Time Out City Life Index

Time Out Life City Index: Lisboa é quase imune a ressacas

Lisboa é a cidade onde se tem menos ressacas. Mas há muito mais a descobrir sobre a vida na capital.

Raquel Dias da Silva
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Lisboa é uma das cidades mais vibrantes do mundo, mesmo com os seus altos e baixos – uma constatação do dia-a-dia que a geografia insiste em corroborar. Apesar de ser a segunda melhor cidade para beber vinho (título que não poderia escapar tendo em conta que foi eleita um dos melhores destinos vínicos do ano), é quase imune a ressacas: em média cada alfacinha tem apenas sete ressacas por ano, contra as 25 das gentes de Manchester. Se calhar, o vinho é realmente de boa qualidade ou então é o ritual do café de manhã que ajuda a manter a cabeça fresca. Bica, cimbalino ou expresso: são poucos os lisboetas que passam sem ele, ao contrário do que acontece com as redes sociais e as apps de engate. Ao que parece, em Lisboa, é fácil sobreviver à semana sem usar o Instagram ou o Tinder. Mas há mais para descobrir sobre a vida na capital. 

Este ano voltámos a medir o pulso às condições de vida no universo Time Out com o City Life Index e recebemos respostas de 33.606 pessoas em centenas de cidades. Mais de 800 pessoas a viver na “Grande Alface” disseram de sua justiça. 63% são mulheres, com uma média de idades de 43,3 anos. A maioria são casadas (35%) ou estão numa relação (35%), mas há quem esteja solteiro e há procura da cara-metade (16%).

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Time Out City Life Index

Beber com classe

Apesar de 62% ter frequentado um bar e 52% ter saído num dia de semana, há poucas pessoas em Lisboa (25%) a estar de ressaca e ainda menos (8%) a usar drogas.

Gastamos em média 41,69€ numa saída à noite, contra os quase 129€ em Abu Dhabi. Embora Lisboa esteja muito abaixo da média (cerca de 60€), é em Buenos Aires que se gasta menos (cerca de 23€). 

76% das pessoas bebe álcool (8% está a tentar reduzir no consumo). O vinho está em maioria (68%), seguindo-se a cerveja (18%). Mas pode ser que as estatísticas comecem a inverter-se com a cerveja artesanal cada vez mais na moda.

O que interessa é que 98% acredita que Lisboa é uma das melhores cidades para se beber. A melhor de todas? Las Vegas.

Sexo forte, sexo fraco

Em Lisboa, 73% das pessoas nunca usou uma app de engate, 14% nunca esteve numa relação, 3% nunca fez sexo, 10% já alinharam num threesome, 30% já teve um romance no trabalho, 35% já teve uma one night stand.

Apesar de 22% dos lisboetas já ter traído o(a) parceiro(a), somos dos mais fiéis – estamos abaixo da média de 27%. No Bombaim, Nova Deli e Filadélfia é onde há menos casos extraconjugais.

Para 36%, a maioria, o sotaque mais sexy é o italiano – logo a seguir, vem o francês. 

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Ginásio ao ar livre

71% dos alfacinhas afirma ter feito exercício pelo menos no último mês, mas apenas 19% pratica meditação – Tóquio é a cidade onde se faz menos exercício (cerca de 26 vezes por ano). 

Para além de fazer desporto, uma fatia considerável (56%) visitou uma galeria de arte, exposição ou museu no último mês e 54% foi ao cinema. 

Em média, os alfacinhas vão a concertos cerca de 11 vezes por ano, enquanto ao teatro vão apenas seis vezes. Preferem sobretudo, ver filmes em casa – 51% escolheu esse programa na última semana.

Feliz e segura

50% acha que, no geral, Lisboa mudou para melhor nos últimos tempos. 48% gostava que a cidade fosse mais verde.

73% considera-a uma cidade bonita, além de multicultural (68%), e 70% afirma ter-se sentido feliz nas últimas 24 horas – apenas 44% se sentiu stressado e 19% sozinho. 

