Maria João & Mário Laginha: Fábula (1996, Verve)
[“Beatriz”, de Edu Lobo/Chico Buarque]
O jazz em português está bem e recomenda-se. A prova disto são estes 13 discos que lhe trazemos para que não perca fio à meada. Não sabe por onde começar? Da famosa dupla Maria João e Mário Laginha, a Carlos Bica e Azul, passando por L.U.M.E. ou Júlio Resende, estes são alguns dos nomes que constam desta lista de discos indispensáveis de jazz português. Porque nunca é demais lembrar que o nacional é bom e precisa de ser ouvido, como estes discos o confirmam. Já sabe por onde começar?
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Começou por ter um papel apagado e discreto, percebeu-se que poderia ser mais do que um mero marcador de ritmo com Jimmy Blanton, emancipou-se com Charles Mingus e Scott LaFaro. Hoje é consensual que o contrabaixo não só não é um “instrumento menor” como pode assumir protagonismo equivalente ao do saxofone ou do piano e não é por acaso que alguns dos mais excitantes projectos do jazz português são liderados por contrabaixistas.
O jazz confiou, desde os seus primórdios um papel importante à bateria. Na era do swing, virtuosos como Gene Krupa e Buddy Rich deram à bateria um novo protagonismo e quando, na viragem das décadas de 1940-50, o bebop fez explodir a linguagem do jazz, havia bateristas como Max Roach e Art Blakey a liderar a revolução. Alguns dos mais excitantes grupos do nosso tempo têm bateristas à frente – e Portugal não é excepção.
A guitarra fez um longo caminho no jazz, de discreta auxiliar rítmica até à disputa do primeiro plano com saxofones e trompetes. De todos os instrumentos usados no jazz, a guitarra foi o que mais sofreu as influências do rock, contribuindo para enriquecer a linguagem do jazz – os três primeiros guitarristas portugueses desta lista são exemplo dessa frutuosa permeabilidade entre géneros.
A história da trompete não começou com Louis Armstrong, mas foi ele a ganhar renome e a levar o nível de execução do instrumento para um novo patamar. O seu contemporâneo Bix Beiderbecke (falecido precocemente) é visto como sendo a principal influência dos trompetistas mais cool, como Miles Davis e Chet Baker, sendo Roy Eldridge e Dizzy Gillespie os representantes do registo mais exuberante e acrobático. Em Portugal, Sei Miguel é um dos mais importantes intérpretes da história do instrumento.
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