Solar Egas Moniz
Joao Silva
Joao Silva

Solar Egas Moniz: a nossa casa de campo imaginária

O Solar Egas Moniz é uma casa de sonho para todas as pessoas que fantasiam com uma vida senhorial no campo, no século XIX, sem nenhum dos desconfortos da época.

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Antes de mais, um esclarecimento: este não é o solar do neurocirurgião e prémio Nobel da Medicina em 1949. O descobridor da arteriografia cerebral era de Estarreja, viveu em Lisboa e dele não se conhecem casas solarengas.

O Egas Moniz que dá nome a este solar é outro: Egas Moniz de Ribadouro, aio de D. Afonso Henriques. Curioso que um nome tão invulgar (quantos “Egas” conhecem?) sirva dois notáveis portugueses. Este solar, perto de Penafiel, apropria-se do nome de Egas Moniz, o nobre, por estar perto do Mosteiro de Paço de Sousa, fundado por Godo Trutesindo Galindes, ascendente do famoso aio. Ora convenhamos que Solar Egas Moniz soa muito melhor do que Solar Trutesindo Galindes. Mas há mais: o aio do primeiro rei de Portugal está sepultado nesse mesmo mosteiro.

Solar Egas Moniz

Quando chegamos – atenção ao portão estreito – vemos uma lindíssima casa branca muito bem recuperada, que em tempos (120 anos, mais coisa menos coisa) terá pertencido a uma família abastada da zona. Há uma vista bonita sobre os campos, mas o nosso olhar fica preso na japoneira (a sul chamam-lhe “cameleira”), uma árvore que na Primavera fica densamente povoada de flores, como um arbusto ultra-exibicionista.

Pelo jardim há redes, camas, espreguiçadeiras e outros objectos de lazer que convidam a tudo menos a reuniões de trabalho. É altura de esquecer as folhas de Excell e os Powerpoints e dar um mergulho na piscina ou espreitar a horta biológica. O Solar empresta bicicletas para quem quiser levar o seu espairecimento mais a sério – e mais longe.

Há, ao entrar no Solar Egas Moniz, a sensação de ter viajado um pouco no tempo – o contraste depois de uma viagem de três horas de autoestrada não podia ser maior. Parece que o alcatrão nos deslocou geográfica e cronologicamente. Uns minutos depois de pousar as malas damos por nós a pensar adoptar um título nobiliárquico ou a inventar uma história épica à volta do nosso apelido.

A localização, perto de Penafiel, perto do Porto, perto do Douro, faz deste um sítio perfeito para explorar a zona. Estamos também no meio da Rota do Românico, que junta vários destinos importantes para conhecer a história de Portugal. Também é uma proposta interessante para casais que não dizem o “T” e procuram um fim- -de-semana romântico.

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O Solar Egas Moniz tem uma decoração que vai do rústico ao moderno: estamos numa casa de campo do século XIX com os luxos do século XXI. O rodízio de almofadas em cima da cama, os pormenores deliciosos (literalmente), como os rebuçados à disposição dos clientes, contribuem para o conforto e a sensação de que estamos em casa, viemos descansar uns dias e daqui a uma semana estamos de volta.

É uma casa familiar – e um negócio de família, aprendemos também – com tudo o que isso implica: um serviço simpático, mas sem salamaleques, e umas quantas iguarias caseiras. Muita atenção ao bolo de chocolate do pequeno-almoço

Como chegar:
Siga pela A1 até à saída 19 (indicação para Picoto), entre na A41 e espere pelas indicações para a A4 e siga até à saída 10, que o deixa na N319. Numa rotunda vai encontrar uma placa que diz Castro Mozinho e Turismo de Habitação. Siga por essa saída.

Preços
Quartos a partir de 89€

GPS

Para comer

Na Aldeia Preservada de Quintandona, a 15 minutos do Solar Egas Moniz, está o wine bar Casa da Viúva. A aldeia vale uma visita só por si, com as suas ruas estreitas e as casas de xisto, granito e lousa, muitíssimo bem preservadas. Mas a Casa da Viúva é a desculpa perfeita para voltar aqui muitas e muitas vezes: um restaurante que serve sobretudo petiscos muito bem acompanhados por uma extensa carta de vinhos. Atenção aos jaquinzinhos fritos, aos ovos de codorniz e aos peixinhos da horta.

Para fazer

O Solar Egas Moniz fica perto do Porto (25 minutos), pelo que uma visita à Invicta é uma hipótese que se deve considerar. Mais perto está o Castro de Monte Mozinho, o maior castro romano da Península Ibérica, datado do século I DC. As Termas de São Vicente são outro ponto de passagem obrigatório para os fãs do termalismo e mais perto de Penafiel está o parque de diversões Magikland. O Santuário do Sameiro é essencial para quem gosta de fazer turismo religioso.

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Comecemos pelos quartos dos oitavos – e fica feita a piada matemática. São 142, todos com varanda própria e nenhum com menos de 40 m2. A vista dá quase sempre para o mar (o que se aconselha) e/ou para o campo de golfe (que também é bonito, vá). O edifício foi erguido em 2010, tem a forma de um Y, todo ele envidraçado para tirar o melhor partido da geografia do lugar, aberto ao mundo em redor: os pinheiros-mansos, as dunas e o mar – sobretudo o mar.

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A quinta diz-se dos Perfumes por lembrança de outros tempos. Nas décadas de 50 e 60, tudo isto era uma plantação de malvas e uma pequena fábrica onde se destilavam as plantas para lhes extrair a essência. Mas o nome ainda inspira o lugar e nestes 36 hectares de terra com vista para o mar tudo cheira a sul. Há vestígios de amendoeiras e medronheiros, notas de limoeiros e figueiras, todo um bouquet de aromas a pontuar a fragrância predominante das duas mil laranjeiras que alimentam a produção da Quinta. Plantado ao centro, há um refúgio de sossego dividido por 15 quartos.

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