Bones Records, Lx Factory
© Francisco Romão PereiraBones Records, Lx Factory
© Francisco Romão Pereira

Não é saudosismo. São as melhores lojas para comprar discos de vinil em Lisboa

Títulos clássicos e novidades fresquinhas. Revivalistas do vinil, eis 14 lojas onde comprar, vender e trocar música.

Mauro Gonçalves
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Tal como acontece com a moda de outros tempos, não é só uma questão de nostalgia. De facto, o som do Spotify ou de uma pequena coluna sem fios não nos transporta para dentro da música como faz um gira-discos. É por isso, e porque as capas dos LPs enchem o olho, que há quem se mantenha fiel ao vinil. Lisboa tem várias lojas e o nosso roteiro é extenso, do rock à electrónica, passando pelas músicas do mundo e indie. Entrar em qualquer uma destas lojas é sempre uma forma de se perder entre discos e, nalguns casos, CDs. Se quiseres dar continuidade à experiência com dança, também sabemos onde tem de ir. Mas por agora, eis as melhores lojas para comprar discos de vinil em Lisboa.

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Lojas de discos em Lisboa

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Loja de discos, bar e café, a Amor Records nasceu pelas mãos de três brasileiros que cruzaram o oceano Atlântico “à procura de criar sentimentos analógicos em mentes digitais”. É também para isso que servem as Love Sessions, com a presença de artistas nacionais e internacionais, que estejam de passagem pela cidade. Mas, para quem for só pelos discos, saiba que o catálogo vai do house aos beats africanos, passando pela música brasileira e pelo techno.

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Entre uma loja de discos e uma sala de estar, a Bones Records quer proporcionar uma experiência em torno da música. O projecto é assinado pelo DJ Godi Osegueda, responsável pela curadoria da música que se vende por lá. Ele confessa que vende o que conhece e o que mais gosta, mas, nem por isso, são poucas as escolhas. Do house ao disco funk, passando pela música latina e brasileira, a panóplia de géneros musicais é vasta. O espaço é pequeno e, por isso, não acolhe eventos nem festas, mas há sempre música a tocar. O sofá convida quem entra a sentar e, à disposição, há café, água ou cerveja. Para o dono, o plano é que as pessoas passem um bom bocado a ouvir boa música.    

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

A Carbono é uma veterana destas lides. Abriu em 1993 e garante ser "a primeira loja de discos usados em Portugal". Passou de uma pequena cave no extinto Centro Comercial Portugália, na Almirante Reis, onde esteve 11 anos, para um espaçoso rés-do-chão na Rua do Telhal. Neste endereço, Censurados dividem assoalhadas com Lee Fields, Gilberto Valdes com Lee Perry, e por aí fora. Conclusão: há de tudo e saem todos ilesos. Mesmo quando, em 2008, se gravou dentro da loja um videoclipe do músico francês Christophe Maé.

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Funciona como a casinha de Hansel & Gretel para ouvintes de electrónica, ou uma diurna sala de convívio para DJs e outros aficionados destes sons. Na Carpet & Snares, de portas abertas desde 2014, dá-se especial enfoque às novidades que vão surgindo dentro do género. São mais de 400 os títulos disponíveis para venda, com uma escala também no funk e no hip-hop, sendo que é difícil levar a melhor ao house e ao techno. Seguindo a nova onda de produtores locais, a loja também tem sido fundamental no desenvolvimento de novos talentos nacionais.

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A Chasing Rabbits nasceu como uma loja de discos, mas com livros e petiscos à mistura. A ideia de aliar todas estas áreas partiu de Bruno Brites e Ana Pedroso, que no final de 2019 viram materializado o sonho de abrir o próprio espaço. A selecção de discos de vinil – novos e usados – inclui pós-punk, new wave, indie rock, rock alternativo e electrónica. Das prateleiras em aço corten saltam os clássicos, como Kraftwerk, David Bowie ou Velvet Underground, mas também os títulos mais recentes. O destaque vai para as edições especiais, covers e singles, mais difíceis de se encontrar. Os livros, todos sobre música, são uma continuidade dos discos. E a cafetaria tem vários petiscos, ideais para um almoço leve ou um lanche reforçado.

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  • Chiado/Cais do Sodré

Trinta e três é o número de rotações por minuto de um LP em vinil e também o número da porta desta loja de música na Rua Poiais de São Bento. Este clube quer juntar os aficionados do vinil na capital com a venda de discos novos, discos usados e ainda um espaço de galeria pronto para receber lançamentos, sessões de audição de discos e exposições.

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Discolecção
Discolecção

É um excelente postal da Calçada do Duque, a celebrar o vinil desde 1998. Compõe-se de sugestões que vão do jazz à música popular mas se as décadas de 60 e 70 são as suas preferidas, o local é indicado para perder a tarde, ou ganhá-la — tudo depende da forma como encara a vida. Talvez se cruze com Thurston Moore, dos Sonic Youth, que costuma passar por lá e já lá deixou a sua assinatura na parede, acompanhada da frase "Rock n' Roll Consciousness".

