Elevator to the Gallows

Grandes mestres do cinema francês continuam no Nimas

Mais quatro filmes clássicos do cinema francês anterior à revolução da Nova Vaga passam Agosto no Espaço Nimas

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Foi ao cinema americano que os cineastas da Nova Vaga do cinema francês foram buscar inspiração para a sua estética e para a sua técnica. Porém é justo lembrar que além de Hollywood muitas marcas impressas nos filmes da Nova Vaga vêm de realizadores que nas décadas de 30, 40 e 50 do século passado criaram, em França, cinema ainda hoje admirável. Em Julho quatro dessas obras que “mudaram as formas” e influenciaram os que vieram a seguir abriram o desfile. Chegados a Agosto é a vez de outro quarteto de um conjunto de 16 obras-primas, várias inéditas em Portugal, serem apreciadas em grande ecrã com cópias restauradas digitalmente.

Grandes mestres do cinema francês continuam no Nimas

A Mulher do Padeiro (1938)

Numa pequena aldeia, o novo padeiro, Aimable, instala-se com a mulher, Aurelie, que é bonita e muito mais jovem do que ele e em breve começará a sentir o tédio da vidinha na província. Nada espanta, por isso, que caia, não propriamente de quatro mas quase, por um pastor e desapareça das vistas. No filme de Marcel Pagnol, realizado em 1938, com Raimu, Ginette Leclerc, Fernand Charpin, Robert Vattier, Charles Blavette, Robert Bassac, Marcel Maupi e Alida Rouffe, depois da partida da mulher o padeiro fica em estado lastimável, prostrado pelo desgosto e pela vergonha, incapaz de produzir mais uma fornada de pão. Ora, os aldeões, que tinham inicialmente gozado com ele e com a sua situação, resolvem enfrentar o caso com seriedade pois o pão-nosso de cada dia fabricado por Aimable faz-lhes compreensível falta. Vai daí deixam de fazer pouco do cornudo e engendram um plano para encontrar a adúltera e devolvê-la à procedência.

Estreia 2 Agosto.

Helena e os Homens (1956)

A condessa Helena, jovem viúva de um príncipe polaco, vai viver para Paris em busca de maior êxito junto dos homens, pois, além dos motivos óbvios, acredita ter vindo ao mundo para ser o anjo da guarda de grandes causas e a descobridora de grandes personalidades. Quanto aos homens, geralmente interessa-se por eles quando se aproximam dela – umas vezes, porque noutras é ela quem se faz ao piso –, mas invariavelmente abandona-os quando entende completa a sua, digamos, missão. Até ao dia em que, nesta obra de Jean Renoir, estreada em 1956, com Ingrid Bergman, Jean Marais e Mel Ferrer, é apresentada ao general François Rollan, acabado de ser nomeado ministro da Guerra, de quem decide ser musa sem saber que o militar é manipulado por uma mão-cheia de políticos dispostos a torná-lo um ditador para melhor servir os seus respectivos interesses. O que se resolve, pois o conde de Chevincourt, também caidinho por Helena, faz abortar a conspiração, no processo ganhando o amor da viúva, senhora que, no entanto, não descansa enquanto não encontra maneira de ajudar Rollan a escapar da prisão.

Estreia 3 Agosto.

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Fim-de-Semana no Ascensor (1958)

Foi em 1958 que Louis Malle dirigiu este filme com Jeanne Moreau, Maurice Ronet e Georges Poujouly, Jean Wall, Elga Andersen, Sylviane Aisenstein e Micheline Bona. Era a sua primeira longa-metragem de ficção, depois de muito ter trabalhado como documentalista para Jacques Cousteau, e não podia correr melhor, pois a película receberia o Prémio Louis Delluc para o Melhor Filme francês nesse ano. No enredo desta intriga policial com música de Miles Davis, Florence e o seu amante, Julien, antigo pára-quedista, conspiram para matar o marido da pouco escrupulosa senhora, fazendo a coisa parecer suicídio. Acontece que, depois do assassinato, quando se prepara para dar às de Vila Diogo, Julien repara que se esqueceu da corda que usou para penetrar na casa. Regressa para a recuperar, mas as coisas não correm bem…

Estreia 4 Agosto.

Aquela Loura (1952)

Em 1952, quando Jacques Becker dirigiu este filme com Simone Signoret, Serge Reggiani, Loleh Bellon, Solange Certon e Claude Dauphin, para não poucos a sua obra maior, não só criou uma história de amor, morte, amizade e ciúme, como ainda convenceu os produtores a fazer uma reconstituição da “belle époque” (isto é: o período que vai da Guerra Franco-Prussiana de 1871 até ao início da I Guerra Mundial em 1914, altura em que parece andava toda a gente mais ou menos passada dos carretos) com todos os matadouros, como se costuma dizer. Através do argumento entra-se directamente no universo do gangue de Leca, em momento em que a gatunagem relaxa com as suas namoradas. Acontece que uma delas, Marie, conhece Manda, um carpinteiro, o que não agrada ao seu homem, Roland (nem a Leca que a tinha debaixo de olho), tipo ciumento que muito contribui para o desenrolar deste enredo sinuoso marcado pelo ciúme e pela vingança.

Estreia 5 Agosto.

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