MARQUISE DA MOBLER
Duarte Drago
Duarte Drago

Sítios em Lisboa que são mais do que parecem

Entra para fazer uma coisa e acaba a fazer outra. Corremos a cidade à procura de sítios que não são só o que parecem

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Uma loja que é café, um cabeleireiro que é bar, um cowork que é galeria – podíamos continuar a enumerar. Estes espaços são mais do que uma coisa, portanto é fácil de perceber que aqui nada é só aquilo que parece. E não, isto não é nenhuma adivinha para o confundir. Há cada vez mais lugares na cidade que não se contentam em ser apenas uma coisa, espaços que se desdobram em mais do que uma vocação. A propósito de algumas novidades, fizemos uma selecção dos melhores exemplares deste género sem género definido. Parta connosco à descoberta.  

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Sítios em Lisboa que não são só o que parecem

  • Coisas para fazer
  • Grande Lisboa

A arte e a produção local encontraram um sítio onde se fundem para democratizar a relação entre artistas e produtores com as pessoas. A Plantasia abriu em Arroios como um novo espaço de arte contemporânea na cidade, mas junta à equação um bar de vinhos naturais, sakés premium, doces e café de especialidade. Marcos e Alice fazem dupla no trabalho e encontraram nas suas formações os elos de ligação que casam agora num open-space jeitoso no número 93 da Rua de Arroios. As garrafas, que para muitos podem assumir cores e texturas desconhecidas, vêm da Caverna do Vinho, da Ladidadi, dos Goliardos, da Rebel Rebel. Da Who’s Wine, da Wine Concept e da BFMM. A uma boa colecção de referências vínicas junta-se o café da Sgt. Martinho, a cerveja da Musa, a kombucha da De la Selva e um saké premium natural. Para comer há alguns petiscos, queijos, o pão também é da Gleba e há doces artesanais da Barü, da chef de pastelaria Juliana Penteado. Ao fundo do espaço está a galeria que receberá exposições frequentes de artistas que não tenham espaço no circuito para mostrar o seu trabalho. 

  • Coisas para fazer
  • São Vicente 

O Valsa tem sangue brasileiro a correr nas veias e, apesar de já ter casa na Penha de França há algum tempo, em 2020 ganhou uma nova vida. A história repete-se como se fosse a primeira vez. Mas na verdade é a segunda e, agora, Marina Ginde e Mariana Gonçalves Serafim trazem na algibeira a experiência de quem já esteve de portas abertas e as vontades e desejos de quem fez as honras de entrar por elas adentro. O Valsa entra a pés juntos com horário alargado, cowork, oficinas matinais e pizzas de fermentação lenta do projecto Pizzandante para encher a barriga à noite. 

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  • Compras
  • Música e entretenimento
  • Lisboa

A Chasing Rabbits nasceu como uma loja de discos de vinil de Campo de Ourique, mas com livros e petiscos à mistura. A ideia de aliar todas estas áreas partiu de Bruno Brites e Ana Pedroso, que agora vêm materializado o sonho de abrir uma loja como esta no 61A da Rua do Sol ao Rato. A selecção de discos de vinil - novos e usados - abrange os géneros pós-punk, new wave, indie rock, rock alternativo e electrónica. Das prateleiras em aço corten saltam os clássicos, como Kraftwerk, David Bowie ou Velvet Underground, mas também os mais recentes, como Metronomy, Arcade Fire ou Angel Olsen. O destaque vai para as edições especiais, covers e singles, mais difíceis de se encontrar. Os livros, todos sobre música, são uma continuidade dos discos. A Chasing Rabbits quer também ser o ponto de encontro de várias iniciativas culturais, incluindo apresentações de livros e showcases. A cafetaria tem vários petiscos, ideais para um almoço leve ou um lanche reforçado. Há propostas fixas, como bolos, tostas, sandes e taças de iogurte, além de um menu rotativo com receitas especiais.

  • Enotecas
  • Lisboa

Esta importadora e distribuidora de vinhos naturais tem um espaço na Graça onde se pode provar os vinhos oriundos de produtores estrageiros e nacionais. Começou em Berlim e extendeu-se a Lisboa, contribuíndo para o circuito destes vinhos que vieram para ficar. Além de loja de vinhos agora guarda lá dentro também um café, o Le Bam, com café de especialidade e brunch, e uma pequena loja de discos, a Ladidadi Records.

