Mas voltemos ao início, ao momento em que Brites Pires regressou de uma viagem à volta do mundo com o marido e os três filhos e decidiu voltar à terra-mãe. Na mala, trazia um gigantesco painel das Fiji. Algures entre Moura e Mourão encontrou este monte. “Estava a cair de velho, mas sentimos que tinha alma”, descreve. O painel está pendurado na sala desde 2016, ano em que finalmente abriram as portas.
O pote estava lá. Estava lá, à espera que Brites Pires e a família o encontrassem. Ficaria na casa recuperada, para decoração, decidiram em conjunto em 2010, muito antes de saber que aquele terreno de 10 hectares seria mais do que um voltar às raízes. Hoje, o pote está no escurinho da adega do Monte da Estrela – e é lá dentro que se produzem artesanalmente 600 litros de vinho por ano, o mesmo que os hóspedes podem experimentar nas provas (acompanhado de pão alentejano e azeite, linguiça da Safara, queijo fresco de cabra e conversas sem horas para acabar com os proprietários), nos jantares vínicos, ou no terraço das estrelas, construído propositadamente para observar o céu escuro. Afinal, este agroturismo de apenas sete quartos fica na reserva Dark Side Alqueva – a primeira do mundo com certificação Starlight Tourism Destination, atribuída pela UNESCO e pela Organização Mundial de Turismo.