Fazer da cidade um museu
Paula Ribeiro nunca imaginou que, um dia, viria a fazer mediação cultural. Foi só na fase final de uma pós-graduação em Museologia, já depois de uma formação em História da Arte, que a oportunidade surgiu. “Era uma tortura apresentar um trabalho diante dos meus colegas. Mas, para terminar o curso, tive de fazer um estágio num serviço educativo. E foi uma boa surpresa”, confessa a mediadora, que nos recebe no Palácio Pimenta, o núcleo-sede do Museu de Lisboa. A trabalhar na área há 17 anos, a prática tem feito o mestre. E trabalhar com diferentes faixas etárias, muitas vezes numa só sessão, faz a diferença. “É uma forma de aprender a adequar discursos ou estratégias”, esclarece. “Não há uma única receita para fazer chegar a História a todos, mas há alguns ingredientes que nos ajudam a ser bem-sucedidos.” Por exemplo, a duração das actividades para as famílias, que convidam ao encontro entre gerações, nunca é muito extensa e, se for caso disso, também há abertura para ignorar o guião – como quem diz ler a plateia, ter jogo de cintura e arriscar outra abordagem. “Há temáticas, como a do terramoto de 1755, que chamam muito mais a atenção das crianças. Mas tento criar uma ponte entre o passado e o que eles conhecem dos dias de hoje ou as memórias que os pais e avós têm. E até mostrar-lhes como a própria cidade é um museu e como há aqui símbolos que também encontramos nas ruas.”
Palácio Pimenta, Santo António, Teatro Romano: Ter-Dom 10.00-18.00 / Casa dos Bicos: Seg-Sáb 10.00-18.00. Vários preços. www.museudelisboa.pt. info@museudelisboa.pt