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As melhores perseguições de automóvel da história do cinema

Filme de acção rima com perseguição, e nós dizemos-lhe quais as melhores perseguições de automóvel da história do cinema

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Há qualquer coisa numa boa perseguição no grande ecrã que nos deixa com um sorriso estampado no rosto. Talvez seja o talento incrível dos duplos, talvez seja dos efeitos visuais que nas últimas décadas tornaram a coisa mais segura (para quem conduz) e mais espectacular, ou talvez seja a sensação de perigo que continuamos a ter, estejamos na sala, no quarto ou no cinema. A verdade é que há sempre alguma coisa de emocionante e perigoso quando alguém acelera a fundo. O franchise Velocidade Furiosa trouxe-nos um caminho novo e levou os filmes do género a outro nível, bem sabemos. Mas antes, já o engenho e a destreza abrilhantavam as histórias de acção. Nesta lista damos-lhe muitas razões para se agarrar à cadeira ou ao sofá. São as melhores perseguições de automóvel na história do cinema.

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As melhores perseguições de automóvel da história do cinema

Os Incorruptíveis contra a Droga (1968)

É impossível referirmos perseguições automóveis clássicas sem falar em Bullit, o filme de Peter Yates com Steve Mcqueen, mas embora essa perseguição tenha sido considerada durante anos a melhor de sempre, a verdade é que o produtor Philip D’Antoni a ultrapassou três anos depois, em Os Incorruptíveis contra a Droga, de William Friedkin. Com o protagonista Gene Hackman a ter de ir atrás de um suspeito num comboio elevado nova-iorquino, os responsáveis pelo filme decidiram que a única maneira de fazer essa cena era filmá-la sem truques. Isso queria dizer sem polícia, sem autorizações, e, mais importante, sem qualquer alerta à população. Sabendo que teriam apenas um take, o realizador William Friedkin levou uma câmara para o banco de trás e o duplo Bill Hickman carregou no pedal, conduzindo loucamente por mais de 20 quarteirões. O esforço compensou, com cada tangente a ser tão perigosa como realmente parece, e mesmo um condutor desprevenido a despistar-se contra o carro de Hackman. Nem que fosse pelo nível de puro desvario, isto garantiria a Os Incorruptíveis contra a Droga um lugar nesta lista.

007 – GoldenEye (1995)

Com um título baseado no nome da casa de praia jamaicana do autor Ian Fleming, 007 – GoldenEye, de 1995, marcou a primeira aparição de Pierce Brosnan como James Bond. E para comemorar, o realizador Martin Campbell tinha na manga uma fabulosa perseguição automóvel. Esqueçam os Aston Martins, esta versão de 007 levava um tanque armado em furiosa perseguição. A ideia de um espião discreto foi pela janela, enquanto Bond furava sucessivamente através de prédios, trânsito, a polícia, militares, estátuas, e mesmo um atrelado cheio de água Perrier, tudo para resgatar Natalya, a sua parceira e génio dos computadores que tinha sido raptada. Por improvável que a acção pareça, o autor inteligentemente usou por cima dela o tema musical original de 007, dizendo aos espectadores que apesar de vir aí uma nova era de James Bond, o espírito do personagem iria manter-se. Há mais perseguições em 007 – GoldenEye, mas esta que abre o filme foi considerada a única suficientemente boa para ser incluída no grande sucesso de vendas que foi o videojogo que acompanhou o lançamento do filme nas salas.

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O Rochedo (1996)

De todos os filmes realizados por Michael Bay, o próprio diz que O Rochedo é o seu favorito. Não é difícil perceber porquê, uma vez que contém as melhores perseguições de automóvel de toda a filmografia de um realizador em que a acção a alta velocidade é coisa que não falta. É como se Bay tivesse acordado um dia a pensar em quanta destruição conseguiria ele fazer caber nos seis minutos. O resultado é uma sequência em que Sean Connery e Nicolas Cage (e o que se diria ser a totalidade da força policial de São Francisco, na Califórnia) seguem disparados pelas ruas da cidade numa perseguição que custou milhões de dólares a filmar, rebentando com tudo aquilo que lhes surge pelo caminho. Connery, em particular, mostra pouquíssimo respeito pela propriedade alheia, reduzindo a lixo postes de electricidade, camiões, táxis, e até um dos históricos eléctricos de São Francisco.

