Abandonados
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‘Abandonados’, uma série para deixarmos a falar para o boneco

A série da RTP sobre a invasão japonesa de Timor é escassa em acção e abundante em longos e chatos diálogos. A guerra quase não se vê.

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★☆☆☆☆

Recorrer à prata da casa, ou por falta de meios, ou porque se acha que se pode fazer bem com o que está à mão, pode resultar em situações de um ridículo involuntário e embaraçoso, como vemos em Abandonados (RTP1/RTP Play), passada em Timor, em 1942, durante a invasão japonesa. Em vez de ir buscar actores australianos (ou ingleses) para personificarem os militares deste país que estavam na ilha antes da chegada dos nipónicos, os responsáveis pela série puseram actores portugueses a interpretá-los, falando português macarrónico à inglesa. É pura e simplesmente impossível acreditarmos em tal coisa, e sempre que um deles abre a boca largamos a rir, de tão absurdo e caricato. Faz lembrar o agente inglês de Filipe Ferrer no Casino Royal de Herman José, só que este era deliberadamente cómico. Abandonados deve ser também a série mais tagarela da história da televisão nacional. A acção é escassíssima, atabalhoada e raquítica, e as personagens passam o tempo a dar à língua, em longas e chatíssimas sequências de explicação, exposição, descrição ou digressão. A guerra? É algo que acontece quase por acaso nos breves intervalos de tão abundante e supérflua palheta, debitada por actores vácuos de expressão e nulos de convicção. É deixá-los a falar para o boneco.

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