Raiders!: The Story of the Greatest Fan Film Ever Made
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Um documentário sobre o melhor filme de fãs alguma vez feito

‘Raiders!: The Story of the Greatest Fan Film Ever Made’ (TVCine) conta a história de um filme realizado por três amigos adolescentes durante os anos 1980, e prova que amor de fã é mesmo diferente.

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★★★★☆

Entre os verões de 1982 e 1989, três adolescentes e melhores amigos que viviam em Gulfport, no Mississippi, Chris Strompolos, Eric Zala e Jayson Lamb, grandes admiradores de Steven Spielberg e muito em especial de Os Salteadores da Arca Perdida, rodaram e interpretaram um filme de fãs, Raiders of the Lost Ark: The Adaptation, uma versão plano-por-plano daquele, que custou 5 mil dólares. Foi rodada em suas casas e em vários sítios de Gulfport, com a ajuda de pais, amigos e namoradas, puxando pela inventividade e usando os mais variados objectos do quotidiano que tinham à mão. Só ficou a faltar a sequência da asa voadora, porque totalmente além dos meios e do dinheiro de que o trio dispunha. A fita foi estreada em 1989, num auditório local, e esquecida após esta exibição única. A faculdade, e a vida, separaram Strompolos, Zala e Jayson, tendo um deles acabado por cair na droga e na semi-marginalidade.

O documentário Raiders!: The Story of the Greatest Fan Film Ever Made, de Jeremy Coons e Tim Skousen (TVCine Editon/ TVCine+), conta a história desse trabalho de amor único que foi Raiders of the Lost Ark: The Adaptation, e tudo o que se passou após o realizador Eli Roth, em 2002, ter levado uma cópia da fita ao festival Butt-Numb-a-Thon do crítico Harry Knowles. Lá obteve um tal sucesso que Roth conseguiu localizar e juntar os três realizadores, e organizar uma projecção oficial em Austin, no Texas, despertando o interesse de Steven Spielberg, que os recebeu no seu escritório de Los Angeles, no ano seguinte.

O filme de Coons e Skousen (onde participa, entre outros, John Rhys-Davies, que interpreta Sallah em três dos filmes da série Indiana Jones), além dos efeitos nem sempre bons da passagem do tempo sobre as amizades, mostra ainda como, graças à fama que Raiders of the Lost Ark: The Adaptation ganhou, aquele dos três amigos cuja vida tinha corrido mal, foi recuperado para o convívio dos seus; como os outros dois, que entretanto haviam cortado relações, se reconciliaram; e como o trio de novo unido decidiu rodar a sequência da asa voadora e completar a fita, graças a uma angariação de fundos na Internet, em 2014. 

E como regista este documentário ao mesmo tempo jubilatório e pungente, conseguiram fazê-lo com o mesmo entusiasmo de amadores genuínos, a mesma paixão cinéfila, a mesma entrega, minúcia e alegria de três décadas antes, nos anos 80, quando eram adolescentes felizes e despreocupados e o cinema tinha sobre eles o poder único de os levar a cometer mirabolantes e gloriosas loucuras como Raiders of the Lost Ark: The Adaptation. Amor de fã é mesmo diferente, e este é o melhor, mais inacreditável e aclamado filme do género já feito.

Mais críticas de televisão

  • Filmes

★★★★☆

Tal como em ‘O Fantástico Senhor Raposo’, as curtas-metragens de Wes Anderson para a Netflix mostram que o realizador e Roald Dahl vão muito bem um com o outro.

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