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Mais uma daquelas ficções nacionais escanifobéticas, esquálidas e sensaboronas que a RTP parece apostado em nos infligir regularmente.
★★★★☆
Da próxima vez que virem Indiana Jones e o Templo Perdido, e a cena em que Indiana Jones e o vilão Mola Ram estão a lutar na periclicante ponte sobre um abismo, e Indy corta com uma espada as cordas desta, lembrem-se que não são os actores Harrison Ford e Amrish Puri que estão ali a arriscar a vida, mas sim os seus “duplos”, dois ingleses chamados Vic Armstrong e Frank Henson. E este quase olhou a morte nos olhos a rodar a cena. O documentário Hollywood Bulldogs: A Ascensão e as Quedas dos Grandes Duplos Britânicos (TVCine Edition), de Jon Spira, revela e celebra a geração de “duplos” ingleses, considerados os melhores do mundo, que se impôs em Hollywood a partir dos anos 60, depois de se ter iniciado na profissão na Grã-Bretanha.
Os seus nomes dirão pouco à maior parte dos espectadores, mas são conhecidos dos mais cinéfilos: o lendário Vic Armstrong, Ray Austin, Jim Dowdall, Rocky Taylor ou Doug Robinson. Não os reconhecemos, mas estamos fartos de os ver no cinema ou na televisão, a dobrar estrelas, actores de nomeada e vedetas das fitas de acção em todas as suas declinações, ou na pele de personagens secundárias e vilões anónimos que têm mortes espectaculares, a cair de prédios ou envolvidos em aparatosos desastres de automóvel, helicóptero ou moto, a pegar fogo ou a afogarem-se, empoleirados em comboios em movimento e aviões em pleno voo, a ser atropelados ou a atravessar portas e janelas.
Ajudado pela narração enfática de Ray Winstone, Jon Spira ouve as histórias, as anedotas, a descrição dos acidentes e das mazelas, as bravatas e as queixas destes homens de barba rija, com muito sentido de humor e (aparentemente) indestrutíveis, ilustrando-as com imagens dos respectivos filmes. E não deixa que Hollywood Bulldogs: A Ascensão e as Quedas dos Grandes Duplos Britânicos se torne sentimentalão (o que seria uma heresia), quando, já para o final, Vic Armstrong refere, melancolicamente, Parque Jurássico e as suas trucagens digitais como “o começo do fim” da profissão de “duplo” no seu sentido clássico.
Apesar do advento dos efeitos computacionais, ainda há espaço para os “duplos” de carne e osso no cinema que se faz hoje, como os veteranos que participam neste documentário admitem, mesmo que já não seja “como dantes”. Um “dantes” que, nem o realizador, nem os “duplos” em questão se esquecem de referir, era precário para a maioria deles, não conhecia nem as exigentes condições de segurança nem a protecção laboral muito melhorada que há agora, e em que se sacrificava a vida familiar às rodagens em lugares remotos do globo, aliciantes, divertidíssimas e muito bem remuneradas, mas também desgastantes, demoradas e arriscadas (e por vezes, mesmo mortais).
Mas, como é óbvio, nenhum destes destemidos, rijos e bem-dispostos trabalhadores do perigo e do cinema e na TV se arrepende nem por um momento das cenas de altíssimo risco que protagonizaram, das loucuras que fizeram perante uma câmara, ou das situações mirabolantes que viveram nas filmagens e fora delas. Seria negar a sua natureza, e contrariar o seu imenso brio profissional.
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Mais uma daquelas ficções nacionais escanifobéticas, esquálidas e sensaboronas que a RTP parece apostado em nos infligir regularmente.
★★★★☆
Nesta série norueguesa da Netflix, Gunnar Vikene foge aos habituais lugares-comuns das produções ambientadas na II Guerra Mundial. O realizador filma as provações e a capacidade de sobrevivência dos protagonistas, durante o conflito e para lá dele.
★★★★☆
Apesar do apertado orçamento e dos meios limitados, ‘Rutland Weekend Television’ transformou-se numa série de culto, brilhantemente cómica e cerradamente absurda.
★★☆☆☆
Se existe série recente que não justifica todo o hype levantado em seu redor, é esta produção da A24 para a Netflix.
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