Katia Guerreiro
© Jorge SimãoKatia Guerreiro
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Meia dúzia de concertos a não perder no Festival de Sintra

Depois de um ano de paragem, o histórico Festival de Sintra está de volta para a sua 55.ª edição. E há seis concertos a não perder.

Luís Filipe Rodrigues
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Com uma história que remonta à década de 50 do século passado, quando respondia pelo nome de Jornadas Musicais de Sintra, o hoje chamado Festival de Sintra é um dos mais antigos do país. Depois de um ano de paragem forçada, está de regresso para a sua 55.ª edição a partir de quinta, 10 de Junho, mais uma vez sob a direcção artística da ex-ministra da cultura e intérprete clássica Gabriela Canavilhas. E até terça-feira, 29, há pelo menos meia dúzia de concertos a não perder nas salas, nos palácios e até numa igreja da região.

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Festival de Sintra: seis concertos a não perder

Reis e Rainhas da Ópera

A protagonista do concerto de abertura é a soprano Diana Damrau, em estreia nacional. Acompanhada pelo baixo francês Nicolas Testé e a Orquestra Metropolitana de Lisboa (na foto), dirigida pelo maestro Pavel Baleff, no Centro Cultural Olga Cadaval, a cantora lírica alemã vai interpretar um programa intitulado “Reis e Rainhas da Ópera”, construído a partir de óperas de Rossini, Donizetti, Verdi, Tchaikovsky ou Bellini, entre outros.

Centro Cultural Olga Cadaval. Qui 10, 21.00. 10€.

Bomtempo: Matuttino de’ Morti

João Domingos Bomtempo, o mais importante compositor português do Classicismo, compôs Mattutino de’ Morti, em 1822, para acompanhar as cerimónias de trasladação do corpo de D. Maria I para a Basílica da Estrela. Agora, pela segunda vez desde o século XIX, estes nove responsórios serão executados na íntegra por Susana Gaspar, Cátia Moreso, Marco Alves dos Santos, Juan Orozco, André Henriques e Nuno Dias, acompanhados pelo Coro e Orquestra do MPMP Património Musical Vivo, sob a direcção de Jan Wierzba (na foto).

Centro Cultural Olga Cadaval. Sáb 12, 19.00. 10€.

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Piotr Anderszewski

O pianista polaco Piotr Anderszewski é um dos mais extraordinários intérpretes da sua geração, conhecido e muito elogiado pelas suas interpretações de Bach, Beethoven e Mozart. E ao longo dos últimos anos tem visitado frequentemente os palcos nacionais. Neste recital a solo, no Palácio Nacional de Queluz, vai interpretar uma selecção de peças do Livro II de O Cravo Bem Temperado, de Johann Sebastian Bach, que gravou recentemente para a Warner.

Palácio de Queluz. Qua 16, 21.00. 10€.

Barbara Furtuna

Com algumas semelhanças ao cante alentejano, o cantu in paghjella, ou canto polifónico corso, integra a lista do Património Cultural Imaterial da UNESCO desde 2009. E os Barbara Furtuna, com música editada pela Decca, são fiéis depositários desta tradição. Estão de volta a Portugal para tocar repertório sacro e profano, tradicional e original.

Igreja de Colares. Sáb 19, 21.00. Entrada livre; Palácio de Sintra. Dom 20, 21.00. Entrada livre.

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Anne Sofie von Otter

Vencedora de dois Grammy, entre muitos outros prémios e distinções, a mezzo-soprano sueca Anne Sofie von Otter é uma referência do canto lírico, no activo há mais de quatro décadas. Conhecida pelo seu ecletismo, ao longo dos anos tanto emprestou a sua voz a Monteverdi como à música contemporânea. No Festival de Sintra, leva-nos numa “Viagem pela Canção Europeia” que, cronologicamente, começa com John Dowland (1563-1626) e vai até Paul Simon (sim, esse, nascido em 1941) e Esbjörn Hazelius (n. 1973), passando por vultos como Mozart, Schubert ou Brahms.

Palácio de Queluz. Qua 23, 21.00. 10€.

Katia Guerreiro

O concerto é apresentado como uma “evocação do centenário de Amália Rodrigues”, mas não se vão ouvir apenas nem sobretudo canções popularizadas pela diva do fado. Ladeada por Pedro de Castro na guitarra portuguesa, André Ramos e João Mário Veiga nas violas, Francisco Gaspar na viola-baixo e a Orquestra Municipal de Sintra, dirigida por Cesário Costa, Katia Guerreiro vai cantar os fados do seu mais recente disco, Sempre.

Centro Cultural Olga Cadaval. Ter 29, 21.00. Entrada livre.

Clássicos da clássica

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Oito sonatas para piano de Beethoven que precisa de ouvir
Oito sonatas para piano de Beethoven que precisa de ouvir

Em 1792, o Conde Ferdinand von Waldstein, um dos principais mecenas de Beethoven, despediu-se deste, que tinha então 22 anos e deixava a sua cidade natal Bona para ir estudar em Viena, com uma recomendação: “Através de inabalável diligência, recebereis o espírito de Mozart das mãos de Haydn”. Mozart terá sido o modelo de Beethoven na juventude. Já as aulas que teve com Haydn parecem ter sido pouco profícuas. Mas se Beethoven começou por ter Mozart como modelo, em breve desenvolveu uma voz própria.

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Wolfgang Amadeus Mozart legou-nos abundante produção para solista e orquestra, antes de mais para o seu instrumento de eleição, o piano, para o qual compôs 27 concertos, a maior parte destinados a servir de veículo ao seu virtuosismo no instrumento. Mas a criatividade de Mozart foi também posta ao serviço de instrumentos como o violino, o clarinete, a trompa, o oboé ou o fagote, e até mesmo a flauta, um instrumento com o qual embirrava.

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Franz Liszt começou a aprender piano aos sete anos, aos nove já se apresentava em concertos públicos e aos 12 publicou a sua primeira obra, numa colecção em que surgia ao lado de Beethoven e Schubert. Tornou-se num dos maiores virtuosos do piano de todos os tempos e percorreu a Europa em frenéticas tournées, suscitando uma idolatria similar à das estrelas rock de hoje e fazendo palpitar muitos corações femininos com as longas melenas e a pose estudada para causar sensação.

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