Nunca tínhamos feito a associação Porto-Paris e só quando subimos ao último piso do Le Monumental Palace é que finalmente percebemos o que Graça queria dizer com “o mesmo”. Fizemos o exercício de fechar os olhos e encarar a cidade como uma desconhecida. Vimos-lhe traços da Paris antiga ali concentrados nos Aliados e mesmo quando recollhemos ao interior do hotel a perspectiva manteve-se. Estranho.
Uma dia passado no Porto, deu-nos uma perspectiva completamente diferente da cidade a que estamos habituados. O que era para ser um café rápido no Guarany, na Avenida dos Aliados, ofereceu-nos uma viagem no tempo privilegiada. Graça, 92 anos, sentou-se na mesa ao lado e levou cerca de dois minutos a meter conversa. O tempo que está frio, os turistas que não arredam pé e as “fardas desactualizadas” do staff do café desdobraram-se até à juventude - a dela - quando o namorado brasileiro trocou um loft em Paris por um apartamento na Baixa do Porto. “Nos anos 40, Paris era só madames et monsieurs armados em cocós, ele odiava o ambiente mas era apaixonado pela arquitetura da cidade e aqui encontrou um bocadinho do mesmo”.
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