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Flur
Flur

Agora no Mercado de Arroios, a Flur continua a ser uma referência para os melómanos de Lisboa e uma paragem obrigatória para qualquer turista que goste e perceba de música. Aqui tanto encontra o último de Ricardo Villalobos e Courtney Barnett como clássicos de Bonga ou Chet Baker e reedições dos Telectu. Basicamente, esta loja de discos (muito frequentada por músicos e DJs à procura de novidades ou raridades) tanto tem “aquele disco” que está há anos a tentar encontrar como “aquele disco” que não sabia que estava a faltar na sua vida.

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  • Cais do Sodré

Esta loja de vinil que é também uma editora já teve várias moradas. A mais recente fica para os lados da Penha de França, na Rua Angelina Vidal. Casa de bandas espacialmente distantes, edita sobretudo garage e rock'n'roll, mas nas caixas de discos também há música psicadélica, soul, punk e raridades que não costumam ficar lá por muito tempo.

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É aquele sítio onde pode levar a sua avó a tomar café ao mesmo tempo que espreita as novidades (nós pelo menos já fizemos o teste) — enquanto se arrisca a escutar coisas "do tempo dela", do "seu tempo", e, enfim, do "tempo de todos nós", do ska ao punk, do indie ao funk, do rap ao jazz. É o tipo de incursão que convém programar com tempo. Uma vez lá dentro, ninguém sabe quando vai sair.

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Sound Club Store
Sound Club Store

Sob o tecto do Espaço Chiado ouve-se bossa, fado, northern soul, ye-yé, funk, disco, funk, jazz, rap, blues, clássica e até umas outras raridades. José Afonso, Fausto, e Brigada Victor Jara encontram-se com Alan Vega, Sonny Rollins e The Clash, prova do superavit de ecletismo. A Sound Club nasceu em 2009. Está bem disfarçada na Rua da Misericórdia mas avance sem medos.

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Tabatô Records
Tabatô Records

nome da loja é homenagem à aldeia Tabatô, única de linhagem griot/djidiu perto de Bafatá, Guiné-Bissau, onde há séculos se passa, de geração em geração, a tradição da música mandinga. O core é, por isso, música africana e reggae, mas se procurar bem encontra pérolas da música portuguesa ou mesmo de jazz. Sugerimos também ir às matinés, onde diferentes convidados abrem os baús e partilham as suas próprias colecções de música.

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Nas décadas de 1980 e 90, a Tubitek era um local de culto no Porto, sobretudo para músicos e melómanos – de tal forma que, mais de dez anos após o fecho no início do milénio, a sua importância para a cidade justificou a reabertura em 2014. Preservando o seu estatuto de referência e com uma extensa oferta de discos de vinil e CDs, a empresa portuense abraçou o desafio de conquistar também os alfacinhas, com a abertura em 2020 da primeira loja na capital, na Rua do Crucifixo, bem perto de uma das saídas da estação de metro da Baixa-Chiado. A Tubitek aposta forte no vinil, mas o stock disponível – cerca de um milhão de títulos dos mais variados géneros musicais – inclui também CDs, assim como DVDs e Blu-Rays.

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Vinil Experience
Vinil Experience

Fica entre o Chiado e a Calçada do Combro, num discreto segundo andar. Pequena mas carismática, as suas paredes, forradas com posters, vão recebê-lo com Frank Zappa, Shellac e o que mais se queira. Entrar e subir as escadas é desde logo toda uma experiência, mas o melhor mesmo é vistoriar o material disponível, sobretudo de garage rock e psicadelismo, géneros especialmente apreciados pelo proprietário.

Compras bairro a bairro

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Quantas vidas tem o Cais do Sodré? A resposta depende do tipo de programa que quer fazer. À noite, é um bairro cheio de possibilidades – dos copos de final de tarde às noitadas que só acabam em plena luz do dia. Se o objectivo for alimentar-se, saiba que é possível ir a praticamente todos os continentes sem sair destes quarteirões, para não falar dos locais que cruzam petiscos e música em perfeita harmonia. Mas o que dizer das lojas? Este pode não ser o grande destino de compras da cidade, mas tem algumas paragens obrigatórias para quem procura marcas portuguesas. Tome nota.

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É o coração de Lisboa e, apesar das subidas e descidas estarem entre os maiores inimigos de quem passeia cheio de sacos nas mãos, o Chiado continua a ser o grande centro comercial ao ar livre da cidade. Paredes meias com casas centenárias, há marcas todas moderninhas, peças de designer, cadeias internacionais e boutiques cheias de charme. Dos sapatos às carteiras, da roupa aos óculos, passando pela decoração, esta é a nossa escolha das melhores lojas no Chiado. Trocado por miúdos, sítios onde é muito tentador abrir a carteira e passar o cartão.

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No número 103 da Rua Rodrigues de Faria, passando para lá do portão, há uma rua inteira onde não falta nada. Na Lx Factory, além de cafés, restaurantes, uma galeria de arte e um mercado domingueiro, há lojas para todos os gostos, sobretudo desde que um dos edifícios viu o primeiro piso remodelado para receber novos espaços. Seja aquela peça que vai fazer um brilharete na sala lá de casa, um novo visual para chamar o Verão, um livro para ler nos tempos livres, ou um novo esfoliante ou creme de rosto, encontra de tudo, incluindo uma mão cheia de marcas portuguesas.

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