uma pista de dança. Antes de se estrear como o novo cronista da revista Time Out Lisboa, Salvador Martinha passou pela praxe e teve de escolher mais de duas mãos cheias de espaços na cidade. Dos locais que lhe trazem boas memórias a bairros e jardins onde se prefere demorar, descubra 11 pontos no mapa de Lisboa recomendados pelo humorista.
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Sempre gostei da Bica à noite, porque era um bairro, mas um bairro diferente. O Bairro Alto era mais confuso, mais trash, mais vikings. Ali havia artistas.
Cheguei a morar na Graça e sempre gostei muito do miradouro. Estive lá numa fase infantil, a jogar à bola, e depois numa fase madura a apreciar o pôr do sol. Vais ficando com sensibilidade.
Ia a pé do Lumiar para a escola e quando chegava tinha a magia de ver o estádio de Alvalade. Chegava também ao meu clube.
Gosto muito daquele bairrinho, é uma espécie de Monopólio, onde se pode fazer tudo. Já morei em Campo de Ourique várias vezes, agora moro perto.
Fica na Infante Santo e quando me sinto muito trabalho-casa, casa-trabalho, é lá que vou ver como é que está o mundo. Sento-me, peço uma água lisa com uma rodela de limão, e fico assim.
É onde gosto de ir com os meus filhos. Para eles é a Feira Popular, porque ainda não sabem o que é Feira Popular. Mas na minha cabeça também é como se fosse.
É onde comecei, e sempre que passo lá penso nesta memória.
Faz-me sentir orgulhoso por termos chegado até ali. Sinto que pertenci a esse grupo de obreiros que nos levou a ter um comedy club a sério.
A linha do comboio marcou muito a minha vida. Morei em Oeiras e vinha até ao Cais do Sodré. E gostava muito daquela frase do Fernando Pessoa que é “Cheguei ao Cais do Sodré e a nenhuma conclusão”. Era assim que eu me sentia sempre.
É um dos meus espaços preferidos em Lisboa. Os donos são meus amigos e são um casal interessante, porque tentam ali, com muito esforço, alterar a movida da cidade com eventos mais alternativos.
Bruno Nogueira foi o director convidado na semana em que fez história em Lisboa ao esgotar a Altice Arena em nome próprio e com um espectáculo de stand-up. Durante a sua passagem pela redacção, que virou a revista de pernas para o ar, deixou-nos um roteiro com oito paragens que o director temporário considera serem obrigatórias para quem vive esta Grande Alface.
Vhils não se faz rogado quando o assunto passa pela dimensão das obras que vai criando mundo fora. Sobram poucas pessoas a quem não soe uma campainha quando ouvem o nome Vhils. Alexandre Farto passou fronteiras há muito e mesmo assim continua por cá a deixar a sua marca em murais de pequena ou grande dimensão. O mais recente representa o lançamento da primeira pedra da 'Chelas é o Sítio', uma associação sem fins lucrativos que conta com Sam The Kid no leme. Fomos à procura, nesta margem ou do outro lado do rio, das paredes rebentadas artisticamente por Alexandre Farto e encontrámos também a icónica obra na calçada portuguesa. Recolhemos as melhores perfurações artísticas de Vhils para que siga o roteiro mais esburacado de Lisboa, veja com olhos de ver e fotografe, que é tudo instagramável.
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