O Quinto Elemento (1997)

Bruce Willis não dá hipóteses no papel de um taxista renegado durante a perseguição automóvel voadora que marca o filme, realizado por Luc Besson em 1997, cuja acção decorre numa versão Terra futurista. A cena arranca quando LeeLoo, interpretada por Milla Jovovich, literalmente aterra no lugar de trás do carro de Willis. O público descobre então o que serão os engarrafamentos do futuro, enquanto Willis serpenteia a um ritmo estonteante pelo tráfego, em todas as direcções possíveis e imagináveis. Todos os obstáculos, metafóricos ou físicos, são em simultâneo enfrentados com uma piada furiosa por parte de Willis, muitas delas improvisadas durante a rodagem. Infinitamente divertida, esta cena com os carros voadores é uma variação interessante da tradicional perseguição automóvel.  Inclui um drive-thru da McDonald's de ficção científica e demasiadas piadas visuais e verbais e malabarismos impressionantes para podermos fazer uma contagem exaustiva. O filme é um clássico de culto, e a perseguição central é uma das principais razões para isso.

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Ronin (1998)

Outro filme que tem obrigatoriamente de ser mencionado quando se trata de grandes perseguições de carro, Ronin (1998), de John Frankenheimer, tornou-se de facto mais famoso pelas suas cenas de acção ao volante do que pela sua intrincada história de espionagem e intriga internacional. O que não é uma surpresa: para aumentar o espectáculo das várias sequências de perseguição, a produção contratou mais de 300 duplos para conduzir os carros, não apenas aqueles que envolviam os principais personagens, mas o resto dos carros na estrada durante as filmagens. Filmado realmente nas ruas de Paris, o momento alto é a perseguição final, onde a perícia ao volante triunfa sobre os efeitos especiais. Há um certo ponto, quando pensamos que é impossível fazer melhor, em que a verdadeira acção começa com os dois carros a irem disparados contra o trânsito que vem em sentido contrário. Pode ser a magia do cinema , sim, mas simplesmente vermos o que dois condutores talentosos e corajosos conseguem fazer em ruas autênticas faz desta perseguição uma cena impossível de esquecer.

Matrix Recarregado (2003)

Para conseguirem fazer a longa perseguição automóvel de Matrix Recarregado, os realizadores, os então irmãos Wachowski, passaram 48 dias em filmagens numa autoestrada que construíram de propósito para o filme. Aqui, a grande marca é a ambição. Enquanto os espectrais gémeos que são os vilões flutuam de veículo em veículo, os autores misturam em doses perfeitas perseguições automóveis (a cena tem mais do que uma) e combates com facas, tornando esta sequência um dos momentos mais memoráveis de toda série Matrix. Apesar de o herói estar ausente durante a maior parte da acção, uma vez iniciada a perseguição, é quase impossível afastarmos os olhos. Além do mais, a falta de Neo é mais do que compensada pela presença de Morpheus, que corta um carro ao meio com uma espada ao mesmo tempo que a canção mais poderosa do filme nos entra pelos ouvidos. Simplesmente tentar perceber onde está Trinity a cada momento é um jogo em si próprio, com as permanentes mudanças de direcção, as entradas e saídas do trânsito e as trocas constantes de transporte a desafiarem a nossa atenção. Uma vez que cada obstáculo é produto de um programa de computador, não há verdadeiramente limites para a quantidade de destruição a que assistimos. O resultado é uma sequência de 13 minutos, tensa, electrizante, em que cada carro é descartável e cada explosão não provoca sentimentos de culpa. Quando finalmente Neo entra em campo, fá-lo de uma forma espectacular, manipulando as regras da gravidade para rematar a vitória em grande estilo.

