1. Musica Antiqua Köln
Direcção: Reinhard Goebel
Ano de gravação: 1986
Editora: Archiv
Conhecemo-los como Concertos Brandeburgueses, mas não foi esse o título que Johann Sebastian Bach deu a esta colecção de seis concertos quando a enviou, a 24 de Março de 1721 a Christian Ludwig, margrave de Brandenburg e membro da casa real prussiana: foi Six concerts avec plusieurs instruments, assim mesmo, em francês, tal como a dedicatória, já que esta era, então, língua das gentes cultas e do meio musical na Alemanha – e em particular na Prússia.
A designação “plusieurs instruments” (“vários instrumentos”) não revela toda a riqueza da colecção de partituras, já que cada um dos concertos prevê uma formação diferente: o n.º 1 (BWV 1046) destina-se a duas trompas, três oboés, violino piccolo, fagote, cordas e baixo contínuo, o n.º 2 (BWV 1047) a trompete, flauta, oboé, violino, cordas e baixo contínuo, o n.º 3 a três violinos, três violas, três violoncelos, contrabaixo e cravo, o n.º 4 a violino, duas flautas, cordas e baixo contínuo, o n.º 5 a flauta, violino, cravo, cordas e baixo contínuo, o n.º 6 a duas violas, duas violas da gamba, violoncelo, contrabaixo e cravo. O que torna estes concertos ainda mais excepcionais é que cada uma destas combinações de instrumentos era inédita na História da Música.
Os musicólogos não conseguiram determinar com certeza a data e circunstância de composição dos Six concerts avec plusieurs instruments – embora seja provável que tenham surgido entre 1717 e 1721, no âmbito das atribuições de Bach como director musical da corte de Cöthen –, mas numa coisa estão de acordo: não foram compostos expressamente para o margrave de Brandenburg e é muito duvidoso que a modesta orquestra deste tivesse recursos e competência técnica para os tocar. E, com efeito, o manuscrito enviado por Bach ao margrave não exibe indícios de que tenha sido usado; quando o margrave de Brandenburg morreu, em 1734, a sua vasta biblioteca musical foi dispersa e os Six concerts avec plusieurs instruments só foram redescobertos em 1849.
A sua popularidade foi crescendo ao longo do século XX, sobretudo a partir do momento em que o movimento da “interpretação historicamente informada”, ao remover a patine interpretativa que cobria a música barroca, começou a revelar cores e detalhes fascinantes. As interpretações abaixo seguem todas os preceitos da “interpretação historicamente informada”. A ordenação diz respeito à data de gravação, não ao seu mérito, pois pertencem todas a um patamar a partir do qual deixa de ser produtivo ou sequer sensato fazer comparações: os Six concerts avec plusieurs instruments são inesgotáveis, o que significa que não há UMA interpretação perfeita, mas uma constelação de interpretações superlativas, cada um das quais proporciona uma visão enriquecedora sobre a obra.
Palácio Nacional de Queluz. Qui (17 de Outubro) 21.30. 15€.
Direcção: Reinhard Goebel
Ano de gravação: 1986
Editora: Archiv
Direcção: Jordi Savall
Ano de gravação: 1991
Editora: Astrée, reed. Alia Vox
Direcção: Jeanne Lamon
Ano de gravação: 1993
Editora: Sony Vivarte
Direcção: Giovanni Antonini
Ano de gravação: 1996-97
Editora: Teldec, reed. Warner Classics
Direcção: colectiva
Ano de gravação: 1997
Editora: Harmonia Mundi
Direcção: colectiva
Ano de gravação: 2000-10
Editora: Alpha
Direcção: Diego Fasolis
Ano de gravação: 2004
Editora: Arts Music
Direcção: Gottfried von der Goltz & Petra Müllejans
Ano de gravação: 2013
Editora: Harmonia Mundi
Direcção: Rüdiger Lotter
Ano de gravação: 2013
Editora: Deutsche Harmonia Mundi
Direcção: Alfredo Bernardini
Ano de gravação: 2017
Editora: Arcana
As Suítes estavam muito esquecidas quando, em 1889, Pablo Casals, então com 13 anos, deu com uma velha edição numa loja de partituras em segunda mão – passaria os 13 anos seguintes a tocá-las diariamente, até julgar-se capaz de as apresentar em público.
Um concerto do Ludovice Ensemble revela um dos segredos mais bem guardados da história da música: os compositores judaicos do período barroco. Eis alguns dos nomes representados no programa “Barroco Sefardita”.
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