1. Landing.Jobs
Se é para amanhã, bem podias fazer hoje. António Variações era um visionário e, quase 40 anos depois, este verso que escreveu para uma das canções de Anjo da Guarda assenta que nem uma luva na hegemonia tecnológica em que vivemos. Planear é importante. Traçar objectivos de carreira é meio caminho andado para conseguir estar no sítio certo à hora certa. Foi com essa visão que Pedro Oliveira (33 anos) e José Paiva (51) lançaram, em 2014, a Landing.Jobs, uma plataforma de empregos em tecnologia. Primeiro com base em recomendações de amigos (a contratação de alguém implicava uma recompensa de mil euros para o promotor da candidatura), depois com o modelo actual de matchmaking. “Tu como talento podes candidatar-se às empresas, ou as empresas candidatar-se a ti. Mas estás sempre anónimo. O talento tem controlo total do seu job search. Isto é a Landing.Jobs numa frase”, resume Pedro Oliveira. “O nosso desígnio é criar ferramentas que permitam procurar emprego de uma forma eficiente, mas depois controlar a sua carreira totalmente. Queremos ser a melhor equipa do mundo a fazê-lo.” E está a correr bem. “Já colocámos mais de mil pessoas”, diz José Paiva (CEO), revelando que o plano dos dois fundadores é duplicar as receitas da empresa todos os anos, até ultrapassar os 100 milhões em 2024. Depois vendem a empresa. E os objectivos estão a ser cumpridos. O sucesso em Portugal é inegável, nota Pedro: “O número total de malta de IT em Portugal é 110 mil. Estamos cada vez mais perto dos 50% disso, o que é óptimo.” A plataforma tem 130 mil utilizadores, divididos de forma idêntica entre Portugal, a restante União Europeia e a América do Sul (e 10% para o resto). “Há três grandes fluxos que trabalhamos: brasileiros que vêm para Portugal em que a língua e a cultura são questões fundamentais; latino-americanos para Espanha; e o terceiro é para países ricos, malta que quer ganhar muito dinheiro”, observa José Paiva. A Landing.Jobs trabalha com empresas ibéricas, alemãs, holandesas e britânicas – o Brexit obrigou a repensar a estratégia para o Reino Unido, impulsionando a criação de um spinoff, a Landing.Work, direccionada para contractors e projectos específicos, em vez de empregos convencionais. “O nosso problema não são os clientes. É o talento. Somos aquela empresa que não vende mais porque não tem mais produto para vender.” O produto, no caso, são as pessoas, que passam por um processo de triagem e avaliação para que a plataforma consiga ter à disposição os melhores profissionais e para que estes tenham uma expectativa realista em relação ao seu valor de mercado. Por outro lado, as empresas também são escrutinadas, sublinha Pedro Oliveira: “Todas as empresas que estão connosco são legítimas. Validamos todas, uma a uma”. O mercado agradece a curadoria.