Além de uma cidade feliz, Lisboa também é uma cidade segura (apenas 36% não a descreveu dessa forma) e está abaixo da média no que diz respeito à privação de sono. Em Lisboa, 34% afirma não ter o sono em dia, mas em Montreal mais de metade (65%) está a precisar de ir fazer uma sesta. 

Ainda assim, em Lisboa trabalha-se uma média de 44,2 horas por semana. A cidade onde se trabalha mais é Abu Dhabi (51,6 horas/semana). Edimburgo é onde se trabalha menos (35,3 horas/semana).

Para sobreviver à semana, 62% afirma depender de café – mais importante só uma boa gargalhada (68%). 

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Tudo em pratos limpos

Parece que em Lisboa não se segue nenhuma dieta ou regime alimentar específico, mas 19% está a tentar reduzir na carne e 9% nos lacticínios. E há mais vegetarianos (6%) do que pessoas a dizer não ao glúten (4%). Vegans são 2%.

85% cozinhou para si e para os outros na última semana. (Quer melhorar? Atente nos workshops de cozinha da Academia Time Out.)

99% afirma que o cenário gastronómico em Lisboa é bom ou mesmo incrível. 83% foi a um restaurante na última semana, enquanto 21% comeu à secretária.

18% nunca encomendou comida e 8% nunca levou take away para casa. Vá lá, experimente. Há óptima comida ao domicílio em Lisboa, de hambúrgueres a pudins Abade de Priscos.

17% nunca comeu um brunch. Quer experimentar? São pequenos-almoços reforçados ou almoços leves, com ovos Benedict e torres de panquecas, à boa maneira americana, inglesa, mais ou menos saudável, com sumos naturais, batidos ou outras bebidas quentes. Descubra os melhores brunchs de Lisboa.

Lisboa é boa para fazer amigos

Na capital, a maior parte das pessoas (41%) fez um amigo no último mês, enquanto 59% encontrou-se com amigos e 95% falou com a família na última semana.

Mas já sentiu que tinha de sair para socializar apesar de não lhe apetecer? 47% sente o mesmo, embora 62% confesse não conseguir sobreviver à semana sem conversar com pelo menos um/a amigo/a. 

Se calhar, em vez de mais saídas à noite, troca-se os copos pelo voluntariado. Entre a última semana e o último mês, apenas 14% fez voluntariado em Lisboa – Madrid é a cidade onde as pessoas mais ajudam (42%). 

O Porto tem uma vantagem em relação a isto dos amigos: é mais fácil cruzarmo-nos na rua, por acaso, com quem conhecemos. 

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Nós e os outros

Cruzando todos os dados do Time Out City Life Index 2019, Nova Iorque é a melhor cidade para se viver, seguida de Melbourne e Chicago. Lisboa vem em 19.º lugar, depois de Buenos Aires e antes de Washington DC. Istambul vem em último na lista.

Porto é a melhor cidade para se beber vinho (65%), mas onde se come menos brunchs (cerca de 9 vezes por ano).

Nova Iorque é a melhor cidade para se viver, provavelmente porque tem a melhor oferta cultural e é também a mais dinâmica. Mas é também a cidade onde há mais pessoas a sentirem-se sozinhas, a par de Montreal.

Chicago é a melhor cidade para se comer, beber e ter encontros. E também a mais feliz e divertida.

Hong Kong é o bastião da comida de rua. Os chineses são os que mais vão a restaurantes (92% na última semana).

Hedonismo é a palavra de ordem em Telavive, com a restauração, as drogas e as one night stands a falar por si.

Paris é mesmo a cidade do amor, com a maior percentagem (74%) de pessoas a namorar ou numa relação. Além disso, ninguém faz tanto sexo como os franceses – ah, nem de propósito, são os que dormem menos (65% queixa-se de sono).

Beber em Lisboa

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