Blue Train (Blue Note)
Ano: 1957
Músicos: Lee Morgan (trompete), Curtis Fuller (trombone), Kenny Drew (piano), Paul Chambers (contrabaixo), Philly Joe Jones (bateria)
Em Abril de 1957, Coltrane assinou um contrato de dois anos com a Prestige, para a qual gravou abundantemente, em nome próprio ou em sessões lideradas por outros músicos – mas que a Prestige reeditou sob o nome de Coltrane na viragem dos anos 50-60, quando o prestígio do saxofonista estava a subir vertiginosamente. Ironicamente, o disco mais famoso deste período – e também aquele que Coltrane, anos depois, elegeria, numa entrevista, como o seu melhor desta fase – é o único que gravou para a Blue Note. Esta “ovelha tresmalhada” nasceu quando, em 1956, Coltrane se deslocou aos escritórios da editora em busca de discos de Sidney Bechet e se cruzou com Alfred Lion, o “patrão” da editora, e os dois acordaram, com um aperto de mão, na gravação de um disco. A 15 de Setembro de 1957, embora já estivesse sob contrato com a Prestige, Coltrane honrou o compromisso assumido com Lion e registou Blue Train, sob os cuidados de Rudy Van Gelder, que era o engenheiro de som usual da Blue Note mas também registou a maior parte dos discos de Coltrane para a Prestige e para a Impulse!. Coltrane gravaria discos mais importantes do que Blue Train, mas seriam bem mais ousados, ásperos e espinhosos, pelo que Blue Train, que se conforma genericamente aos moldes do hard bop, continua, 60 anos depois, a ser o seu disco de maior difusão.
[“Blue Train”, faixa de abertura do álbum homónimo]