Richard Galliano (n. 1950, França)
Guiado pelo pai, Luciano, que era acordeonista, iniciou-se no instrumento aos quatro anos e quando adolescente ficou fascinado com o trompetista Clifford Brown. Também andou no circuito competitivo – obteve primeiros prémios nos Campeonatos do Mundo de Valencia, em 1966, e de Calais, em 1967 – mas acabaria por trocar a prestidigitação pela música. Estabeleceu duos com o clarinetista Michel Portal – de que resultou o belíssimo álbum Blow Up (1997) –, com o organista Eddie Louiss e o contrabaixista Ron Carter; formou um “trio europeu” com o contrabaixista Jean-François Jenny-Clark e o baterista Daniel Humair, um “trio nova-iorquino” com o contrabaixista Larry Grenadier e o baterista Clarence Penn, e um “trio mediterrânico” (Mare Nostrum), com Paolo Fresu e Jan Lundgren; gravou com Gonzalo Rubalcaba, Charlie Haden e Gary Burton; associou-se à Orchestra della Toscana; homenageou Astor Piazzolla em Piazzolla Forever (2003); reinterpretou Bach, Mozart e Tchaikovsky; e misturou valse musette, tango, flamenco e swing até estas classificações deixarem de fazer sentido.
[“French Touch”, uma das mais belas composições de Galliano, por um quarteto com o guitarrista português Joel Xavier, Jean-Philippe Viret (contrabaixo) e Jean-Luc Danna (bateria), ao vivo no Chivas Jazz Festival, São Paulo, 2014]