Dois Homens em Manhattan (1959)
A bem dizer, Jean-Pierre Melville é o pioneiro, aquele que sem querer e com uma dúzia de anos de avanço iniciou a Nova Vaga.
Foram os métodos de produção, foi a escolha dos temas, foi também a forma como dirigia os actores que o colocaram nessa invejável posição histórica de orientador que, escreveu Jean Domarchi, “elevaria o nosso cinema e que se revela irresistível e irreversível.” E não foi com certeza pelos seus lindos olhos que Jean-Luc Godard o convidou para o elenco de O Acossado, onde faz de escritor cabotino. Ora, este cinéfilo compulsivo, que tanto aprendeu vendo que dispensou a educação formal da escola de cinema, começou a ganhar nome em 1949, quando adaptou Jean Cocteau em Les Enfants Terribles (1949), isto é, dois anos depois de um filme que, voltando a Domarchi, “abria as portas” para novos rumos cinematográficos, Le Silence de la Mer. Grande admirador do cinema norte-americano, seu defensor de primeira linha, Melville começou a realizar policiais alguns anos antes de Dois Homens em Manhattan, e quando aqui chegou já acumulara grande respeito da crítica e considerável aceitação do público, além de considerável mestria que faz desta homenagem à estética do filme negro americano uma obra-prima do policial.
Estreia em 12 Julho