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À Prova de Morte (2007)

Quentin Tarantino tem um fraquinho pelo cinema feito à antiga e por mulheres fortes. Estas duas paixões juntam-se na longa perseguição automóvel que é um dos pontos altos de À Prova de Morte (2007). Zoe Bell, que normalmente faz de dupla de Uma Thurman, aqui é a protagonista, ao volante do seu Dodge Challenger e à caça do assassino em série interpretado por Kurt Russell, de seu nome Stuntman Mike. A cena torna-se ainda mais dramática quando Bell é obrigada a passar boa parte da perseguição precariamente equilibrada no capô ao mesmo tempo que a perseguição se transforma numa espécie de carrinhos de choque radicais. Quando a velocidade parece estar a abrandar, as outras protagonistas pegam no volante e tratam do assunto e de Mike. A capacidade de Tarantino de recuar um pouco e deixar os profissionais fazerem aquilo que melhor sabem fazer torna-o diferente de outros realizadores, neste caso confiando em Bell para vestir a pele da heroína ao mesmo tempo que fazia ela própria todas as cenas de acção, com a plateia pregada ao ecrã e a saborear o resultado.

Drive: Risco Duplo (2011)

Apesar de não ter carta de condução ou sequer grande interesse em carros, o realizador dinamarquês Nicolas Winding Refn foi escolhido pessoalmente por Ryan Gosling para realizar, em 2011, Drive: Risco Duplo. O filme abre com um silencioso e frio Gosling no papel de um duplo virado mecânico virado condutor de fugas em assaltos, que conhece cada canto da cidade e por isso está sempre em vantagem nesta perseguição inicial. Adivinhando todas as jogadas seguintes da polícia, incluindo as dos helicópteros quando estes o topam, o personagem de Gosling e o seu carro fundem-se com as sombras da baixa de Los Angeles. Para além da sua perícia ao volante, do acesso aos rádios da polícia e do conhecimento local, o protagonista não tem mais armas ao seu dispor neste intenso jogo do gato e do carro. No fundo, ele e o realizador fazem desta perseguição um exemplo de simplicidade espectacular e eficaz, demonstrando que não é preciso ter música, diálogo nem sequer acção mais tradicional para manter o espectador colado ao ecrã.

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Jack Reacher (2012)

Em Jack Reacher, Christopher McQuarrie colocou o foco na sua estrela, Tom Cruise, o que é uma pena, pois a acção e a atitude geral do filme são bem mais importantes do que a presença de Cruise. Escondida dentro desta investigação de um assassínio está uma das cenas que mais nos remete para o road movie clássico, em versão excesso de velocidade. Quando Jack descobre que está a ser acusado de um crime que não cometeu, ele vai atrás dos verdadeiros responsáveis, com a polícia no seu encalço. Quando se inicia a perseguição propriamente dita, não há uma única fala ou sequer nota musical a interrompê-la. O filme deixa o ruído das sirenes, das pancadas do metal, do chiar dos pneus e do constante prego a fundo de Reacher e companhia serem eles mesmos a contar a história. Este é provavelmente o título menos valorizado de toda a nossa lista, mas esta cena é um exemplo perfeito de como o velhinho filme de acção automóvel pode ser recuperado. E, mais, produzir mais excitação do que qualquer sequência feita com imagens geradas em computadores.

Velocidade Furiosa 6 (2013)

Seria impensável ignorar esta série, sobretudo nesta altura em que os filmes de acção tendem a privilegiar os super-heróis em detrimento da acção mais tradicional ao volante. O supra-sumo é provavelmente o sexto Velocidade Furiosa, rodado por Justin Lin em 2013, e particularmente a cena em que os protagonistas do filme vão atrás do vilão Owen Shaw, quando este foge à polícia e se escapa em ritmo alucinado pelas ruas. Os heróis são entretanto confrontados pelos cúmplices de Owen, e o que se segue é uma luta que inclui tecnologia, velocidade, tiroteios, e até mesmo carros voadores. Tanto o filme como a série haveriam de adoptar as imagens criadas em computador com grande sucesso, mas esta perseguição fornece a excitação prática que os fãs procuram, além de nos recordar que foi a paixão pelas corridas de carros que, num primeiro momento, fez destes pilotos uma família.

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