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  • Coisas para fazer
  • Bairro Alto

Este palácio do Bairro Alto já foi abrigo aristocrata e hemeroteca. Hoje, é a casa da Companhia de Jesus e da sua revista centenária, a Brotéria, que transcendeu o papel e se tornou num centro cultural. Uma casa de porta aberta a todos e completamente restaurada, para o encontro da fé com as culturas urbanas. Com uma livraria, galeria e café-restaurante, além de biblioteca e salas de estudo.

  • Compras
  • Cais do Sodré

A Montana Lisboa, no Cais do Sodré, deixou de o ser – agora chama-se Crack Kids Lisboa. Mas aquela que era uma das paredes mais instagramáveis (e instagramadas) de Lisboa, com armários do chão ao tecto cheios de latas e pantones, mantém-se quase igual, agora com mais representatividade de marcas de tintas, quer para quem se aventura no graffiti ou mesmo para quem gosta de uma boa bricolage lá em casa. Também há cabides com algumas T-shirts da marca Crack Kids e de colaborações especiais com artistas. À entrada, o espaço é direccionado às exposições, que vão mudando quase de mês a mês. Além disso, ainda há tempo e espaço para comer e beber qualquer coisinha: o Ordinário é o restaurante que fica dentro da Crack Kids e de onde não pode sair sem pedir um daqueles hambúrgueres gordos, onde não há vergonha de se lambuzar.  

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  • Coisas para fazer
  • Lisboa

O antigo espaço conhecido como Anjos70 passou agora a chamar-se Núcleo A70, depois de uma remodelação no espaço e na própria estrutura organizacional. Continua, no entanto, com a mesma linha que faz do espaço um dos pólos culturais mais movimentados da cidade, com vasta programação semanal. Além de funcionar como espaço de cowork, o salão recebe festas, uma das feiras mensais mais agitadas de Lisboa (primeiro fim-de-semana do mês) e concertos – uma sala polivalente, portanto. Mas também pode ir só beber um copo ao bar ou deitar o olho à ementa, sempre com opções vegetarianas.

  • Coisas para fazer
  • Chiado/Cais do Sodré

Junto ao Parque Eduardo VII, está instalado o Kaya, um café e cabeleireiro minimalista e com muita luz natural, que aposta em produtos orgânicos e sustentáveis, do champô à semente moída e torrada do cafeeiro. Da cozinha saem refeições rápidas, orgânicas e maioritariamente vegetarianas – abastecem-se junto de produtores locais – para empurrar ora com o café de especialidade, com sumos naturais, limonada, kombucha artesanal ou vinhos biológicos. Ao mesmo tempo, fazem-se todo o tipo de obras-primas capilares: cortes, hidratações, reconstrução, coloração e descoloração. E o melhor é que o espaço funciona com os mesmos horários do café, o que é uma vantagem porque ao domingo não fazem gazeta. 

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  • Cascais

O ponto de encontro é no farol, seja para comer, beber ou para ver uma emissão de rádio a acontecer. O Lusophonica abriu dentro do Farol de Santa Marta, em Cascais, mesmo à beira-mar. Aqui serve-se brunch todo o dia e petiscos ao final da tarde, bebe-se café de especialidade e há uma rádio online a pescar os sons da lusofonia. Isto para não falar na esplanada dispersa mesmo no acesso ao farol que serve para grandes serões com brisa marítima e música a acompanhar. 

  • Chiado/Cais do Sodré

Esta Boutik em São Bento é de um lado uma concept store e, do outro, um café-bar saudável. Há pranchas de surf e produtos para quem pratica este desporto e fatos de banho o ano todo, malas da Colômbia e t-shirts de marcas americanas e australianas. Mas pode ir lá simplesmente para aconchegar o estômago com uma smoothie bowl.

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  • Português
  • Chiado/Cais do Sodré
Lapo
Lapo

O Lapo emerge das ruínas de uma antiga fábrica de pão no histórico e boémio bairro da Bica. Como projecto artístico, é uma “marca para pessoas pensantes”, que se desdobra, de fora para dentro, em três espaços diferentes, vocacionados para a cultura e as artes, mas também para a gastronomia portuguesa. No café, há pratos para partilhar e livros para ler. Há dias com música do DJ residente. No atelier, encontra esculturas, mas também peças exclusivas, desde azulejos a t-shirts ilustradas a preto e branco. Na Sala Provador, a sala secreta do atelier, poderá usufruir de um menu de degustação, com direito a espectáculos especiais.

