Orfeo ed Euridice, de Gluck
Data e local de estreia: 1762, Burgtheater, Viena (versão francesa: 1774, Académie Royale de Musique, Paris)
Compositor: Christoph Willibald Gluck (1714-1787)
Libretista: Ranieri de’ Calzabigi (versão francesa: Pierre Louis Moline)
O Orfeo ed Euridice de Gluck é visto como a primeira ópera do Classicismo e como o início de uma “reforma” empreendida por Gluck, que, influenciado por um manifesto publicado pelo poeta e crítico Francesco Algarotti, em 1755, entendia que a opera seria que dominara o período barroco era prejudicada por enredos inverosímeis e retorcidos e por música sobrecarregada de ornamentações, ao serviço da exibição de virtuosismo vocal. Orfeo ed Euridice adopta um registo de “nobre simplicidade”, mas não marca a rejeição por Gluck da opera seria – aliás, a suas duas óperas seguintes, de 1763, recorrem a textos de Metastasio, o libretista-modelo das convenções rígidas da “velha” ópera barroca. Só quando trocou Viena por Paris, em 1770, é que Gluck deixou de vez a ópera “metastasiana” e se concentrou no novo “modelo”. A segunda ópera que estreou em Paris, em 1774, foi uma versão substancialmente revista e transposta para francês de Orfeo ed Euridice.
[“Che Farò Senza Euridice”, a mais famosa ária desta ópera – e de toda a produção de Gluck – por Philippe Jaroussky (Orfeo, contratenor) e I Barocchisti, com direcção de Diego Fasolis (Erato)]