Historias Breves I: Rey Muerto
Foi na curta-metragem que Lucretia Martel começou a mostrar a sua diferença e preparou a sua obra maior. Cinco desses filmes estão presentes nesta retrospectiva.
A começar pelos 12 minutos da ficção Historias Breves I: Rey Muerto, de 1995, história de uma mulher em fuga de um marido violento com os seus três filhos, com interpretação de Oscar Muñoz, Ariel Ramirez, Sergio Farias, Hector Sarmiento e Guillermo E. Castro. (Dom, 29, S. Jorge, 21.45)
Depois segue um trio iniciado com Muta, realizado em 2011, e uma história completamente diferente, pois trata-se de uma encomenda da marca de moda Miu Miu, isto é, um anúncio com seis minutos de duração. E nele a cineasta faz evoluir, a bordo de um paquete, estranhas figuras (as modelos María Alché, Julia Anderson, Cecilia Barros, Emilienne de Souza, Piren Larrieu Iturre) de alta-costura vestidas, vagueando pelo tombadilho e pelos interiores como zombies em filme de terror.
Prosseguindo com esta sessão de curtas-metragens, é a vez de Nueva Argirópolis, oito minutos, criados em 2010, na qual a realizadora tece uma trama de narrativas fragmentadas compondo um retrato coral da população ameríndia como um caudal de movimentos, gestos e olhares.
Sendo o filme de encerramento da sessão o muito rápido Pescados, também de 2010, que, em quatro minutos, mostra que Lucretia Martel tem sentido de humor, criando, com a sonoplasta e música Juana Molina, um coro de carpas que sonham ser um carro. (Seg, 30, S. Jorge, 21.45)
A concluir o programa de curtas-metragens desta retrospectiva está Leguas (El Aula Vacía), de 2012, parte do projecto lançado pelo actor Gael García Bernal dedicado ao abandono escolar na América Latina, onde a cineasta explora a segregação das comunidades indígenas, embora proibida, na prática instituída pelas escolas. (Qua, 2 Maio, S. Jorge, 21:45)