  • Coisas para fazer
  • Grande Lisboa

A loja de decoração Mobler ganhou uma Marquise em grande – “já tínhamos o sonho de abrir uma loja com objectos contemporâneos, porque na Mobler só temos peças originais de época, de meados do século XX. Queríamos ter plantas e trabalhar com algumas marcas, na outra loja ficaria uma misturada”, explica Cristiana Vieira, uma das responsáveis. E assim deram novo uso ao antigo armazém, com um pequeno terraço na parte de trás “muito agradável para as poessoas poderem ficar, estar”. Neste número 35 têm então uma concept store, uma loja de plantas e flores e uma cafetaria da responsabilidade do Isco, a padaria artesanal de Alvalade – pode pedir um café e um bolinho de canela,  levar pão para casa, mas também comprar toda a mobília da parte exterior ou interior (sob encomenda) e as loiças onde bebe e come, uma linha exclusiva desenvolvida pela A La Pata. É uma loja espaçosa e muito completa e isso permite também receber e conhecer pessoas, e receber pop ups. 

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  • Coisas para fazer
  • Grande Lisboa

O espaço Misturado é conhecido pelos seus eventos culturais todas as semanas, mas mais do que um palco para a arte, é um espaço de cowork. Há serviços de aluguer de secretárias partilhadas em open space, secretárias individuais em escritório, escritório virtual, sala de reuniões e espaços para eventos. Também tem um grande salão onde decorrem aulas regulares de dança e uma cafetaria de apoio para aqueles momentos de convívio.

  • Coisas para fazer
  • Estrela/Lapa/Santos

É galeria, café e livraria, tudo ao mesmo tempo, bem no coração da Madragoa. Sob o lema de que o desenho não tem fronteiras, é a esta arte que a Tinta nos Nervos se dedica. Na livraria há obras de autores como Philipe Guston, Lorenzo Mattotti, Robert Crumb, Charles Burns, Bruno Munari, Hector de la Valle, Maria João Worm, Dinis Connefrey, Filipe Abranches, André Ruivo ou Ema Gaspar. Na galeria as exposições vão rodando, sempre com a premissa de o artista ou artistas criarem um objecto em exclusivo para o espaço. E ao fundo há um café com esplanada interior onde, além de chávenas de café da Flor da Selva e pão da Gleba, há espaço para ler e para participar nos workshops e conversas que vão aparecendo na agenda.

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  • Saúde e beleza
  • Cabeleireiros
  • Campo de Ourique

É difícil sair daqui de mãos a abanar ou de pontas secas. O Pikikos abriu há pouco mais de duas semanas em Campo de Ourique e é um três em um: loja, cabeleireiro e café. Quer ser amigo do ambiente e isso vê-se nas marcas que escolhe, com especial atenção à cosmética bio usada no cabeleireiro. Cortam o cabelo a adultos e crianças e, se cortarem mais de 17 cm, enviam o cabelo para a Little Princess Trust. Entre compras ou na espera por umas tesouradas, beba um café de especialidade.

  • Saúde e beleza
  • Barbeiros
  • Chiado
  • preço 1 de 4

Cortar o cabelo e a barba de copo na mão? Aqui pode. As paredes d'O Purista estão forradas a garrafas de cerveja e a decoração vai bater à porta do vintage, uma clara semelhança com as barbearias antigas. Mais: há uma mesa de bilhar onde se pode entreter entre cervejas, que até se vai esquecer que foi ali para lhe tratarem do pêlo. 

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  • Compras
  • Lisboa

Além de hub criativo para residentes, que ajudam a compor a divisão da casa, esta Sala é uma oficina de serigrafia, uma galeria de arte, palco para workshops, eventos e ainda há espaço para promover novas marcas – na pop-up store, cujas datas vão sendo anunciadas no Facebook

  • Coisas para fazer
  • Santos

Antes de ser o que é hoje, foi uma mercearia, um atelier de arquitectura e até uma biblioteca genealógica. No número 102 da Calçada Marquês de Abrantes, em Santos-o-Velho, vive agora a Oficina Impossível, onde os sonhos de artistas e artesãos se concretizam à medida das suas vontades. O espaço, que inclui um cowork, passou a ser “uma galeria viva com artistas e artesãos lá dentro”.

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